TEMÁTICA 6 - AVALIAÇÃO
Avaliação ou simplesmente nota?
Não é de hoje que as metodologias utilizadas para avaliar alunos são discutidas.
Em sua grande maioria parecem ser discussões “circulares”, ou seja, quando se acredita ter encontrado um bom meio de se avaliar, percebemos que apenas retornamos para o inicio da temática.
Muitos educadores anseiam por uma fórmula mágica, capaz de resolver todos os problemas e entraves encontrados em seu cotidiano. Alguma forma de não apenas atribuir uma nota ”x ou y” para o educando, mas algo que contemple todo o desenvolvimento cognitivo, relacionamento interpessoal, destreza e diversas características inerentes a cada fase da vida de um ser humano.
Em oposição a esse pensamento, alguns educadores dizem que não adianta levar outros fatores em consideração se ao final de todo o processo, o que vale é apenas a nota. Nota que servirá para um futuro ingresso em uma universidade, um concurso entre outros tanto que visam exclusivamente a pontuação obtida.
Observando o PPP da escola, no que tange a avaliação, encontramos explicitado:
Buscamos superar a prática de uma avaliação excludente e para tanto entendemos a avaliação como prática emancipadora com função diagnóstica, permanente e contínua como meio de obter informações necessárias sobre o desenvolvimento da prática pedagógica para a intervenção e reformulação desta prática e dos processos de aprendizagem.
Atendendo a DELIBERAÇÃO Nº 007/99 sobre a Avaliação do Aproveitamento buscamos os instrumentos adequados ou formas adequadas para a avaliação. Entendemos que quando bem realizada a avaliação dá suporte à ação educativa, facilita o planejamento do professor e garante a existência de interações produtivas entre educador e educando, assim como entre educandos.
(...) O aluno será avaliado continuamente, através das técnicas e instrumentos diversificados como: provas, testes, pesquisas, atividades individuais ou em grupo, apresentações culturais e artísticas, apresentação de trabalhos em banca, relatório, síntese, seminários e debates.
(...) Os alunos em geral são submetidos a realizar provas previamente organizadas adotadas a média 60 (sessenta) e um trabalho valendo 40 (quarenta) onde o professor fará a somatória totalizando 100 (cem) pontos. O resultado obtido é expresso em números, lembrando que haverá preponderância dos aspectos qualitativos a quantitativos.
O aluno cujo aproveitamento for insuficiente no trimestre deverá realizar a recuperação que ocorre paralelamente no bimestre, recuperação esta elaborada e aplicada pelo docente que indicará a área de estudos e os conteúdos em que o aluno foi considerado insuficiente.
Por ser uma escola pequena, se considerarmos a média de alunos de outras escolas regulares, temos condições de fazer uma avaliação diferenciada das dificuldades apresentadas, com interferências que resultam numa melhor aprendizagem. Isso tem propiciado à escola taxas de rendimento altas com baixos índices de evasão e reprovação. Esses dados são sempre discutidos com toda a equipe no início de cada ano letivo para que haja um comprometimento geral com as metas a serem buscadas.
Com relação às avaliações externas também temos apresentado índices superiores aos do Estado e do Município, mas inferiores ao que gostaríamos de ter. Somos uma escola que trabalha apenas com o ensino médio integrado e temos percebido que, a cada ano, os alunos estão chegando neste nível de ensino com muitas dificuldades em conteúdo que deveriam já ser de domínio nas séries anteriores. Buscamos desenvolver atividades paralelas de recuperação, sem muito interesse dos alunos. Com relação ao ENEM, os alunos comentam que tem excesso de leitura, pouco tempo para responder muitas questões e que sempre chutam nas partes finais das provas por falta de tempo e por cansaço.
Acreditamos que o item avaliação é fundamental para o espaço escolar e para a qualidade do ensino em geral. Mas a grande pergunta que devemos nos fazer é a seguinte: Que tipo de cidadão queremos formar?
Ao tentarmos responder a essa e outras tantas perguntas, esbarramos em velhas dificuldades, tais como o déficit existente na hora- atividade, baixa remuneração, um currículo retrógrado e engessado, infraestrutura precária e problemas sociais que afetam as vidas de educandos e educadores.
Talvez rever esses pontos não seja a solução, mas com certeza é uma grande contribuição para discutirmos de uma maneira mais sincera o processo avaliativo.