ETAPA 1 - CADERNO 5 - GESTÃO DEMOCRÁTICA
A Gestão Democrática na escola tem sido um pilar essencial para a evolução das relações humanas no âmbito escolar. Ressalta-se, porém que nem sempre ela é válida ou garantia de democracia e respeito. São inúmeros os fatores que podem ser elencados como ponto de desconstrução das relações, entre eles temos, a pouca participação de pais e alunos no processo, a falta de reconhecimento do efetivo papel de cada um neste ambiente, pouco desejo em buscar direitos além da falta de compreensão do que é efetivamente função de cada um na gestão democrática.
No que diz respeito à exclusão das pessoas do processo democrático, ela ocorre apenas quando não há respeito entre as pessoas envolvidas no processo. Neste sentido o gestor é a pessoa chave para o bem ou insucesso de todo o processo, pois, ou a pessoa responsável pela gestão não respeita o direito de todos, ou privilegia uns em detrimento de outros, ou ainda quando se exime de responsabilidade que seria sua e repassa ao coletivo, decisões ou ações das quais deveria ser o executor, assim se esconde atrás do grupo.
A inclusão das pessoas no processo de gestão deve acontecer de forma natural, porém é preciso que se estimule a participação, fazendo com que se sinta a necessidade do pertencimento ao grupo destes direitos. É válido que algumas ações da escola possam ser compartilhadas com o coletivo, permitindo que se façam sugestões ou encaminhamentos mais adequados e que talvez não acontecessem se encaminhadas unilateralmente.
As pessoas envolvidas no processo da gestão democrática devem ter atenção permanente para que todos tenham seus direitos garantidos e respeitados. É dever de todos a atenção para isso, pois sempre há os que desejam, por motivos escusos, se perpetuar no poder e ter a atenção de todos voltada para si.
As discussões e ações coletivas, de modo geral comprometem as pessoas envolvidas no processo, sendo assim é de fundamental importância que o gestor comprometa-se a ser o fomentador de práticas que sejam reflexivas para que se busquem ações comprometidas em sua origem, pois quando o indivíduo se envolve em algo se torna mais participativo e comprometido.
Atualmente o coletivo da escola possui professores e funcionários com maturidade suficiente para debater ideias e soluções para a escola como um todo. Entretanto, considero que este espaço é pequeno e de pouca relevância nas decisões que realmente poderiam alterar significativamente a atividade escolar.
Quanto a situação do Conselho Escolar atualmente na escola, observamos que ele tem sido muito burocrático e pouco reflexivo. Tem apenas sido usado para resolver problemas de indisciplina e não discutindo soluções como um todo. Percebemos que não tem tido um calendário fixo de reuniões nem uma pauta de discussões.
Outro aspecto a ser observado é que a situação da imposição da presidência ser do diretor(a), não é compatível com a ideia de democracia.
Além disso, os membros são pouco ativos no "chão da escola", o que torna o conselho cada vez mais um instrumento de referendar o poder e os desejos do gestor.
Com relação ao Grêmio estudantil, observa-se que os alunos tem pouca produtividade e reflexão política, assim, não conseguem conquistas efetivas, pois tornam-se mais autônomos ao final do Ensino Médio, quando diminui drasticamente o tempo de atuação dele. Assim, o Grêmio Estudantil na prática não é participante e atuante.
A prática da escola em relação a sua gestão financeira não é a ideal nem adequada. Temos uma autonomia financeira mascarada, pois até há alguns recursos disponibilizados para uma gestão interna, porém é pouco o volume financeiro além de restringir muito a área de aplicação dos recursos. Assim, na prática, não temos uma autonomia real.
Com relação a participação e atuação dos pais e da APMF na gestão financeira é também minimizada. Muitas vezes apenas participam contribuindo financeiramente com a mensalidade ou aquisição de rifas e outras promoções da escola. Além disso, nota-se que as preocupações da APMF apenas são de suprir aquilo que o Estado não consegue suprir. Pouco se discute a respeito da escassez dos recursos ou atuam na busca dos direitos da escola no âmbito maior.