Ciências
Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio.
Etapa II
Caderno III
Orientadora- Andréia Maria Digiovani Frumento
Professoras Cursistas
Amanda Gondro Celestino
Carolina Cassimira Molina
Everly Lilian Domingues
Jurema Aparecida Matuichuk
Soraya Geremias Ribeiro
REFLEXÃO E AÇÃO Caro professor, cara professora, leiam as proposições abaixo, retiradas do livro Ensino de Ciências e Cidadania das autoras Myrian Krasilchik e Marta Marandino (2007, p. 54-55). Este livro pode ser encontrado na biblioteca da sua escola, pois faz parte do acervo do Programa Nacional Biblioteca da Escola – PNBE do Professor, do ano de 2010.
Discuta essas afirmações com os seus colegas. Todos concordam com essas afirmações? Como podem, de fato, serem planejadas práticas que corroborem com tais proposições?
Sendo assim, como mencionado por Delizoicov, Angotti e Pernambuco no livro Ensino de Ciências fundamentos e métodos (2009- 3º edição) A ciência não é mais um conhecimento cuja disseminação se dá exclusivamente no espaço escolar, nem seu domínio está restrito a uma camada específica da sociedade, que a utiliza profissionalmente. Faz parte do repertório social mais amplo, pelos meios de comunicação e influencia decisões éticas, políticas e econômicas.
Diante das questões do livro Ensino de Ciências e cidadania de Myriam Krasilchik e Martha Marandino (2007- 2º edição, p, 54 e 55)
Ensinar Ciências é:
• Estimular atividade intelectual e social dos alunos.
• Motivas e dar prazer pelo aprendizado.
• Demonstrar que o progresso da ciência e tecnologia resultou de um esforço cumulativo de toda a humanidade.
• Demonstrar que o conhecimento científico vai mudando à medida que novas informações e teorias levam a interpretações diferentes de fatos.
• Estimular a imaginação, a curiosidade e a criatividade na exploração de fenômenos de interesses dos alunos.
• Fazer com que os estudantes conheçam fatos, conceitos e ideais básicas da ciências.
• Dar condições para trabalhos práticos que permitam vivenciar investigações científicas rigorosas e éticas.
Ensinar Ciências não é:
• Realizar exercícios de laboratórios seguindo “receitas”, sem promover discussões para análise de procedimentos e resultados.
• Usar “fórmulas” para resolver problemas sem discutir o seu significado e propostas alternativas.
• Fazer os alunos decorarem termos que não mais serão usados durante o curso.
• Priorizar na sequência do curso e das aulas o conteúdo sem levar em conta fatores que promovam a motivação e o interesse pelo mesmo.
• Não relacionar e exemplificar sempre que possível o conteúdo ao cotidiano e às experiências pessoais dos alunos.
• Não apresentar aplicações práticas do que é ensinado.
Ciência é uma palavra que deriva do termo latino “scientia” cujo significado é conhecimento ou saber. Atualmente se designa por ciência todo conhecimento adquirido através do estudo ou de prática, baseado em princípios certos, segundo o dicionário virtual significados.com.br.
Na atualidade, o professor de Ciências deve ligar seu conhecimento à tecnologia: ligar os grandes avanços à didática das ciências da natureza. É importante também conhecer outras áreas como as ciências sociais, contábeis, atuariais, exatas e naturais, cada uma com sua particularidade que, se aplicadas à educação, deve-se pensar no significado base aplicado aqui: “Todo conhecimento adquirido deve acontecer através da práxis”. Isso torna o conhecimento prazeroso. O ensino das Ciências não pode mais estar ligado às didáticas utilizadas antigamente.
De acordo com Pierre e Develay (2010)
A construção de conceitos ao longo da história efetuou-se por retificações sucessivas, cada etapa contendo em si diferentes obstáculos epistemológicos que são, às vezes, levantados posteriormente.
A ciência não se limita a suas produções atuais e estas não estão terminadas.
A construção da ciência não corresponde a uma pesquisa qualquer de um ideal de verdade sem ela com funcionamento das sociedades humanas.
Os conceitos científicos são antes de tudo respostas a problemas.
Um conceito científico tem um poder explicativo e preditivo por ser antes de tudo uma relação desvinculada de situações concretas que lhe dera sentido.
Um conceito só e explicativo no interior de um campo de validade que deve ser limitado.
Um conceito científico pode ser formulado de maneira hierárquica em relação a diferentes níveis de abstração.
Os conceitos não são ordenados em série linear, mas cada conceito científico se encontram no centro de um nó numa rede conceitual.
As leis científicas consideram muitas vezes apenas uma causa, a mais importante para explicar uma situação dada.
Percebe-se que o estudo da ciência precisa chegar ao educando de maneira prática e realista, para que este entenda o objeto de estudo e sinta prazer em estudar o conteúdo proposto e não apenas decorar para fazer uma avaliação.
Na letra da música de Gabriel O Pensador, ele faz uma crítica não só ao estudo das Ciências, mas a todas as disciplinas escolares que cobram apenas que os conteúdos sejam decorados:
“[ ... ] Mãe tirei um dez na prova, Mãe eu tirei um cem quero ver quem me reprova, estudei toda a lição, não aprendi nada de bom, mas tirei dez na prova [...]”.
Através da letra da música pode-se perceber a importância de uma aula que preze pela contextualização de todas as disciplinas, que deve levar em conta a realidade que se vive bem como as necessidades existentes em sua comunidade, esse desenvolvimento de trabalho não é impossível de acontecer. Pode-se notar isso, nos exemplos abaixo:
Aluna é finalista na Olimpíada dos Gênios
Soluções para o impacto ambiental causado pela poluição e formas alternativas para a conservação dos alimentos muitas vezes surgem de ideias simples e ao mesmo tempo geniais. Com apenas 16 anos e uma ideia inovadora, a estudante do Ensino Médio Sayuri Tais Miyamoto Magnabosco, do Colégio Bom Jesus, em Curitiba (PR), teve um projeto científico com essa proposta reconhecido na Olimpíada dos Gênios, ouGenius Olympiad, que ocorre em Nova York, nos Estados Unidos.
Sayuri, ao lado de estudantes de 65 países, apresentou ao público trabalhos relacionados a questões ambientais. O projeto da curitibana, “Embalagem biodegradável com função antimicrobiana para substituir bandejas de isopor”, foi escolhido pelos organizadores da feira científica entre os três mais inovadores e aplicáveis. Ela também recebeu uma bolsa de estudos da State University of New York at Oswego, organizadora do evento.
Adubo feito de carcaça de peixe é solução no Para
Moisés Lopes Rodrigues conquistou o 2º lugar do Prêmio Jovem Cientista, na categoria Ensino Médio.
Nascido em Brasília, o estudante Moisés Lopes Rodrigues mudou-se para o Pará aos nove anos. Em sua nova cidade, Tucuruí, envolveu-se com a área de pesquisa e participou de feiras de ciência. Os desafios de sua região inspiraram o jovem a desenvolver o trabalho que conquistou o 2º lugar na categoria Ensino Médio do Prêmio Jovem Cientista: um adubo orgânico feito a partir de carcaças de peixe, que se revelou uma alternativa de baixo custo e fácil produção para o agricultor familiar.
A pesquisa de Moisés busca resolver dois problemas de uma só vez: o impacto ambiental gerado pelo acúmulo de resíduos de peixes e o uso de fertilizantes químicos na agricultura. A cidade, localizada no sudeste do Pará, tem a pesca como uma das principais atividades econômicas e sofre com o descarte das carcaças de peixe, que ficam na beira dos rios e geram mau cheiro. Diante do problema, Moisés e seu professor, Paulo Sérgio Melo das Chagas, tiveram a ideia de usar esses resíduos para produzir um adubo natural – como o solo da região é pobre em propriedades naturais, a utilização de fertilizantes químicos é elevada.
O primeiro passo foi a secagem dos resíduos de peixes. “Esse foi o nosso maior desafio, pois não tínhamos um equipamento moderno e foi preciso deixar o material exposto ao sol. O cheiro ficou bem forte”, afirma o estudante. As carcaças ficaram ao ar livre por cinco dias e, em seguida, passaram por um processo de desidratação. “Assamos as carcaças com galhos secos de árvores por duas horas. Por fim, trituramos e peneiramos a mistura, dando origem ao adubo”, diz.
Com o adubo pronto, era hora de testar. Foram escolhidas duas plantações de coentro e duas de alface: um grupo de cada vegetal recebeu o adubo de peixe e o outro foi fertilizado com esterco de curral curtido, muito utilizado pelos agricultores locais. “Observamos que, após 20 dias, as plantas que receberam o novo adubo cresceram muito mais do que as que não receberam. Verduras maiores têm poder de venda também maior, por isso o adubo ajuda o agricultor familiar”, diz. Além do tamanho, as hortaliças também cresceram mais rapidamente, diminuindo o tempo de colheita em oito a nove dias. Para o pequeno agricultor, este resultado garante uma maior rotação de culturas, além de elevar a lucratividade.
Moisés sempre teve vontade de escrever um projeto para concorrer ao Prêmio. Sua inscrição teve a contribuição do professor orientador do vencedor da última edição do Prêmio Jovem Cientista, o estudante paraense Edivan Pereira, que desenvolveu um filtro feito a partir de caroços de açaí. “Não conheço o Edivan pessoalmente ainda, mas depois da premiação conversei com ele pelas redes sociais. Minha inspiração veio do professor Gilberto Silva, orientador dele e de outros jovens pesquisadores de nossa região. Foi ele que me convidou para apresentar meu projeto em uma feira de Ciências regional pela primeira vez”, lembra.
De acordo com o estudante, seu trabalho pode ajudar desde a etapa da produção até o consumo final. “O agricultor terá um fertilizante de baixo custo e grande produtividade, e o consumidor terá acesso a uma hortaliça maior e cultivada sem agrotóxicos. A pesquisa ajuda a garantir ainda a segurança alimentar e nutricional de agricultores e consumidores”. “Tenho vontade de transformar meu estudo em um projeto social e expandi-lo para outras regiões”, diz.
Pode-se notar, através dos exemplos citados, que a aluna do Ensino Médio, aluna de escola particular de Curitiba, descobriu um problema que necessitava ser resolvido em seu cotidiano. Foi olhando sua mãe despejar muitas e muitas embalagens de isopor, material altamente tóxico, que ela teve a ideia de criar algo com material alternativo. Por sua criatividade e o valor de seu projeto, isso mereceu reconhecimento internacional.
No segundo exemplo, um garoto de escola pública do Pará, também pensando em sua realidade, em uma problemática comum em sua região, desenvolveu um fertilizante de baixo custo com carcaças de peixes, o que fez com que seu trabalho contribuísse com a população local e seu mérito reconhecido nacionalmente.
Esses exemplos provam que o ensino das Ciências deveria contribuir para a formação de um ser humano que seja capaz de entender a realidade e transformá-la quando necessário.
Referência:
Dicionário de significados. Disponível em: <www.significados.com.br/ciencia/
bomjesus.br/sobre/noticias-exibe.vm?id=88465190> Acesso em 03 de agosto de 2015
Ciência hoje. Disponível em <cienciahoje.uol.com.br/noticias/2015/05/imagens/...jpg/view
www.organicsnet.com.br/.../adubo-feito-de-carcaca-de-peixe-e-solucao> Acesso em 03 de agosto de 2015
TRINDADE, LAÍS S. P. Os caminhos da ciência e os caminhos da educação: ciência, história e educação na sala de aula. São Paulo: Madras, 2007.
ASTOLFI, J. e DELEVAY, M. A didática das Ciências. 14ª ed. Campinas, SP: Papiros, 2010.
DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A.; PERNAMBUCO, M.M. Ensino de Ciências fundamentos e métodos. 3ª ed. São Paulo: Cortez Editora, 2009.
KRASILCHIK, M. e MARANDINO, M.; Ensino de Ciências e Cidadania. 2ª ed. São Paulo: Ed. Moderna, 2007.
CAMPOS, M. C. C. e NIGRO, R. G.; Teoria e Prática em Ciências na Escola. 1ª ed.. São Paulo: FTD, 2009
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