Caderno 2- Síntese final e carta aos estudantes do Ensino Médio.
Os jovens de hoje vivem a falta de uma identidade, muitas vezes eles não sabem qual o seu papel no mundo e tão pouco a função da escola na sua vida e na sua história. Diante deste contexto a escola é percebida como “obrigação” necessária, tendo em vista a necessidade de conclusão e qualificação. A falta de estrutura familiar faz com que os jovens sejam mais agressivos, sem respeito consigo mesmo, com os professores e também com os colegas.
A aprendizagem acontece num contexto, onde falta estímulo, incentivo e motivação, não só por parte da escola ou alunos, mas principalmente da família e do próprio sistema econômico, político e social.
O desafio das escolas hoje é a construção do conhecimento e a formação de cidadãos críticos capazes de modificar o meio em que vivem. Sabemos que enquanto sujeitos humanos só poderemos avançar em qualquer campo de nossas vidas, quando ampliarmos nosso conhecimento e nossa capacidade de reflexão sobre nossas condutas diárias.
Outra problemática é a tecnologia presente o tempo todo na vida de alguns desses jovens (entre 18 e 21 anos), os quais estão conectados 24 horas por dia, em redes sociais, jogos e outras formas de diversão, sentindo dificuldades em se desconectar para retomar a vida real: família, escola e trabalho, estando muitas vezes totalmente dependentes da internet. Então, a tecnologia que seria um aliado na aprendizagem, passa a ser um problema, devido à má utilização da mesma, sem limites de horários.
Mas nem todos os estudantes de nossa escola vivem esta realidade, pois como somos uma escola de EJA (Educação de Jovens e Adultos), temos vários alunos que não são ligados em tecnologia e alguns que nem sequer saber usar a internet.
A tecnologia é uma realidade presente e permanente, proibir não é solução, o uso consciente a favor da educação é a opção e escolha mais correta, nós professores temos que também nos readequar a esta realidade, trazendo os alunos, conectados ou não, para o uso adequado.
Dessa maneira percebemos que a escola deve estar preparada para receber os jovens, trabalhadores ou não, independente da sua condição socioeconômica. Lembrando, que os nossos alunos trabalham, alguns na indústria e outros no comércio (ajudantes e operadores de máquinas, encarregados de produção, secretárias, auxiliares administrativos, vendedoras, vigilantes e seguranças, domésticas, do lar e a informalidade). Nem todos têm boas condições de trabalho, alguns são bastante explorados (pois tem uma carga de trabalho longa e cansativa) e a maioria ganha baixos salários, o que é a realidade do bairro onde a escola está inserida. No entanto, alguns estão satisfeitos (conformados) com os seus salários. Além disso, alguns desses alunos (principalmente as mulheres) ainda cuidam da casa e dos filhos, tendo uma tripla jornada.
Carta aos alunos do Ensino Médio.
Caro aluno,
Esta carta é parte de um estudo que está sendo realizado por um grupo de professores de nossa escola, dentro do Pacto Nacional do Ensino Médio, no qual buscamos soluções para fortalecer esse ensino em todo o país.
Lembramos que o Ensino Médio é uma fase muito importante da vida escolar de cada pessoa, contribuindo para desenvolver um senso crítico. Além de preparar para outras etapas da vida, como a universidade e o mercado de trabalho.
Buscando melhorias na educação e no aprendizado, e para manter um diálogo entre professores e estudantes, gostaríamos de saber sua opinião e sugestões sobre alguns pontos importantes para o melhor andamento de nossa escola.
• Como você vê a escola? Está satisfeito com ela?
• Como você gostaria que a escola fosse? O que você mudaria?
• Que motivos o trouxeram para esta escola?
• O que você espera do seu futuro?
Sua opinião é muito importante para que o nosso trabalho tenha sucesso e possamos melhorar ainda mais a educação. Contamos com ela.
Desde já agradecemos pelas suas contribuições.
Gratos,
Equipe de professores do Germano Rhoden:
