Áreas do conhecimento
O currículo integrado organiza o conhecimento e desenvolve o processo de ensino-aprendizagem de forma que os conceitos sejam apreendidos como sistema de relações de uma totalidade concreta que se pretende explicar/compreender.
Nas DCEs temos a concepção de conhecimento em suas dimensões científicas, filosóficas e artísticas; e considera as dimensões do trabalho e da pesquisa fundamentais no processo de formação do educando. Tem-se ainda reforçada a importância das disciplinas de tradição curricular, contrapondo-se ao modelo de organização curricular por áreas de conhecimento das DCNEM.
Nas DCE “a interdisciplinaridade é uma questão epistemológica e está na abordagem teórica conceitual dada ao conteúdo em estudo, concretizando-se na articulação das disciplinas cujos conceitos, teorias e práticas enriquecem a compreensão desse conteúdo” (PARANÁ, 2008). Infelizmente não se tem tempo suficiente para o planejamento integrado para que se efetive a interdisciplinaridade.
Na proposta Curricular de Língua Portuguesa (LP) temos que ao ampliar suas leituras e aprimorar seus conhecimentos linguísticos, o aluno tem possibilidades de desenvolver sua sensibilidade estética e assumir uma postura ativa no contexto em que está inserido, interagindo no âmbito social. E que na LP o ensino e a aprendizagem devem objetivar o letramento do aluno, aprimorar seus conhecimentos linguísticos, preocupando-se não somente com o mundo do trabalho, ou com os concursos vestibulares, mas com sua formação integral. O trabalho com a Língua Portuguesa deve proporcionar ao educando compreensão dos textos que lê e que encontre o espaço para as práticas de linguagem que lhe possibilite interagir na sociedade. É na escola que o educando aprende a ter voz e fazer uso da palavra. Nessa perspectiva, a linguagem é vista como fenômeno social, uma vez que nasce da necessidade de interação entre os homens. O desenvolvimento dos conteúdos promoverá relações interdisciplinares, utilizando os conhecimentos de outras disciplinas para aprofundar, ampliar e discutir os conteúdos de Língua Portuguesa. O que, sem um planejamento coletivo, não acontece na íntegra.
No ensino integrado, os conteúdos de ensino não podem compor o currículo como teorias, conceitos e procedimentos abstratos, sem historicidade e sem sentido social. Ao contrário, são conhecimentos construídos historicamente que se constituem como condição necessária para que os educandos possam construir novos conhecimentos e compreender o processo histórico e social pelo qual os homens produziram e produzem sua existência, com conquistas e problemas. Esta realidade é tanto material - a natureza e as coisas produzidas pelos homens —quanto social e cultural, configurada pelas relações que os homens constroem entre si e conforma uma totalidade. O currículo integrado organiza o conhecimento e desenvolve o processo de ensino-aprendizagem de forma que os conceitos sejam apreendidos como sistema de relações de uma totalidade concreta que se pretende explicar/compreender.
A integração de conhecimentos no currículo depende de uma postura de cada professor, cada qual de seu lugar; o professor de Química, de Matemática, de História, de Língua Portuguesa, etc. podem tentar pensar em sua atuação não somente como professores da formação geral, mas sujeitos que se dispõem a compreender e a agir no mundo, fazendo-o a partir da contribuição de seus conhecimentos específicos, mas sempre em diálogo com o outro.
O trabalho como princípio educativo é, antes, uma concepção de mundo, de homem e de sociedade e, portanto, da própria educação.
Quanto aos estudos no interior de cada disciplina, lembremos que os conhecimentos científicos, técnicos e operacionais que estão na base dos fenômenos naturais e das relações sociais, ao se constituírem em objetos de ensino.
Como então fazer essa transposição de disciplina para áreas do conhecimento?
Os professores receberão formação adequado para cumprir com esse “novo modelo” de ensino?
Muitas são as dúvidas. Se não enfrentarmos a questão, corre-se o risco de considerar que a simples sistematização do conhecimento é suficiente para que o aluno estabeleça relações entre ideias, fatos e fenômenos e esteja apto para enfrentar situações concretas que demandam problematizações, elaborações conceituais e soluções. Como fazer????
Certamente precisamos de mais estudo e cursos de formação para estarmos aptos e seguros para esse futuro que nos abraça.