Colégio Estadual Cecília Meireles - Ampére - Reflexão referente ao Caderno 4
Texto 1
O que percebemos é que ao longo do tempo as áreas do conhecimento foram perdendo a dimensão de totalidade, e se fragmentando em disciplinas e áreas disciplinares. Essa diferenciação dos conhecimentos em áreas teve sua origem em critérios educativos que não conduzem ao isolamento entre as disciplinas. Os primeiros filósofos em meados do século XIX tinham como principio de organizar os currículos que a educação deveria garantir o desenvolvimento integral da pessoa, física, intelectual e espiritual.
Quando se busca chegar ao que chamamos de ensino integrado, temos o princípio de que a partir dele queremos a informação integral do educando, sendo que o currículo deverá integrar as dimensões da própria vida social, interagindo trabalho, ciência e tecnologia na sua cultura. Assim, o ensino integrado desenvolve o processo de ensino-aprendizagem de forma que os conceitos sejam apreendidos como sistema de relações de uma totalidade concreta que se pretende entender.
O trabalho por sua vez, tem um significado bem maior do que o do dia a dia voltado para o lado profissional. Deve ser entendido como o modo pelo qual o indivíduo produz para si o mundo, bem como de tudo que necessita para existir, aliado à pesquisa no intuito de saber sobre si e o mundo, de forma integral.
SAVIANI (1989) afirma que o trabalho pode ser considerado como princípio educativo em três sentidos diversos, mas articulados entre si. Num primeiro sentido, o trabalho é princípio educativo na medida em que determina, pelo grau de desenvolvimento social atingido historicamente, o modo de ser da educação em seu conjunto. Nesse sentido, aos modos de produção correspondem modos distintos de educar com uma correspondente forma dominante de educação. E um segundo sentido, o trabalho é princípio educativo na medida em que coloca exigências específicas que o processo educativo deve preencher, em vista da participação direta dos membros da sociedade no trabalho socialmente produtivo. Finalmente, o trabalho é princípio educativo num terceiro sentido, à medida que determina a educação como uma modalidade específica e diferenciada de trabalho: o trabalho pedagógico.
A interdisciplinaridade é objeto de significativas flutuações, deste uma simples cooperação de disciplinas ao seu intercambio mútuo e integração recíproca, ou uma integração capaz de romper a estrutura de cada disciplina e alcançar uma evidencia comum.
Pensando no contexto do trabalho como princípio educativo e a pesquisa como princípio pedagógico, uma tentativa seria utilizar as concepções espontâneas de nossos alunos em relação ao meio no estão inseridos socialmente e culturalmente, e a partir destas concepções utilizar mecanismos de pesquisas afim de solucionar questões de aspectos mais específicos das áreas do saber de forma integrada.
Para que as pessoas possam compreender o mundo e produzir novos conhecimentos, é preciso que elas se apropriem do conhecimento já produzido socialmente, faz-se uma transposição dos campos científicos das disciplinas escolares desprendidas da realidade concreta da qual esses conceitos se originam, não permitem que o processo de ensino aprendizagem redunde efetivamente na compreensão da realidade pelo educando.
Como na escola o aprendizado é um resultado desejável, é o próprio objetivo do processo escolar, a intervenção é um processo
pedagógico privilegiado. O professor tem o papel explícito de intervir e provocar nos alunos avanços que não correriam
espontaneamente. (FRISON, 2000 p. 129)
Interdisciplinaridade nos faz compreender que para se iniciar necessita de tempo, dialogo interação e trabalho em conjunto acima de tudo, e principalmente que o profissional aceite se desafiar nos limites de sua disciplina, para que com isso tenha resultados positivos.
É de fundamental importância que trabalhamos em conjunto, fazendo assim com que o conteúdo seja exposto de maneira interdisciplinar.
Texto 2
A interdisciplinaridade surge, ela não é somente um processo interno às áreas, mas também entre os componentes curriculares de outras áreas. Por isso o trabalho pedagógico produtivo, deve destacar, conceitos, razões, problemas, necessidades e dúvidas que surgem com o conhecimento. E então a interdisciplinaridade torna-se uma necessidade. Ela tem como pressuposto produção e organização do conhecimento escolar, a reconstituição da totalidade pela relação entre os conceitos originados a partir de distintos recortes da realidade, dos diversos campos da ciência representados em disciplinas .
Thiesen (2008) nos diz que a interdisciplinaridade está sempre situada no campo onde se pensa a possibilidade de superar a fragmentação das ciências e dos conhecimentos produzidos por elas.
A interdisciplinaridade oferece uma nova postura diante do conhecimento, uma mudança de atitude em busca do contexto do conhecimento, em busca do ser como pessoa integral. Ela visa garantir a construção de um conhecimento globalizante, rompendo com os limites das disciplinas. A interdisciplinaridade pode se materializar nas metodologias de ensino, no currículo e na prática docente.
Pois ela aparece como um intercambio mútuo e integração recíproca entre várias disciplinas resultando em um enriquecimento recíproco. A relação entre os conteúdos disciplinares é a base para um ensino mais interessante, onde uma matéria auxilia a outra. Pensando assim, devemos procurar relacionar através de contextualizações sócio-históricas os diferentes conhecimentos das várias disciplinas de forma a contribuir para a investigação de uma determinada questão, que a princípio seria tratada de forma fragmentada.
(...) É importante enfatizar que a interdisciplinaridade supõe um eixo integrador, que pode ser o objeto de conhecimento, um projeto de investigação, um plano de intervenção. Nesse sentido ela deve partir da necessidade sentida pelas escolas, professores e alunos de explicar, compreender, intervir, mudar, prever, algo que desafia uma disciplina isolada e atrai a atenção de mais de um olhar, talvez vários. Explicação, compreensão, intervenção são processos que requerem um conhecimento que vai além da descrição da realidade mobiliza competências cognitivas para deduzir, tirar inferências ou fazer previsões a partir do fato observado (Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Médio. Brasília: MEC, 2002, p. 88 e 89)
A relação que temos com o mundo não ocorre de forma fragmentada, mas se dá de forma global, pensando nisso que as escolas devem segundo a DCNEM rever sua postura educacional e se direcionar para áreas de conhecimento tendo princípios pedagógicos de interdisciplinaridade e contextualização preparando o aluno para o trabalho e a cidadania, para que possa compreender os fundamentos científicos, tecnológicos e os processos produtivos da sociedade.
É muito importante direcionarmos nossa educação por áreas do conhecimento e fazermos uma formação continuada.
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