A gestão democrática é processo de construção social que requer a participação de diretores, pais, professores, alunos, funcionários e entidades representativas da comunidade local como parte do aprendizado coletivo de princípios de convivência democrática, se consolida por diversas instâncias colegiadas, como o conselho escolar, APMF e Grêmio Estudantil. Reconhece a escola como espaço de contradições, diferenças e encontros, o qual valoriza a cultura e a dinâmica social. O gestor deve saber integrar objetivo, ação e resultado, assim agrega à sua gestão colaboradores empreendedores, que procuram o bem comum de uma coletividade.
Porém, para uma gestão democrática eficiente é necessário que se tenha autonomias e descentralização de poderes, que as decisões tomadas pela escola envolvam todas as instâncias com participações efetivas de seus membros num processo de construção social.
Levando isso tudo em consideração, é bom que saibamos que a democratização da gestão escolar não se dará de forma automática. Quanto mais a prática da discussão e da tomada de decisões coletivas mostrar resultados que beneficiam a escola, a qualidade do ensino e os que nela trabalham e estudam, mais a disposição de realizá-las se fortalece e, com ela, a própria gestão democrática.
Tem-se a certeza de que está nas mãos do gestor escolar, a tranquilidade em determinados momentos para intervir junto a comunidade escolar ou a alguém em específico, pois não está inserido no calor de algumas situações adversas que podem ocorrer, na instituição, quando se trabalha com adolescentes, mais especificamente em sala de aula.
O gestor deve sempre buscar o conhecimento e a valorização de cada setor, professor, alunos, funcionário e toda equipe escolar, ouvindo cada um para que o trabalho atinja a todos, que as decisões e os projetos sejam no coletivo o sucesso da escola será bem melhor.
Vitor Paro atribui os vários limites apontados à persistência da cultura tradicionalista que a tem marcado a escola. Não obstante, salienta, também, que o processo de eleição favorece a discussão e faz emergir e tornar transparentes os conflitos internos, estimular a relação da direção com as dimensões pedagógicas da gestão e, certamente, diminui o poder clientelístico de ocupantes de cargo de poder público. Nesse sentido, como indicado por Dourado (1998), há que entender a escolha livre da direção como apenas uma das alternativas para a produção da gestão democrática da escola.
A promoção da gestão democrática da escola depende muito da disposição de todos os que trabalham na escola principalmente para conversarem sobre os problemas vividos no cotidiano escolar. Essa disposição, não resulta apenas de vontades pessoais, mas depende de um processo de construção, da prática do aprendizado da parte de todos os envolvidos, além de trabalho que não se resume a realização de reuniões mas, que vem desde a percepção do que é mais necessário até a forma de como articular reuniões.
A gestão democrática faz parte da luta de educadores e movimentos sociais organizados em defesa de um projeto de educação pública de qualidade. Desse modo, as escolas passaram a ter legitimidade para exercer a democratização da gestão enquanto possibilidade de melhoria do processo educacional, por esse e outros motivos devemos vivenciar de forma permanente a democracia nos diversos setores de nossa escola, buscando sempre o diálogo participativo em prol de melhorias coletivas.
A democracia escolar só se tornara efetiva a partir de um processo de gestão democrática entendia " Como uma das forma de superação do caráter centralizador, hierárquico e autoritário que a escola vem assumindo ao longo dos anos....."( Antunes, 2002, p. 131). Para Ibid, p.134, "Gestão da escola não visa apenas á melhoria do gerenciamento da escola, visa também á melhoria da qualidade do ensino".
A construção de uma escola em que a participação seja uma realidade depende da ação de todos, dirigentes escolares, professores, alunos, funcionários, pais e comunidade em geral. A democratização da gestão escolar implica a superação dos processos centralizados de decisões, na qual as decisões sejam do coletivo, envolvendo todos os segmentos da escola.
A gestão democrática da escola pública deve ser incluída no rol de práticas sociais que podem contribuir para a consciência democrática e a participação popular no interior da escola. Esta consciência e esta participação, é preciso reconhecer, não têm a virtualidade de transformar a escola numa escola de qualidade, mas tem o mérito de implantar uma nova cultura na escola: a politização, o debate, a liberdade de se organizar, em síntese, as condições essenciais para os sujeitas e os coletivos se organizarem pela efetividade do direito fundamental: acesso e permanência dos filhos das classes populares na escola pública. (BASTOS, 2005. P.22)
A democracia deve se exercida no seu sentido restrito, na qual o cidadão possa realmente participar das decisões políticas sociais. Na escola é o espaço essencial para que possamos aprender as relações democráticas e de como a sociedade deve viver.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96, prevê que nas escolas deve ocorrer uma gestão democrática, isso não quer dizer que teremos somente gestores democráticas mais que suas ações pedagógicas desenvolvidas pelos professores dentro da sala de aula serão também pautadas por princípios democráticos.