Colégio Estadual Dídio Augusto de Camargo Viana - Ensino Médio Noturno Por Bloco de Disciplinas Semestrais: Juventudes Reveladas e Valorizadas

Colégio Estadual Dídio Augusto de Camargo Viana- Ensino Fund. e Médio

Pacto pelo Ensino Médio

Grupo:
Professora Alessandra Griguç
Professora Enedir Vesentin
Professora Lucidalva Pereira do Nascimento
Professor Luiz Carlos  Dantas Marinho
Professora Maria Marta de Jesus de Souza
Professora Rosana Constantino Bekendorf
Professora Rosane Gouveia da Silva
Professora Rosemeri de Andrade da Silva

Orientadora: Elaine Teixeira Ifanger
Reflexão e ação - Caderno l I – Atividade Coletiva Ill

Ensino Médio Noturno Por Bloco de Disciplinas Semestrais: Juventudes Reveladas e Valorizadas

O Colégio Dídio Augusto de Camargo Viana oferta aos seus jovens estudantes o Ensino Médio Noturno Por Bloco de Disciplinas Semestrais e o seu público é formado por uma intensa pluralidade de sujeitos, inclusive adultos que em algum momento da vida parou os seus estudos pelos mais variados motivos e que necessitaram e tiveram oportunidade de retornar aos bancos escolares. Com uma gama tão variada e constituída por diversos aspectos, seja em relação às culturas, formas, especificidades, características físicas, condições especiais e sociais, essa diversidade exige atenção quanto ao modo como ela é entendida e vivenciada. Em primeiro momento preciso definir quem são esses jovens estudantes do colégio Didio Viana: as suas expectativas, seus sonhos quanto aos projetos de vida profissional, o que desejam realmente quando vem para o colégio, que meio de transporte usam para chegar, quais são os que possuem casa própria, se realmente o maior percentual são trabalhadores inseridos no mercado formal ou informal, se auxiliam na renda familiar, se a origem desses jovens são dos bairros vizinhos ou de outros mais afastados, etc.
Tal diagnóstico é importante porque somente quando conhecemos profundamente a nossa realidade, podemos intervir de forma positiva junto ao nosso alunado para que ele sinta-se acolhido e possa expressar-se livremente sobre seus projetos, sonhos e dificuldades.

                                     Todavia, com todos os limites dados pelo lugar social que ocupam, não podemos esquecer o aparente óbvio: eles são jovens, amam, sofrem, divertem-se, pensam a respeito das suas condições e de suas experiências de vida, posicionam-se diante dela, possuem desejos e propostas de melhorias de vida. (DAYRELL, 2007)

Perceber, conhecer e valorizar as suas juventudes, ouvir suas propostas e então planejar e elaborar coletivamente estratégias para o enfrentamento dos grandes desafios a serem vencidos no cotidiano escolar.
A coleta de dados para formulação do diagnóstico da realidade enfrentada pelos alunos, professores, equipe pedagógica e direção do Colégio Dídio Augusto de Camargo Viana nesse segundo semestre foi feita pelos professores que participam do Pacto para o Fortalecimento do Ensino Médio através de um questionário socioeconômico aplicado na escola para 119 alunos, dos 128 que estão com frequência normal.
Através da análise dos dados, fica claro que a maior parte dos nossos alunos são nascidos em Paranaguá, 79% e 11% nos demais municípios do Paraná, contra 10% originários de outros estados do Brasil e apenas 1% de outro país. Percebemos que temos mais alunos do sexo masculino, 51% do que do sexo feminino que somam 49% do total de entrevistados, também temos 85% dos nossos alunos estão com frequência normal e 15% que apresentam um número elevado de faltas, fato esse que gera para a equipe pedagógica a necessidade de rápida intervenção para evitar o abandono e a reprovação por frequência. Onde moram o nosso aluno, observando os dados fica claro que a maioria dos alunos reside no próprio bairro no qual o colégio está localizado, 64% dos entrevistados, enquanto 18% deles moram em bairros próximos e apenas 18% tem suas casas em bairros distantes do colégio, precisamos saber se os faltosos se encaixam nessa porcentagem que moram longe com difícil acesso a transporte. Ao se pensar em acesso, o nosso aluno vem para a escola das mais diversas formas: 40% usam ônibus, 32% bicicleta, 15% vem a pé, 9% de moto e somente 4% chegam até à escola de carro, mas a grande maioria depende do transporte público.
Considerando todas as pessoas da família que trabalham e geram renda, podemos pela pesquisa deduzir que 56% possuem renda total de um a dois salários mínimos, 29% com renda de 2 a 3 e uma pequena porcentagem de 15% com renda igual ou acima de três salários mínimos, confirmando a baixa renda dos nossos alunos.
Levando-se em conta que os alunos do noturno geralmente são em sua grande maioria trabalhadores, a pesquisa revelou um perfil diferenciado nesse semestre, uma vez que os alunos que trabalham são 40%, somando-se os inseridos no mercado formal e informal contra os 60% que não trabalham, apenas estudam e desses 33% pensam em estagiar nas empresas da região.
Outro dado que chamou atenção do grupo pesquisador foi o das expectativas profissionais, pois a maioria pensa em entrar para uma faculdade, 64% e  somente 36% tem pretensões profissionais que não exigiriam nível superior.
Também levantou-se dados da escola que os alunos consideram ideal e o resultado foi que a grande maioria, 67%, gostaria de estudar numa escola com infraestrutura melhor, com equipamentos modernos, climatizadores, auditórios, iluminação apropriada, laboratórios, entre outros, 18%  acham que a escola ideal é aquela que oferece segurança enquanto 15% sentem a necessidade de professores com melhor formação, com aulas mais dinâmicas e com tempos de aula e intervalos  diferenciados.
Concluindo, esses dados deram origem a outras questões que o professorado, equipe pedagógica e diretiva em conjunto com seus jovens gradativamente  encontrarão as respostas no seu cotidiano, na troca contínua que deve ser este eterno ensinar e aprender no processo de transformação da realidade, na certeza de que dias melhores virão.

Referências bibliográficas
DAYRELL, JUAREZ- A ESCOLA “FAZ” AS JUVENTUDES? REFLEXÕES EM TORNO DA SOCIALIZAÇÃO JUVENIL* Educ. Soc., Campinas, vol. 28, n. 100 - Especial, p. 1105-1128, out. 2007 Disponível em http://www.cedes.unicamp.br>

Anexo

 Questionário aplicado

1- Nome
2-Idade
3-Naturalidade
4-Bairro onde reside
5-Telefone
6-Renda familiar
(  )  1 a 2 salários mínimos
(  )  2 a 3 salários mínimos
(  )  mais de 3 salários mínimos
(  ) sem renda
7- Você trabalha?  () sim () não
8-Caso você trabalhe qual sua ocupação?
9- Sob quais condições?
( ) registrado ( ) autônomo ( ) estágio
10-Qual seu meio de locomoção para o trabalho?
(  ) ônibus    ( ) carro próprio ( ) moto ( ) bicicleta ( ) outro
Qual?
11- Quais suas expectativas educacionais?
12- Quais suas expectativas profissionais?
13- Como seria para você uma escola ideal ?