Colégio Estadual Cecília Meireles - Ampére - Considerações finais sobre a Etapa I

Nos tempos atuais, grande parte dos governantes das diferentes nações do mundo está convencida de que somente obterão  avanços para  seu povo através da melhoria da educação. Já não se concebe mais a possibilidade de uma nação vir a ser rica e desenvolvida se o seu povo não for escolarizado.
Daí a preocupação de nosso Governo de buscar melhorar a qualidade do Ensino Médio, que tem como objetivo básico a Formação Humana Integral de nossos estudantes, pois a educação que temos nesta fase do ensino já não se satisfaz as exigências contemporâneas.
Para que se possa vir a alcançar tal objetivo, há necessidade do envolvimento efetivo de todos os sujeitos nesse processo, quais sejam: o Estado, a sociedade, a escola, a família, os funcionários, professores e prioritariamente, os alunos, cada um fazendo a sua parte, cada um dando o melhor de si para que essa conquista possa se tornar palpável.
As escolas existes em função de seus alunos. Assim sendo, há de se encontrar meios para que nenhum deles fique sem passar pelos bancos escolares, criando uma escola em que o jovem aluno se sinta motivado e seduzido a se entregar ao universo do saber. Se a soma dos esforços de cada um dos sujeitos da educação for capaz de despertar essa realidade em cada um de nossos jovens, a qualidade da nossa educação dará um salto extraordinário com certeza.
Mas não se chegará ao que se pretende se não tivermos um currículo concebido em função de alunos concretos, levando em consideração os conhecimentos prévios que possuem, mas buscando passar-lhes novas práticas pedagógicas que venham de encontro com as necessidades educativas atuais, tendo como objetivo a formação integral e humana dos sujeitos.
Queiramos ou não, vive-se num mundo de disputas, em que o melhor preparado se sobrepõe ao menos preparado. Diante disso, não será construtivo querermos que todos os nossos alunos sejam iguais em conhecimentos e competências, pois se estará freando os avanços dos mais esforçados e competentes em detrimento dos que nada querem ou que frequentam a escola porque os pais obrigam.
Já passou da hora se de premiar a meritocracia, tanto das escolas quanto de professores e alunos, pois é a realidade em que se vive. Essa é uma tarefa em que o Estado deve iniciar pelas suas escolas, premiando a competência de sua direção, passando pelos professores e chegando aos alunos. A competência deve ser aplaudida, incentivada e premiada. Esse é o caminho que  está sendo seguido por alguns países modelo  em educação da atualidade.
Mas não alcançaremos o que pretendemos sem uma longa caminhada, em que estão inseridas uma gestão competente e democrática da educação e uma gestão competente e democrática da escola. Ambas se intercalam.
Quando se fala em gestão democrática da escola, se trata de garantir através da legislação os direitos que cabem a cada brasileiro o acesso à educação básica gratuita e de qualidade. Quanto à primeira esta já foi garantida pela Constituição Federal, promulgada em 5 de outubro de 1988 e pela Lei de Diretrizes e Bases de 1996. Já quanto à segunda, que seria a qualidade esta é o tema central da presente discussão, pois a educação que temos hoje em termos de Brasil, não é aquela que já está em andamento em alguns países do mundo em que a educação está em nível mais elevado.
Já a gestão democrática da escola, esta deve ser implementada da forma mais ampla possível, isto é, com a participação de todos os segmentos sociais, pais, diretores, professores, funcionários , alunos e, de uma forma bastante especial o Governo, pois é este que tem o dever de oferecer toda a infraestrutura adequada para o bom funcionamento de nossas escolas, o que muitas vezes tem sido uma das  causas principais de não termos a educação de qualidade que, se está pretendendo. É bom lembrarmos que a educação é uma construção coletiva, notadamente na tomada de decisões sobre o que se pretende e onde se quer chegar.
Quando as coisas não andam como se pretende, normalmente é mais fácil apontar os defeitos do que novos caminhos. Assim hoje se atribui o insucesso e o fracasso da aprendizagem de nossos alunos, à seleção e a forma de organização dos conteúdos por áreas de conhecimento e por disciplinas.
Como aqui nos cabe apontar soluções práticas, uma delas seria a interação entre os componentes curriculares nucleados em uma área, como também entre as próprias áreas através da contextualização, posto que permite assim evocar dimensões presentes na vida pessoal e social de nossos educandos, visto que qualquer conhecimento existe como resposta as necessidades sociais.
A interdisciplinaridade, como pressuposto para a produção e organização do conhecimento escolar é a reconstituição da totalidade pela relação entre os conceitos originados a partir de distintos recortes da realidade, dos diversos campos da ciência e do conhecimento, representados nas diferentes áreas pelas disciplinas.
Assim sendo , devemos instigar o estudante no sentido da curiosidade em direção ao mundo que o cerca, assimilando saberes do senso comum, escolares e científicos das diferentes áreas, isto porque é preciso aprender a discutir as diversas concepções do conhecimento e compreender o sentido que historicamente vem tomando a produção científica na atualidade.
Mas para que se possa saber se o nosso educando está assimilando ao menos o mínimo necessário dos conhecimentos que lhe estão sendo repassados para que possa merecer uma promoção, há a necessidade de uma avaliação, sendo que vários tipos de avaliações, tais como: avaliação da aprendizagem, avaliação institucional e avaliação externa. Aqui, mais especificamente, iremos nos ater à avaliação externa.
O debate sobre a avaliação educacional teve um novo ingrediente desde a década de 1990, mesmo sem resolver seus impasses históricos mais antigos; trata-se das chamadas avaliações externas, organizadas e conduzidas por quem não se encontra no interior das escolas.
As avaliações externas foram justificadas como necessárias para monitorar o funcionamento das redes de ensino, além de fornecer subsídios para seus gestores na formulação de políticas educacionais com dados melhor definidos, em termos de resultados na aprendizagem dos alunos.
Em algumas redes públicas foram desencadeadas políticas de remuneração em função dos resultados dos alunos, um tipo de política de responsabilização dos professores e gestores de escolas pelos resultados nas avaliações externas, incrementando ainda mais o debate em torno da avaliação educacional. Há aspectos positivos e negativos. Como aspecto positivo, podemos considerar que, com as avaliações externas, a gestão das escolas passa a incorporar indicadores de desempenho como mais um elemento a contribuir para o conhecimento de suas realidades.
Dentre as avaliações externas a nível nacional o ENEM passa a ser a pedra de toque para o Ensino Médio, mesmo que existam restrições para que seja utilizado para avaliar o Ensino Médio. Não se pode descartar o impacto que se passa a ter quando se constitui como um "vestibular" nacional, com implicações para seus respondentes pelo ingresso na quase totalidade das universidades federais e estaduais, além dos resultados  contar como concessão de bolsas.
Diante de tais considerações, as políticas públicas de educação e de avaliação deve ser pensado no âmbito próprio das unidades escolares, considerando o conjunto das relações que estabelecida nos espaços entre as escolas, famílias, os profissionais da educação e do poder público.