COLÉGIO ESTADUAL ARNALDO BUSATO – ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E NORMALVERÊ - PARANÁ ETAPA 2 - CADERNO 2 – CIÊNCIAS HUMANAS
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ORIENTADORA: MARCIA CORRÊA ZANETTE
CURSISTAS:
ALEXANDRO CARLOS LOHN
CLEUSA CECCON DA SILVA
CLÉZIA CECCON GARBOSSA
ELISABETE COPELLI
ELSIO CÁSSIO GUARESE
GUSTAVO DENGO
LORENA REGINA SCHMITZ
MARA CRISTINA CALGAROTTO
MARGARETE RAITZ
RONALDO JAGUCZESKI
ROSANE MARIA BEAL SILVA
SELVINA JANUÁRIA SEZINANDI
SOLANGE LEZITA DE LIMA
TÂNIA MARGARETE DE LIMA
TANIA REGINA MORESCHI FABIANE
TERESINHA CARINI GORGES
VALTER CRESTANI
ZULMIRA APARECIDA RAITZ GUZELLA
CIÊNCIAS HUMANAS
Pelos estudos realizados percebemos que vários são os temas que podem ser trabalhados interdisciplinarmente adequando- se assim as disciplinas afins.
Segundo Gaudêncio Frigotto (1995), em seu artigo: A interdisciplinaridade como necessidade e como problema nas ciências sociais: "os processos educativos somente podem ser analisados tomados como objeto das ciências sociais, sem lhe tirar a especificidade e nem a cientificidade."
Nesse ensaio "trata- se de aprender a interdisciplinaridade como uma necessidade e como um problema no plano material histórico-cultural e no plano epistemológico. O caráter necessário do trabalho interdisciplinar na produção e na socialização do conhecimento das ciências sociais decorre da própria forma de o homem produzir- se enquanto ser social e enquanto sujeito e objeto do conhecimento social.
Funda- se também no caráter dialético da realidade social que é uma e diversa e na natureza subjetiva de sua apreensão. O conhecimento social tem um caráter unitário, porque os homens, ao produzirem sua existência mediante as diversas relações e práticas sociais, o fazem enquanto uma unidade que engendra dimensões biológicas, psíquicas, intelectuais, estéticas.
O conhecimento não tem como ser produzido de forma neutra tendo em vista que as relações que ele tenta apreender não são neutras. É nesse âmbito que percebemos que a interdisciplinaridade na produção do conhecimento é uma necessidade imperativa.
A interdisciplinaridade se apresenta como problema pelos limites do sujeito que busca construir o conhecimento de uma determinada realidade e pela complexidade desta realidade e seu caráter histórico.
Os limites se apresentam no plano de formação, pois nenhum sujeito individual da conta de exaurir determinada problemática.
E sob condições históricas o processo de vida real dos homens se produziu sob relações de dominação, exclusão e alienação mediante a cisão dos homens em classes ou grupos sociais, limitando o livre desenvolvimento humano.
A produção e a divulgação do conhecimento não se faz alheia aos conflitos, antagonismos e relações de forças que se estabelecem entre as classes ou grupos sociais, tornando- se assim problema para o trabalho interdisciplinar.
As forças dominantes não só detêm o controle dos aparelhos de hegemonia como controlam os recursos materiais e financeiros. O avanço nesta luta exige um esforço de crítica ao modo dominante de produção social da existência, de organização política, e de concepções e teorias da realidade. Mas a crítica só tem seu efeito histórico quando se transforma em práxis e ação prática na produção de alternativas ao modo alienante e excludente de produção da vida humano- social.
Desenvolvemos uma cultura que esconde o conflito e as crises. Dilui- se o conflito, minimiza- se a desigualdade social e a profunda discriminação racial e se faz apologia do consenso da conciliação e da harmonia.
Propostas interdisciplinares no campo da pesquisa ou na prática pedagógica que não romperem com essa tradição estão fadadas a reforçar o senso comum do ecletismo.
A condição prévia para o trabalho interdisciplinar, tanto no nível da pesquisa como do trabalho pedagógico, é de que as concepções de realidade, conhecimento, os pressupostos e categorias de análise sejam criticamente explicitados. A diluição forçada do conflito e da diversidade não ajuda ao avanço do conhecimento e nem à prática democrática.
O limite mais sério para a prática do trabalho pedagógico interdisciplinar, situa- se na dominância de uma formação fragmentária, positivista e metafísica do educador e de outra nas condições de trabalho a que está submetido.
O debate educacional avançou bastante sobretudo a discussão sobre escola unitária e formação politécnica, tem significado um esforço de crítica à forma dominante de educação fragmentária. Percebemos que na medida que novos atores e forças sociais assumem espaços no plano político organizativo da sociedade, essas concepções encontram maior espaço de seu exercício e de seu efetivo, como também dos limites e possibilidades." (Frigoto, 1995).
Conhecer os sujeitos da aprendizagem é fundamental para a condução adequada das aulas. De acordo com uma pesquisa com alunos do Ensino Médio do Colégio Estadual Arnaldo Busato, de Verê sobre seus valores atuais, seus planos para o futuro, a importância do conhecimento científico e como eles se imaginam daqui a 10 anos. As conclusões foram as seguintes:
- Todos valorizam muito a família, consideram-na a base, o suporte, o porto seguro para a vida toda. Alguns reforçam que querem levar adiante os ensinamentos recebidos dela. A maioria considerou também muito importante os amigos, o estudo e o trabalho. Também alguns destacaram a fé, a religião como um grande princípio a ser seguido.
- Sobre o conhecimento científico que é oferecido pela escola, a maioria dos entrevistados esperam que os ajude para se projetarem no futuro, garantir uma profissão, um trabalho bom e fixo. Alguns acham que esse conhecimento é a base para entrar numa universidade e ser bem sucedido, que este é a porta de entrada para um novo mundo para eles.
Mas, mesmo assim, nem todos veem as Ciências Humanas da mesma maneira. Para os poucos que não querem fazer faculdade não veem importância no estudo dessas disciplinas que, segundo eles, não influenciará em nada na sua vida. Outros por escolher cursos de outras áreas acham que não precisarão desses conhecimentos. Mais ou menos dois terços dos pesquisados veem importância nessas ciências. Consideram interessante para a compreensão das culturas, para a comunicação, para a vida em sociedade, ajudando a construir a ética e a moral, preparando-os para agir no presente e no amanhã.
Os planos para o futuro para a grande parte deles é fazer um curso superior, arrumar um bom trabalho e constituir uma família. Alguns reforçam o interesse em ser feliz e viajar. Pouquíssimos não citam o desejo de fazer um curso superior.
Sendo assim, a maioria se imagina daqui a 10 anos já formado, com sua própria família constituída e trabalhando. Alguns esperam poder ajudar os seus pais financeiramente e também já ter sua casa própria e carro para poder se sentir realizado e feliz.
Além de conhecer os alunos é fundamental também se ter uma "ação curricular" com sequência didática. Sabemos que o currículo escolar é dinâmico possuindo conteúdos que mudam no decorrer do tempo e outros que permanecem.
Temos por exemplo:
- As diversas linguagens artísticas, pois a arte abrange quatro modalidades teatro, dança, música, artes visuais, e é um processo de aprendizagem com eixos norteadores produzir, apreciar e contextualizar, e acreditamos que reconhecemos a importância do ensino da arte e mudar sim em alguns aspectos de antigamente para hoje, como da própria formação do professor e atualmente temos uma linguagem mais ampla, sabemos que para seguir a disciplina de arte, temos que ter como base as Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais, mudamos algumas experiências mas o conteúdo predomina o mesmo, colocando conforme a realidade da escola.
- Mudanças ocorridas nos últimos anos na Língua Portuguesa: A partir da década de 60, o estudo da língua por ela mesma começa a ser questionado e analisado a partir de novas propostas. Surge uma nova preocupação voltada então para o uso da linguagem. Passa-se a analisar além da frase o seu aspecto social que começa a fazer parte do estudo da língua. Algumas teorias se propõe não mais à análise da frase ou do texto em seu contexto imediato, mas que releva tanto a materialidade linguística quanto às condições de produção dos diversos gêneros do discurso (aspectos sócio-histórico-ideológicos). Entre elas a análise de discurso.
Analisar o discurso é analisar não só o enunciado, mas toda a enunciação levando em consideração as condições de produção e as ideologias presentes. É analisar não só o dito, mas principalmente o não-dito. É o “como” esse texto significa e não “o que ele quer dizer” que interessa.
Um novo recorte de disciplinas, um novo objeto de estudo: o discurso.
O discurso é assim palavra em movimento, prática de linguagem: com o estudo do discurso observa-se o homem falando”. Toda produção de linguagem é considerada discurso, e mais, é constitutiva dos sujeitos.
- A proposta para o ensino da Biologia foi construída a partir do currículo básico e a medida que os conteúdos e as propostas foram se modificando fomos adequando a nossa proposta, a Bilogia tem como conteúdo principal o estudo da Vida. Muitas mudanças já ocorreram uma delas destaca a formação dos professores que está mais adequada as necessidades dos estudantes e a qualidade do que é ensinado também tem melhorado com o passar dos anos. Hoje o ensino da biologia está baseado nas diretrizes curriculares para o Ensino Médio e a realidade da escola.
De acordo com o conceito de interdisciplinaridade (Frigoto) e após análise e discussão das Diretrizes Nacionais da Educação Básica e Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná, observamos que é possível desenvolver nas ciências humanas vários conteúdos de forma interdisciplinar, se fizermos algumas adaptações em relação à ordem dos conteúdos ministrados para que coincidam no mesmo período. Entendemos que desta forma os educandos poderão ter um maior aproveitamento, a partir de uma visão holística do conhecimento.
FRIGOTTO, G. A interdisciplinaridade como necessidade e como problema nas ciências sociais. In: JANTSCH, A, & BIANCHETTI, L. (Orgs.) Interdisciplinaridade para além da filosofia do sujeito. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
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