Colegio Benjamim A. Motter caderno 3

Pensamos que a relação existente entre o ensino com o mundo do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura, nos moldes atuais da educação brasileira, está ligada mais diretamente as questões de trabalho e da cultura.
         O ensino está relacionado ao mundo do trabalho, na medida em que, a escola,como Aparelho Ideológico de Estado, tem como objetivo a domesticação dos corpos, ou seja, na escola pública ensinamos os alunos a ficarem sentados quatro horas, em fila, de preferência  calados,  a  cumprir  horário,  ter  responsabilidades,  usar  uniformes  e  obedecer. Isto é, os alunos aprendem a se comportar na escola da mesma forma que deverão se comportar no trabalho
      .O ensino tem relação com a cultura, na medida em que, por menos críticos que sejam os conteúdos trabalhados em sala, são conhecimentos culturais acumulados pela humanidade, portanto o ensino contempla a questão da cultura.
       No entanto, no que se refere à relação do ensino com o mundo da tecnologia e da ciência, acreditamos que eles não estabelecem relação, pois com referência às questões de  tecnologia,  nós,  professores,  apesar  de  utilizarmos  a  tecnologia  de  forma  mais produtiva, não conseguimos competir com nossos alunos no que se refere ao domínio dessas tecnologias.
        Em se tratando da relação do ensino com a ciência, contribuímos menos ainda,pois se nós mesmos não estamos envolvidos com nenhuma pesquisa científica, como podemos estender esse conhecimento aos nossos educando!
        Está reflexão vem ao encontro do conteúdo exposto no Caderno III do MEC, o qual nos apresenta a organização dual do currículo do Ensino Médio no Brasil que, ou prepara os alunos para a universidade ou para o mundo do trabalho.
       De acordo com o material, está dualidade dever ser superada na medida em que ambas são  organizadas  de  forma fragmentada,  o  que  evidencia suas  falhas:  saberes dissociados da realidade e aprendizado pela repetição e não pela contextualização. Neste sentido, o isolamento, a hierarquização e o formalismo devem ser substituídos por um currículo  que  privilegie  a  formação  integral  humana,  no  qual  os  conteúdos  se organizariam a partir de um núcleo comum que contemple o trabalho, a tecnologia, a ciência e a cultura.