Orientador: Giselly Alves Martins
Professores cursistas: Catarina Ishibaro, Cenira Lima, Emanuelle Mandu, Michele Strassburger, Silvia Lipski e Telma Bonfim
As linguagens estão presentes em tudo, um texto escrito, uma embalagem, um gesto, uma canção, um desenho, quanto mais contato se tem com as diversas formas de expressão, maior é a compreensão do mundo em que se vive e a interação com o mesmo.
No filme o Enigma de Kaspar Hauser a interação do personagem com o outro ou si mesmo é limitado, sua linguagem corporal, fala e relacionamento com o mundo também o são. Quando ele sai do cativeiro e tem contato social, aos poucos ele vai adquirindo linguagem mas ainda assim entender o real significado ou o sentido figurado das coisas é algo que ele não consegue fazer. Uma das falas dele chama muita atenção:
“- Tenho que aprender a ler e a escrever para depois poder compreender.”
Mas ainda assim mesmo aprendendo muitas coisas fogem de sua compreensão.
Kaspar Hauser não passou por um processo de socialização, onde exercitaria a compreensão através da prática social, não consegue atribuir significado às coisas, mesmo tendo adquirido a linguagem. Assim, analisando o caso de Kaspar Hauser, somos levados a pensar que não apenas o sistema perceptual, mas as estruturas mentais e a própria linguagem são resultantes da prática social, ou seja, as práticas culturais "modelam" a percepção da realidade e o conhecimento por parte do sujeito. (Saboya, 2001 – p. 6)
No filme da pra perceber que o convívio restrito do indivíduo desde o início de sua existência limitou o mesmo. Todo ser humano precisa do convívio social para crescer, evoluir e se tornar um cidadão capaz de fazer suas escolhas sem agredir o ambiente que se vive ou a si mesmo. Esse convívio com outros indivíduos permite um melhor direcionamento e mais possibilidades de escolha. Quanto mais amplo for maiores as possibilidades.