CEEBJA TOLEDO

O Estado vem interferindo e muito na autonomia da escola. Hoje sequer a escola pode livremente remanejar os turnos dos professores (para ajustar horários), ou simplesmente mudar a sala de turmas, sem prévia justificativa.

Outro fator que gerou muitas discussões, são as resoluções/instruções que são impostas, sem nenhuma consulta prévia às escolas, onde só temos que acatar e tampouco podemos questionar tais decisões.

A exemplo disso, a Instrução 02/2014, extremamente fechada, com demandas, períodos de matrículas, alteração de números de alunos na modalidade individual, entre outras, sem flexibilidade no que tange a educação de jovens e adultos, a qual, segundo as diretrizes, foge dos eixos da referida modalidade: A cultura, o trabalho e  principalmente o “tempo”.

Quanto a ação do Conselho Escolar , pecebe-se que ele é consultado, porém, com uma singela frequência. Acreditamos que esse órgão deliberativo, deveria se fazer mais atuante, e para isso, haveria a necessidade também de um maior envolvimento dos profissionais da educação do estabelecimento, bem como professores, equipe pedagógica, funcionários, além de outros seguimentos como alunos e a comunidade escolar.

Houve já a iniciativa de se realizar reuniões, debatendo as funções dos conselheiros escolares, com encontros previamente marcados, infelizmente, este trabalho deixou de ser corriqueiro e atualmente não é mais uma prática efetiva na escola.

Todavia, os recursos financeiros que são aplicados na escola, todas as verbas que são recebidas via PDDE, fundo rotativo, entre outras, são colocados expostos em murais, com uma prestação de contas transparente e detalhada.

          O PPP da Educação para Jovens e Adultos passou a ser construído coletivamente a partir de 2005 nos CEEBJAS do Estado do Paraná. Teve mudanças significativas em 2010 com a inclusão dos adolescentes na EJA e atualmente são pequenas as alterações realizadas no decorrer do ano letivo após a definição do plano de ação da escola e projetos que devem ser desenvolvidos com a finalidade de trabalhar temas referentes aos desafios contemporâneos do CEEBJA, como também despertar o interesse dos educando pelo processo de Ensino Aprendizagem favorecendo sua permanência na EJA.

Antes de tudo, vale lembrar que na EJA o professor prima pelo diálogo, pois inicialmente é feito o diagnóstico do conhecimento acumulado pelo educando como ponto de partida para ampliação e construção do conhecimento sistematizado. Nesse sentido, o professor trabalha com atividades contextualizadas visando a motivação e interesse dos educandos, sendo o professor o mediador na aprendizagem de conteúdos básicos e específicos; na socialização e interação com o grupo; desta forma, contribui para formação integral do sujeito: “seres reflexivos”, crítico e consciente, com autonomia intelectual e moral. Capaz de participar em projeto e ações coletivas democráticas que possam transformar o seu cotidiano. Por outro enfoque, depois da mudança das normas em 2013 com a Instrução nº 02/2014, que determina a redução na oferta da carga horária semanal para o atendimento na modalidade individual, muitos estudantes acabam desanimando e desistindo, pela falta de sequência de conteúdo, dificultando o seu avanço. Essa redução faz com que o estudante leve muito tempo para concluir cada uma das disciplinas em curso, não atendendo às suas necessidades, pois os conteúdos tornam-se fragmentados. Também, o grande número de alunos por professor em salas de aula do individual, frequentemente com vários alunos especiais, dificulta o atendimento e a permanência dos mesmos na EJA. Assim, para que a escola possa promover um ensino de qualidade se faz necessário por parte da mantenedora manter o dialogo com as Instituições de Ensino, promovendo a autonomia na gestão democrática como seres reflexivos e não adestrados.