COLEGIO ESTADUAL JUSCELINO K. DE OLIVEIRA - FOZ DO IGUAÇU – PR Caderno IV- Áreas de conhecimento e integração curricular

COLEGIO ESTADUAL JUSCELINO K.  DE OLIVEIRA -  FOZ DO IGUAÇU – PR
Caderno IV- Áreas de conhecimento e integração curricular

Na sociedade atual, dada à diversidade e a complexidade das informações que são disseminadas pela escola, algumas representam necessidade instantânea de serem trabalhadas, constituindo-se verdadeiros desafios educacionais, como por exemplo, introduzir
o trabalho de Educação Alimentar e Nutricional (EAN), abordando o tema da alimentação saudável como parte do processo educacional no Espaço Escolar, pois  segundo a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional foi regulamentada em agosto de 2010, por meio do Decreto n. 7.272 a referida legislação institui uma série de diretrizes e objetivos, que podem ser resumidos nos seguintes princípios: promover o acesso universal à alimentação adequada; estruturar sistemas justos, de base agroecológica e sustentáveis de produção, extração, processamento e distribuição de alimentos; instituir processos permanentes de educação e capacitação em segurança alimentar e direito humano à alimentação adequada; ampliar e coordenar as ações de segurança alimentar e nutricional voltadas para povos indígenas e comunidades tradicionais; fortalecer as ações de alimentação e nutrição em todos os níveis da atenção à saúde, de modo articulado às demais políticas de segurança alimentar e nutricional e promover o acesso à água para o consumo humano e para a produção de alimentos.
Um dos desafios que a Educação Escolar enfrenta na atualidade é a definição do real papel educativo das escolas, no sentido de saber se faz parte das suas tarefas oportunizar uma formação humana em geral, isto é, preparar para a vida em todas as suas dimensões. Considerando que o aluno e está sob os cuidados da escola por longos anos, espera-se que esta procure desenvolver todas as suas dimensões fundamentais, permitindo que ele incorpore novas percepções, aprenda novos sentidos, novos modos de fazer, de agir e de interagir, partindo da vivência de cada um e do coletivo.
Um dos aspectos importantes a serem desenvolvidos nesta perspectiva ampliada das tarefas da escola é o da Alimentação Saudável, o que implica considerar a escola como espaço fundamental e privilegiado em que os alunos têm uma educação alimentar, fazendo parte de seu processo de formação humana. Isso inclui decifrar a realidade da Educação Alimentar apresentada nas escolas, incentivando a exploração de todos os espaços por ela oportunizados para a aprendizagem da saúde e de outros saberes que as desafiam.
A alimentação equilibrada e balanceada é um dos fatores fundamentais para a nutrição alimentar e para o bom desenvolvimento físico, psíquico e social das pessoas. A alimentação adequada refere-se ao padrão alimentar adequado às necessidades biológicas e sociais dos indivíduos e de acordo com as fases do curso da vida. Para ser adequada a alimentação deve embasar-se em práticas alimentares culturalmente referenciadas; valorizar o consumo de alimentos saudáveis regionais (como legumes, frutas e verduras); observar a qualidade e a quantidade dos alimentos nas refeições; e considerar os aspectos comportamentais e afetivos relacionados a essas práticas. Uma alimentação que não cumpre com essas condições pode resultar, por exemplo, em aumento de peso e/ou em deficiências de vitaminas e minerais.
Portanto, a saúde alimentar pode também vir a ser comprometida pela desnutrição ou por doenças que levam ao mau aproveitamento dos alimentos ingeridos, resultando em inadequação quantitativa da energia de que o corpo necessita. “A desnutrição é um problema que tem como consequência o crescimento e o desenvolvimento deficiente, maior vulnerabilidade a doenças infecciosas, redução da capacidade de raciocínio, problemas de ordem motora, entre outros”.
No entanto  as dimensões de cultura, trabalho, ciência e tecnologia,  são reconhecidas pelas DCNEMs como “eixos integradores entre os conhecimentos de distintas naturezas de modo a contextualizar o que é histórico ao contemporâneo”. (Caderno MEC IV, P. 21).
Na obra Cartas a Theo é possível, reconhecer trabalho como uma prática que vai além daquilo que é essencialmente profissional, pois perpassa pelas ações humanas que demarcam a própria existência. Tal ideia se confirma quando Van Gogh reflete a respeito do lápis de carpinteiro e como antigos faber teriam desenvolvido seu trabalho, ou seja, de que forma agiriam como seres racionais que atuam no seu próprio ambiente de modo diferente e complexo em relação aos demais animais.
Deste modo, se atuam de modo reflexivo e complexo é, portanto possível associar a conceito de cultura proposto pelas DCNEMs, o qual sugere que a mesma seja entendida como um conjuntos de resultados dessas ações do trabalho sobre o mundo. Assim, as noções de cultura presentes no trecho da obra se confirmam ao passo que autor reflete a respeito de como os diferentes objetos de trabalho (lápis de carpinteiro, carvão, pena e óleo), poderiam interferir diretamente nos resultados de sua expressão artística, expressão esta, obviamente cultural.

A ciência aperfeiçoou uma técnica de pintura, onde o carvão e o óleo, misturados em proporções adequadas, possibilitavam uma pintura mais “viva”, realista. A carta do pintor, relata como a ciência era produzida e compartilhada entre os trabalhadores. No caso, ninguém menos que Van Gogh   descreve  que se houvesse um tipo de tinteiro, portátil e de fácil transporte, muitos desenhos feitos a pena seriam produzidos. A realidade dos desenhos seria muito mais detalhista e produtiva, pois com traços mais exatos, as obras teriam mais contraste e realismo. A liberdade de produção do artista ganharia em riqueza de detalhes.
Hoje, com  tecnologia e ciência de ponta na produção de carros, os mesmos são montados em menos tempo, com o uso de pouca mão de obra.  Os carros precisam de manutenção, que não pode ser feita por um operário comum. Com mais peças e mais eletrônica embarcada, os especialistas predominam, os sem qualificação desaparecem do mercado. Mesmo os mecânicos morando longe das fábricas, os conhecimentos para reparo e manutenção exigem qualificação, pois não há como manter um carro de hoje sem os conhecimentos técnicos necessários.
Ao abordar a possibilidade de alguém inventar uma boa pena para se trabalhar com o tinteiro podemos notar a perspectiva tecnológica do autor, uma vez que já sugere que a tecnologia poderia influenciar e/ou colaborar com seu trabalho artístico e, consequentemente também modificar sua expressão cultural. Por fim, a concepção de ciência como resposta adaptativa do homem se percebe quando Van Gogh fala a respeito das intensidades distintas as quais é possível serem adquiridas a partir do lápis de carpinteiro, ou ainda, a viabilidade se utilizar o carvão mergulhado em água.
Partindo dos pressupostos analisados na questão anterior, é possível trabalhar a obra em sala de aula a partir da possibilidade de reflexão da ação do ser humano sobre a natureza, sua prática no trabalho, sua produção artística as quais são resultado de um processo histórico e racional. Trabalho este que poderia perpassar as disciplinas de História, Sociologia, Arte e Filosofia. Logo, o objetivo seria fazer com que o aluno reflita a respeito da importância da obra para seu próprio conhecimento, histórico, filosófico e cultural.
              Já nas disciplinas de Química e Biologia, poderiam analisar, por meio de experiências científicas, como se dá o processo de desenvolvimento do carvão na natureza, e ainda, estudar o porquê dos diferentes resultados na pintura a partir do carvão molhado, lápis de carpinteiro e óleo. Tal prática visaria trazer para sala de aula um estudo dos conteúdos historicamente desenvolvidos o qual fosse melhor relacionado às perspectivas e conhecimentos prévios dos alunos.
Para elaborar uma proposta curricular toda a escola deverá levar em consideração o contexto escolar, suas potencialidades, possibilidades conforme interesses e necessidades da equipe pedagógica, dos professores, da comunidade escolar, mas sobretudo das expectativas dos alunos. O currículo inovador, deve dialogar com a vida dos estudantes na diversidade de contextos que compõe a realidade da comunidade escolar(trabalho, ciência, tecnologia e cultura). Também há necessidade de focar a leitura como elemento de interpretação e de ampliação de mundo, requisito básico para toda área de conhecimento. Estar apoiada em atividades teórico- práticas, em laboratórios e outros espaços que potencializem a aprendizagem nas diferentes áreas do conhecimento, tais como: o uso das mídias e cultura digital para promover o universo cultural do estudante. contemplar através das artes e as atividades esportivas e corporais o pleno desenvolvimento. Desta forma teremos ações estruturadas em práticas pedagógicas onde o conhecimento cientifico seja a base central mas, articulando conteúdos de diferentes componentes curriculares de uma ou mais áreas de conhecimentos. Todas as ações deverão ser incorporadas ao PPP - Projeto Político Pedagógico e implementado com a participação da comunidade escolar  algumas sugestões de Proposta Curricular:       • Possibilitar movimento de discussão e de reflexão a cerca da prática pedagógica e da organização do tempo e espaço escolar; • Repensar a estrutura organizacional de nossas unidades escolares, problematizando a realidade, seleção dos conteúdos elencados; • Configurar a disciplinas de forma a dialogar numa perspectiva interdisciplinar(estabelecendo conceitos, teorias ou práticas); • Caracterizar troca por meio de intensa reciprocidade visando a um enriquecimento mútuo; • Romper com um currículo de fragmentos; • Repensar e redesenhar o currículo de forma não acabar com o ensino organizado por disciplina, mas criar condições de ensinar em função das relações dinâmicas entre as diferentes disciplinas; • Possibilitar o diálogo permanente com a necessidade de compreensão de que estes campos não se produzem independente da sociedade; • Configurar a verdadeira aprendizagem pela experiência através das formas e conteúdos estabelecidos; • Aprender a partir de uma atitude processual de investigação diante do desconhecido e dos limites que a natureza e a sociedade nos impõem; • Problematizar e rediscutir o papel do educador, assim como sua postura em relação à construção do conhecimento; • Contemplar conteúdos que assegure exercícios dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem - estar, o desenvolvimento, a igualdade, a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos; • Potencializar o movimento em busca de novas relações sociais na natureza e principalmente a perspectiva ambiental, permeando a instituição escolar em seu pulsar; • Inserir um processo educacional que supere a dissociação; • Definir uma proposta que realmente atenda às necessidades e especificidades desses sujeitos; • Redesenhar uma proposta curricular integrada que possibilite ao educando sua completa formação.
Com base no vídeo Em Busca de Joaquim Venâncio, percebe-se que houve uma boa integração entre conteúdo e especificamente o grupo apresentado no vídeo houve interesse, disposição de tempo e disponibilidade de materiais para aprofundamento e registro da pesquisa. A busca pelo conhecimento foi alcançada.
            Acredito que todo professor ao atribuir um tema para pesquisa, imagina que o aluno visará este princípio, é uma atividade possível para ser desenvolvida em qualquer área da educação.
            Em nossas escolas, porém, está faltando esta integração entre disciplinas, planejamento de ações, elaboração de mapas conceituais para trabalhar referente a um mesmo tema e/ou tema atual, para que este tema não seja repetitivo e maçante para o aluno, portanto muitas vezes em muitos assuntos há possibilidade de trabalhar, mas não tem-se tempo para o compartilhamento de ideias e programação, os professores deveriam ter momentos conjuntos para planejar, caso contrário cada um trabalha conforme consegue, na maioria dos casos contando também com a falta de materiais de pesquisa ou mesmo o sucateamento de outros.
            Partindo do pressuposto da questão número dois (cartas a Théo), é possível trabalhar em sala de aula a partir da possibilidade de reflexão da ação do ser humano sobre a natureza, sua prática no trabalho, sua produção artística as quais são resultado de um processo histórico e racional. Trabalho este que poderia perpassar as disciplinas de Química, Física e Biologia, História, Sociologia, Arte e Filosofia. Logo o objetivo seria fazer com que o aluno reflita a respeito da importância da obra para seu próprio conhecimento histórico, filosófico e cultural, relacionando às perspectivas e conhecimentos prévios dos alunos, destacando a importância do planejamento conjunto das ações para não tornar-se tema cansativo e repetitivo.
Já a partir da notícia de jornal referente a um acontecimento na comunidade – “gatos na rede elétrica”, é possível ser incluído ao conteúdo do professor e acredita-se que sempre ocorre, neste caso específico da notícia pode-se trabalhar em várias áreas do conhecimento:
Geografia: socialização, aglomeração populacional, economia, distribuição de renda, discriminação, empregabilidade, êxodo rural, urbanização e planejamento;
História: Consequências da colonização;
Física/matemática: economia energética – ‘gatos’, crescimento populacional, gráficos;
Português: entrevistas, relatos textuais;
Língua estrangeira moderna: conversão do texto e síntese na língua materna;
Química/Biologia/Ciências: saneamento básico;
Arte: Culturas;
Ed. Física: espaços recreativos;
Sociologia: Sociedade/socialização;
Filosofia: falta de oportunidade;
            Pode-se trabalhar um dos temas , por exemplo: Brigada de Incêndio.
            Para que um bom trabalho seja desenvolvido há necessidade de organização, planejamento e elaboração de mapas conceituais em conjunto com todas as outras disciplinas, não somente uma vez por bimestre ou semestralmente, mas sim simultaneamente, pois fatos novos ocorrem constantemente e devem ser discutidos e acrescentados ao conhecimento cientifico para que haja uma melhor anexação.