Quanto aos profissionais que atuam na Educação de Jovens Adultos e Idosos, quase que em sua totalidade, tem perfil para lidar com as diferenças presentes nesta modalidade. Os professores são formados na área que atuam, todos com uma ou mais especialização, e alguns com mestrado e Doutorado. Na área da educação especial, temos atualmente 8 profissionais para atender os alunos inclusos. Analisando o quadro dos profissionais atuantes, poderíamos dizer então que não temos grandes problemas. Ledo engano.
Em relação ás diversidades entre os educandos , elencamos, algumas:
Alunos com diferentes faixas etárias a partir de 15 anos, matriculados nas disciplinas ofertadas, formando turmas heterogêneas.
Atualmente, no município, O CEEBJA,está entre as escolas que mais tem alunos inclusos, nas diferentes áreas: surdez, Deficientes visuais, Déficit intelectual, e alunos laudados e não laudados, devido a idade, porém com algum tipo de dificuldade de aprendizagem/ transtornos.
Atendemos ainda alunos em privação de liberdade (CENSE) , em conflito com a Lei, liberdade assistida, e evadidos do ensino regular, por não se adaptarem as regras. Temos portanto, que lidar com a indisciplina.
Alunos trabalhadores da indústria e comércio, com carga horária mínima de 08 h diárias, e em diferentes turnos que frequentam a escola após uma jornada árdua de trabalho, cansados e desmotivados.
Posta assim a questão, é de se dizer que somente esses relatos já definem tamanha diversidade na EJA. Sem entrarmos nas questões de crenças, opção sexual, etnia, costumes etc... Portanto, um laboratório de diferentes ideias. Trabalhar com tais diversidades exige muito dos profissionais, principalmente do professor regente que está na linha de frente do processo. Quando, a estrutura física não é adequada, ou quando, algum setor e ou profissional de apoio não desenvolvem adequadamente o seu trabalho, dificulta o trabalho do professor regente, que é sempre o mais cobrado no processo. Ao citarmos a estrutura física nos referimos a dificuldade para controlar o acesso de pessoas que não só estudantes, pois alegando ir a secretaria tem livre acesso aos corredores, biblioteca, anexo etc...podendo assim encontrar com alunos que porventura estão fora da salas de aula, nos bebedouros, por exemplo. Também, devido a estrutura, nossos alunos não tem um ambiente adequado para prática de jogos e atividades lúdicas, tampouco para realização de atividades extra-classe.
Em seguida vem a quantidade de alunos por turma/atendimento: Alguns coletivos superlotados e em ambientes que não são adequados a sala de aula, exemplo, auditório. Ambiente muito amplo, dificultando a comunicação, devido a acústica. Carteiras não adequadas. Quanto ao atendimento individual: Muitos alunos por turma, com inclusos, e um único profissional para atendê-los, pois na maioria das vezes o profissional da educação especial, não está na sala de aula, só faz atendimento individualizado em outros ambientes. Ainda, temos a questão do preenchimento das fichas individuais, pelo professor, que não tem em mãos todas a documentação do aluno, muitas vezes, ficando impossível o preenchimento das informações sobre o aluno.
E aí nos é perguntado: Como cada segmento pode contribuir para mudar essa situação? O grupo, ao analisar as questões sugere:
Devido a questão de segurança, dificultar ao máximo a entradas de pessoas estranhas aos corredores e no anexo, colocando um profissional itinerante nos corredores, pois temos pessoas que fora de função que poderiam dar esse apoio, em todos os turnos. Se alunos estiverem nos corredores , encaminha-los, pois, devido ao grande número de alunos, e a defasagem de conteúdos na maioria das vezes o professor prioriza a aprendizagem.
Quanto aos profissionais de apoio, que se fizesse uma reorganização, para que em toda sala que tiver alunos inclusos, esteja também um profissional da educação especial, mesmo que para isso, tivesse que organizar as matriculas dos alunos inclusos. Também sabemos que os alunos não laudados, mas com dificuldades de aprendizagem tivessem garantido o direito a esse atendimento com o profissional especializado. Se possível que um profissional atendesse em cada disciplina que tem matriculas de inclusos, e não por aluno.
Quanto aos problemas com a ficha individual do aluno: Acreditamos que parte dos problemas poderiam ser resolvidos se, o profissional da secretaria ao realizar a matricula do aluno, de posse de toda a documentação, fizesse o preenchimento impresso dos dados individuais, ficando a cargo do professor somente o preenchimento da carga horária, notas, e conteúdos, uma vez que a ficha individual é documento da secretaria , portanto , trabalho administrativo.
Em virtude dessas considerações, cabe a instâncias, ler, analisar, ponderar e conduzir o processo de reescrita do PPC, PPC, PTD, de maneira a garantir a aprendizagem de todos indistintamente.