Cadernos 1 a 6 - resumo

CEEBJA – Professor Orides Balotin Guerra
Stella Maris Ramos
Iniciado no dia 2 de agosto com o encontro presencial, as discussões e as análises do caderno 2 continuaram até o dia 16 de agosto com a realização das atividades do fórum, Wiki, diário e produção do texto coletivo para publicar no Emdiálogo. A wiki é uma excelente ferramenta para construção de textos coletivos e certamente há uma interação respeitosa onde cada participante tem o direito de opinar, dar sugestões, explicar a todos porque defende determinada teoria ou prática elaborando um texto de consenso geral. Iniciamos a leitura doT caderno 3.
De acordo com a opinião do grupo chegamos à conclusão de que ouve um aumento desorganizado de vagas na rede escolar. Com isso priorizou-se a quantidade de alunos não garantindo a qualidade do ensino. Entretanto, surgiu a necessidade de professores qualificados para atender essa demanda, assim, os profissionais de diversas áreas ocuparam cargos docentes. No CEEBJA 80% dos alunos são trabalhadores, pais assalariados, alunos do CENSE e penitenciários, trabalhadores informais, com famílias desestruturadas, de diversas etnias, muito tempo fora da escola, falta de planejamento familiar. A escola deve construir o currículo baseada na realidade do aluno. Eles devem trabalhar e estudar, mas devido à falta de tempo e cansaço, eles priorizam o trabalho. Considerando as discussões sobre o histórico do Ensino Médio, verifica-se que há ainda muitos desafios que podem ser elencados, como: fragmentação e contextualização dos conteúdos, entre outros.
O CURRÍCULO DO ENSINO MÉDIO, SEUS SUJEITOS E O DESAFIO DA FORMAÇÃO HUMANA INTEGRAL
As relações existentes entre o que eu ensino e o mundo do trabalho, da ciência da tecnologia e da cultura é a ligação direta com o cidadão de Foz do Iguaçu, um dos integrantes da tríplice fronteira. O ensino de língua estrangeira inglês evidencia-se na interação entre a sua cultura e a do turista que nos visita, pela importância do nosso bem natural, a segunda maior catarata do mundo: As Cataratas de Foz do Iguaçu. O papel do professor é incentivar o aluno a valorizá-la como instrumento de compreensão de seu espaço próprio e o mundo a sua volta e de vê-la como área de conhecimento que estimule seu interesse, curiosidade, espírito de investigação e o desenvolvimento da capacidade para enfrentar problemas diários e o mercado de trabalho.
Essa integração envolvendo a cultura e o trabalho se faz pela convivência com estrangeiros e a tecnologia utilizada na metodologia de ensino ao usarmos filmes, fotos, mapas e outros meios na construção do conhecimento. A ciência e a tecnologia são usadas na pesquisa investigativa, que, por sua vez, requer que se leve em conta o contexto social e as relações de poder, permitindo ao aluno aplicar a sua aprendizagem criativamente em uma nova situação. Todo conteúdo busca inserir elementos que incitem a reflexão dos alunos sobre as demandas do mundo do trabalho. Ou seja, qualquer atividade que esteja sendo desenvolvida deve ser relacionada com a prática destacando a sua aplicabilidade em determinada área de trabalho demostrando assim que, a ciência vem sendo desenvolvida a partir das necessidades da evolução da humanidade. O trabalho de conscientização da necessidade do estudo de uma língua estrangeira mantém o aluno motivado com a perspectiva de alcançar posições de maior prestígio e,  consequentemente, salários melhores.
As DCNEM abordam em vários textos a questão da interação do sujeito do Ensino Médio e as relações de trabalho, para isso tem o trabalho como princípio educativo e a pesquisa como princípio pedagógico que envolve quatro dimensões: ciência, cultura, tecnologia e trabalho. O texto ressalta ainda que, não é permitido fragmentar essas dimensões e que é preciso haver interação entre as áreas do saber. Essa é uma das proposições que gera polêmica, pois isso se deve ao fato das DCNEM citarem o trabalho como uma das dimensões que compõem a proposta, como se fosse algo que realmente acontecesse no ambiente escolar, na prática esse conteúdo não se concretiza. A maioria das escolas públicas não está equipada ou preparada para a inserção do aluno no mundo do trabalho. Assim, ao se discutir a construção de um Currículo inovador para tal modalidade de ensino, há muitos aspectos que precisam ser revistos para que sejam efetivados. Em relação às DCE para o estado do Paraná, observa-se a ênfase dada para a interação do sujeito com seu contexto, o homem como ser histórico e crítico. No entanto, as DCNEM propõem um debate acerca das áreas do conhecimento, o que demonstra um caráter interdisciplinar. As DCE do Paraná estão mais próximas da realidade dos nossos alunos por apresentarem o currículo separado por disciplinas de base comum e a parte diversificada, os conteúdos organizados dentro de eixos específicos e estruturantes. Evidentemente, o ensino propicia uma imensa riqueza no processo criativo, desenvolvimento da autonomia intelectual e moral dos alunos e ainda tem como papel principal o de construir o conhecimento como um todo. A educação deve ser parte formadora do intelecto do aluno, através de cada disciplina e equipe pedagógica enquanto conjunto, assim, o aprendizado será apenas uma consequência dessa união com o mesmo objetivo. Ao professor compete conduzir seus alunos por um caminho de melhor acesso para alcançar seus objetivos. Esses caminhos são escolhidos pela sociedade que nos passa um produto pronto e acabado, onde temos que nos adequar e competir, e não produzido pelos sujeitos do processo. Ao aluno a quem se impõe um papel de espectador e reprodutor de um processo que lhe é imposto, muitas vezes causa-lhe obstáculos, truncando todo o seu poder de decisão e criação. O professor deve ser o facilitador norteando o aluno nesse processo de ensino e aprendizagem. No caso do ensino de jovens e adultos, por seu caráter particular em relação à educação básica, onde trabalhadores não tiveram a oportunidade de completar sua educação básica em uma escola regular, essa relação se estreita se tornando familiar. O aluno, nesse contexto, faz do professor uma ponte para o pleno acesso ao exercício de sua cidadania, visando sua inserção no mercado de trabalho para concorrer em uma sociedade rotulada e competitiva. Assim, necessariamente o docente deve ter o perfil de alguém que estimula a autonomia que se revela questionador e curioso, explorador do conhecimento e do novo, disposto a quebrar paradigmas e a dar valor à opinião dos seus estudantes. O professor deve ter a habilidade de respeitar o nível de desenvolvimento do seu aluno, seus interesses e suas aptidões. Como docentes precisamos conhecer o mundo desse estudante, incluir a família, amigos e a sua realidade tem impacto na sua aprendizagem. Quando valorizamos nosso aluno deixando que ele expresse sua opinião oportunizamos discussões e momentos de reflexão, certamente estamos contribuindo para o seu crescimento intelectual e moral. Nas práticas realizadas em sala, não podemos abrir mão de um ensino motivador, que propicie ao discente o desenvolvimento físico, intelectual, social e emocional do educando, e possibilitar o desenvolvimento das capacidades de comunicação, por meio das diferentes linguagens e das formas de expressão individual e grupal; incentivar o gosto pela aprendizagem, pela investigação, pelo conhecimento, pelo novo; exercitar o pensamento crítico, por meio do aprimoramento do raciocínio lógico, da criatividade, e da superação de desafios; estimular o desenvolvimento psicomotor, as habilidades física, motora e as diferentes destrezas; propiciar o domínio de conhecimentos científicos básicos; favorecer a socialização, isto é, a produção da identidade e da diferenciação cultural, mediante a localização de si próprio como sujeito, da participação efetiva na sociedade e da localização espaço-temporal e sociocultural. A sociedade atual nos leva a refletir sistematicamente sobre nosso trabalho junto aos alunos da EJA. As mudanças são grandes e alteram nosso olhar sobre nosso dia a dia. Uma aula preparada no período anterior necessita de alterações para o período seguinte: as exigências, o ritmo, o aluno e o professor mudam de forma muito rápida. A diversidade é uma marca da EJA: homens, mulheres, adolescentes, idosos com motivação também variada, como o aluno mais velho, que deixou a escola por motivos particulares que vão desde o trabalho, o casamento e até a necessidade de cuidar dos filhos, vem à escola porque têm objetivos a atingir e, de outro, o aluno jovem, que deixou a escola porque foi reprovado e é, em alguns casos, infrator ou com algum problema de comportamento, não se adaptou e vem porque a justiça ou a família o obrigam. Dessa forma os objetivos são diferenciados, nem todos têm a intenção de ter sucesso no mundo do trabalho, alguns desejam apenas conhecer os conteúdos escolares para ajudar seus filhos nas tarefas.

ÁREAS DE CONHECIMENTOS E INTEGRAÇÁO CURRICULAR
Embora esteja longe do ideal a merenda escolar agora vem da agricultura familiar regional diferente da anterior que era industrializada cheia de conservantes. O sonho de consumo de qualquer escola seria poder produzir, extrair, processar e distribuir os alimentos com base agroecológica e sustentável,  mas para isso teríamos que ter uma estrutura escolar semelhante ao Colégio Agrícola.
Além disso, seria necessário trabalhar esse tema em formato de projeto porque envolveria toda a comunidade escolar para trabalhar apenas este tema, isso sem contar com a capacitação dos envolvidos mudando totalmente o que se tem oferecido até este momento.
Um projeto dessa magnitude compete ao governo. Quando muito poderíamos implantar nas escolas algumas medidas atenuadoras do problema oferecendo na cantina da escola produtos verdadeiramente saudáveis e não como tem sido feita a base de pastéis assados e sucos industrializados  que não fica muito longe de coxinha e coca. A pior parte da alimentação adequada é que ela custa caro e é perecível.
O homem desde sua origem tem agido na natureza com o intuito de produzir para si os objetos e as condições de que precisa para existir buscando na natureza objetos para retratar através de pinturas.
No fragmento do texto cartas de Théo de Vincent Van Gogh “Mas se alguém inventasse uma boa pena para trabalhar ao ar livre, com tinteiro, o mundo talvez visse mais desenhos à pena [...] Mas é preferível que eu faça isto daqui a um ano e não agora. É o material, e sim a mim mesmo” vemos que a tecnologia promove mudanças na constituição do homem, influenciando seu comportamento, sua cultura, suas relações sociais e sua subjetividade.
A contextualização é possível propondo discussões sobre o uso da internet na educação muito presente no cotidiano hoje.
A EJA deve oportunizar a possibilidade de desenvolver as competências necessárias para a aprendizagem que só acontece por meio da linguagem. O estudo da linguagem verbal traz a ampliação da modalidade oral, por meio dos processos de produção de textos, de escuta, bem como o desenvolvimento da modalidade escrita, que envolve o processo de elaboração de textos e de leitura.
Como proposta de atividade semelhante ao documentário, Em busca de Joaquim Venâncio, poderia produzir-se um documentário sobre a biografia de Orides Balotin Guerra, que nomeia nossa escola. A produção pode ser feita através dos aparelhos celulares dos próprios alunos e outros recursos tecnológicos mais acessíveis.
Essa produção envolveria uma pesquisa quantitativa e qualitativa e análise de fotografias junto `a família, colegas de trabalho, e outras pessoas que conviveram com ele com o objetivo de conhecer sua história de vida e sua importância na educação.
A atividade sobre a notícia: “Ligações clandestinas causam risco de incêndios”, é possível a produção de curtas metragens que denunciem o descaso do poder público em relação aos “gatos” usando seus celulares e outros recursos tecnológicos disponíveis, na escola: gravando imagens e entrevistas dos moradores das próprias instalações clandestinas, ouvindo as autoridades competentes a respeito do problema.
Por fim, como prática social final, a apresentação do documentário para a comunidade escolar.

Gestão democrática
Problemas relacionados a alunos se resolvem coletivamente com a equipe pedagógica, gestora e docentes. É de se esperar que em uma escola com uma pluralidade no perfil de cada aluno por inúmeros fatores desde a idade até o tipo de atividade que exerce entre outras, vez por outra há de haver duelos de personalidades e opiniões. Eis o momento em que toda a escola como todos os envolvidos interferem para resolver com diplomacia questões diversas sem que ninguém se sinta diminuído ou preterido.
Atividades culturais são feitas coletivamente.  Ocorre com frequência quando há opções de feiras de ciência dentro e fora da escola, feira do livro, exposição de trabalhos conduzidos em sala de aula, uso da tecnologia como o projetor e a internet para ilustrar e enriquecer as aulas. No caso de língua estrangeira inglês são apresentados filmes e fotos da professora para compartilhar a cultura/costumes de outros países como a Inglaterra e Estados Unidos altamente relevantes para montar um paralelo com a nossa própria cultura/costumes.
Fonte: Equipe gestora, pedagógica e docente da escola em 27/10/2014.
AVALIAÇÃO EDUCACIONAL

Conforme está determinado no PPP do CEEBJA Professor Orides Balotin Guerra as avaliações devem ser feitas de modo individual totalizando 6,0 pontos (avaliação escrita, oral) e coletiva totalizando 4,0 pontos (debates, trabalhos em classe e extraclasse, pesquisas em grupos, participação em sala de aula, entre outras) de acordo com o Regimento Escolar.
Uma avaliação individual quantitativa deve demonstrar o quanto dos conteúdos estudados foram realmente apreendidos. Esse tipo avaliação é também diagnóstica na medida em que o professor deverá ajustar a avaliação e/ou metodologia usadas.
O desafio está no fato das turmas serem heterogêneas e portanto, os conteúdos trabalhados devem contemplar tantos níveis quanto possíveis.
A concepção de avaliação está no fato de analisar o desempenho individual da aprendizagem do aluno, comparando-o com ele mesmo, observando o seu desenvolvimento na disciplina desde que se apresentam os conteúdos até o momento em que se determina o que conseguiu assimilar dentro do que se espera. Caso contrário fazem-se os ajustes necessários tanto na metodologia quanto na avaliação.