COLÉGIO ESTADUAL JOÃO MANOEL MONDRONE ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO, PROFISSIONAL E NORMAL- Caderno II - Reflexão e Ação
Grupo: Angela Maria Slongo, Darlan Chiamulera, Diego Rossi, Dileusa Camargo, Ema Piasson, Ivanete Marin, Emerson Marques, Flaviano Operacz, Francielli V. D. Betta,
O adolescente e visto como aquele mutante que esta sendo posto para estar se consumindo ardentemente, enquanto cresce.
Os jovens produzem uma maneira de ver e de valorizar a escola que dependem das suas experiências individuais, dos interesses e das identidades que se constroem a partir da realidade vivida e das interações com outras pessoas e instituições.
As ruas, os problemas reais dos bairros, dificilmente, entram no currículo. Não formamos lideranças sociais, embora constituíssem um grêmio estudantil no colégio. Um contra-senso todos nos sabemos que nos intervalos ocorrem humilhações, paqueras, bullying e toda sorte de ações e confrontos entre tribos.
Teríamos que criar educadores sociais para trabalhar nesses espaços. Temos que pensar atividades sociais e culturais. Na VII Mostra Empresarial e Tecnológica dos cursos técnicos os grupos de alunos, organizados mostraram suas habilidades no espaço que lhes foi dado iniciativas para cativar os nossos jovens na escola poderia, por exemplo, montar kits de esportes radicais e palestras de médicos para conversar sobre sexualidade e saúde com os adolescentes. Pistas de skate, escaladas adaptadas, tablados para apresentação de grupos de dança e teatro, palcos improvisados para apresentação de bandas de jovens, entre outra atividades culturais sendo uma para cada semana. São ações culturais e de lazer que oferecem os melhores resultados no combate a violência juvenil e ao uso de drogas.
No campo curricular, a educação fiscal e o orçamento participativo adolescente ou criança(jovem senador) são exemplos de concursos e cursos ofertados pelo estado e pelo congresso nacional para os quais as escolas são convidadas a participar, mas há pouca adesão.
2-
Os sistemas de ensino buscam encontrar caminhos que levem a construção de uma educação que não se atenha somente em como ensinar, pois o mundo esta mudando rapidamente e os alunos também. “Essa nova espécie de jovens” cresceu usando intensamente múltiplos meios de tecnologia e esses recursos permitem aos jovens de hoje terem controle sobre o fluxo de informações.
Se considerarmos o conceito de letramento, cabem diversos níveis e eles não tem fim, porque, a cada tecnologia nova que e inventado, surgem novas comunidades, novas necessidades de interação, novos gêneros de texto.Enquanto estivermos no mundo, circulando por muitos maios diferentes, nosso letramento vai aumentando, seja para conversar, que e o mais natural, mais sofrido, porque demanda mais esforço.
Devemos evitar mecanismos de controle e punição como alertaram Erving Goffman e Michel Foucault, os quais substituem o processo educativo que se espera da escola . O desenvolvimento da autonomia e objetivo fundamental da educação, contrapondo-se a heterônoma. Autonomia implica assumir decisões e responsabilidades, e condição para a ética e cidadania.Já heterônoma e a base de submissão e falta de compromisso – se outro comanda, quem esta usando celular. Internet, resposta na contracapa do livro didático sinaliza falência da capacidade de dialogo e renuncia do papel educativo, privando adolescentes de seu direito a educação plena e de serem formados para seus deveres, consciente e livremente. A “responsabilidade” passa a ser de um agente externo sequer dotado de humanidade.
3 -
Para “virar este jogo”, em que professores e alunos culpam uns aos outros pelos problemas no ensino médio, é necessário entender que não há culpados. Se, é verdade que temos estudantes sobre os quais pesam as atribuições escolares misturadas às responsabilidades de trabalhador ou mesmo de chefe de família. É também verdade que temos professores frustrados, mal formados e carregados pelo peso da jornada de trabalho. Neste contexto, a verdadeira função social da escola passa longe de entendimento de professores e alunos. Há, por ocasião do “pacto”, mesmo que ainda superficial, um esforço para considerarmos a diversidade cultural e social presente em nossas salas de aula. De início aplicamos um questionário que nos deu informações econômicas e sociais preliminares. Coisa inédita na escola. Após, podemos verificar iniciativas de professores que proporcionam aos alunos a possibilidade de se manifestar, por escrito e de forma anônima, sobre suas próprias percepções sobre a escola. Este esforço para compreender a forma de pensar dos nossos alunos estudantes, suas peculiaridades, ainda é inicial e se exemplifica nos textos abaixo:
Exemplo 1:
Carta aos professores:
“Nós estudantes geralmente pensamos na escola como um lugar chato, onde ninguém gosta de ir.” Torcemos para que aconteçam dias em que não teremos aula. Mas apesar de tudo isso nós sabemos que é algo importante se quisermos ter um futuro bom. Sabemos que dentro de uma escola são formadas grandes amizades, que podem, ou não, durar muito.
O que torna uma escola chata é o modo como os professores dão suas aulas. Vamos ser realista, ninguém gosta de permanecer quarenta e cinco minutos sentados ouvindo um monte de coisas. Sabemos que não iremos lembrar nem dos primeiros cinco minutos. Gostamos quando o professor, além de ensinar, sabe ser amigo, sabe ajudar e não está ali apenas pelo salário no final do mês.
Algumas dicas aos professores:
1) Aula boa é aula em que o aluno se diverte ao mesmo tempo que aprende. Aula em que o aluno ri, opina e troca ideias.
2) Nenhum aluno gosta só de teoria. Façam mais aulas práticas, dinâmicas e diferentes. O aluno que gosta da aula vai interessar-se mais em aprender.
3) O aluno não gosta quando o professor é carrancudo. Um sorriso muda o dia.
4) E, por fim, aprendam: Vocês não irão conseguir fazer uma turma ficar em silêncio por quarenta e cinco minutos. “Isso é fato e todo mundo sabe”.
Exemplo 2:
“Estudar e trabalhar não é fácil. Além de cansativo é “Corrido”. Trabalho em loja, sou vendedora. Começo as trabalhar às 8h25min. da manhã e vou até ao meio-dia. No intervalo do almoço eu estudo um pouco e volto ao trabalho das 13h30min até as 18h15min. Depois vou para casa, tomo um banho para ir à escola. Muitas vezes chego atrasada e acabo perdendo aula, ganhado falta. O único tempo que tenho para estudar é aos domingos, pois aos sábados ajudo minha mãe em casa após o horário do serviço. À noite, passeio para descansar e me divertir um pouco.
Quando estou em sala de aula, às vezes, “bate” um sono, um cansaço, mas sempre tento estar atenta para aprender alguma coisa e “passar” de série para entrar na faculdade. De vez em quando converso em sala de aula, mas logo paro. Não consigo ficar quieta, até tento, mas não consigo.
Não posso parar de trabalhar, pois necessito de dinheiro para ajudar minha família. Nunca vou parar de estudar porque, com meus estudos, eu conseguirei meus objetivos. Ter uma profissão melhor.”
Enquanto para alguns alunos, a escola representa uma obrigação, para outros está relacionada a entrada ao mercado de trabalho, como um lugar de encontrar amigos, ou um abrigo para os que vivem em ambientes ameaçadores. A sala de aula ainda é vista como um local desinteressante, caracterizada pela pouca interação
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Pelo silêncio, pelo encarceramento da espontaneidade, do gesto e do questionamento. O conteúdo formal é carente de sentido, há dificuldades de compreensão dos assuntos abordados em sala e falta relação com o cotidiano.
A escola tem dificuldade de lidar com a situação dos alunos. É um problema estrutural. Os professores podem contribuir, mas a escola tem que reestruturar conteúdos, encontrar formas de reconhecê-los como jovens, estar conectada a essa vida, reconhecer outras práticas educativas.
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