Orientador: Giselly Alves Martins
Professores cursistas: Catarina Ishibaro, Cenira Lima, Emanuelle Mandu, Fernando Lima, Márcia Regina Alexandre, Marcos Borst, Michele Strassburger, Silvia Lipski e Telma Bonfim
Em relação ao patrimonialismo, o conceito que expressa o papel de servidor é atribuído àquele que ocupa alguma função de responsabilidade. Na história brasileira foi entendido contrariamente, ou seja, os que ocupam cargos públicos freqüentemente fizeram-se reconhecer como sujeitos a serem servidos e as instituições a que prestavam serviço eram colocadas a seu interesse, situação que o caderno V chama de “patrimonialismo”. Não é raro ainda na atualidade que servidores públicos usem do seu posto de serviço para exercer poder e desfrutar de influência social, exigindo obediência e respeito. Por sua vez a sociedade, que não foi habituada e raramente respeitado o seu direito à participação também se curva a esse tipo de comportamento e interesse entendendo o papel do servidor e da instituição como um favor que lhe é devido e não como um direito que lhe é garantido.
A redemocratização do País, as garantias constitucionais, o papel dos conselhos paritários fizeram modificar significativamente essa compreensão e prática, mas ela ainda esta presente no inconsciente coletivo e nas equívocas interpretações da legislação ou no desconhecimento delas por uma parcela significativa da população.
Ao contrário de patrimonialismo, espera do servidor e das instituições o desenvolvimento da autonomia que não pode e nem deve ser confundida com “anarquia” ou falta de regulação, mas capacidade de caminhar em direção à sua meta respeitada a visão e a missão que lhe é própria ou para a qual foi instituída na sociedade.
No caso da educação, a gestão se deu com a realização da Conferência Nacional de Educação que redundou no Plano Nacional de Educação, que uma vez aprovado precisa ser acompanhado pela sociedade a fim de que suas metas sejam cumpridas em todos os níveis das unidades federadas.
É um processo que precisa envolver a todos e ser entendido como uma conquista e não como um favor. Todavia a falta de democracia na gestão da escola, instituição ainda marcada pelo corporativismo, pelas disputas internas, pelos grupos de interesses, pela hierarquização, outras vezes resultados da insuficiente preparação humana e intelectual e da falta de preparação dos sujeitos para relacionamentos interpessoais.
A excessiva hierarquização das instituições públicas, ainda permite aos diretores de escola deter o controle por meio da “última palavra”, ou do “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Neste sentido é comum a falta de responsabilidade coletiva em detrimento do cumprimento de responsabilidades individuais.
Outra questão problemática na gestão da educação, são os grupos que se formam no interior das instituições, com seus interesses cuja finalidade é prevalecer sua perspectiva.
Neste contexto o desafio para uma gestão democrática é criar oportunidades de participação de todos os seus envolvidos. Sobretudo, os pais, que apresentam dificuldades em participar por decorrência das situações econômicas, culturais, e institucionais, fazendo com que se considerem inferiores no interior das instituições.
Levá-los a uma participação ativa é de necessidade imperiosa para superar a prática patrimonialista presente permanente.
Na Escola algumas práticas patrimonialistas já foram enumeradas no que se refere a constituição dos conselhos e a efetivação do grêmio estudantil. Os pais são estimulados para a participação mas ainda um tanto tímido, quando chamados para a escola a convocação é de caráter patrimonialista cuja finalidade é informa aos pais que “seu filho é indisciplinado”, “não está cumprindo o regimento escolar” ou “entrega de Boletins”. Nas ocasiões em que os pais são convocados para reuniões, são levados num grande auditório onde assistem passivamente a uma palestra sobre temas que algumas vezes são alheios à educação. E em seguida recebem as informações sobre as normas da escola através do Regimento e o calendário.
Em nosso Colégio o PPP é constituído como um quebra cabeça com repetições e incompreensíveis para muitos, principalmente os pais, tanto quanto desconhecido por boa parte dos professores.
Romper com esta cultura implica antes de tudo formação dos todos os docentes e gestores para a participação de eventos e para a democracia. Isso ocorre através da “Semana de Integração Comunidade Escola” onde pode observar os trabalhos realizados pelos filhos bem como seu valor e inserindo-os à comunidade.