Caderno VII - Colégio Estadual João Manoel Mondrone - Medianeira - Paraná
08/05/2014 - Reflexão em ação - Caderno VII
Beatriz Kray, Cecília Reginatto, Cristiane Staudt, Ivone Engel
1) Os desafios se constituem na organização do trabalho pedagógico escolar e, para vencê-lo, professores, pedagogos, direção e educadores devem mediar os conflitos de pluralidade que surgem no cotidiano intervindo e auxiliando diante dos mesmos.
A pluralidade e a diversidade devem ser analisadas e respeitadas na organização do trabalho pedagógico e efetivada, ou concretizada na prática, no dia-a-dia da sala de aula. É preciso fazer com que os alunos que cheguem na escola sintam-se seguros, e percebam que ali é o seu lugar com humanidade e dignidade. Para isso há necessidade de uma “tomada de consciência política” de todos os profissionais que estão envolvidos na escola, analisando sempre: quem são os alunos, que situações nos provocam, devemos saber que os diferentes são os vitimados da sociedade e chegam violentados em seus direitos (a terra, a comida, o direito ao reconhecimento). A escola precisa estar preparada para as desigualdades. Desta forma, para a reformulação do PPP e para a elaboração do PTD estas questões devem ser analisadas, possibilitando repensar a escola nos aspectos múltiplos da diversidade.
2) Para criação e principalmente para a prática de um currículo que valorize a diversidade e que contribua para a formação humana integral do aluno do ensino médio, visando as relações entre as áreas do conhecimento e a articulação entre trabalho, ciência, cultura e tecnologia, é preciso que as escolas realmente sejam espaços de aprendizagem. Para tanto é preciso pensar na estrutura física das escolas, material pedagógico em abundância e acessíveis a todos, formação docente inicial e continuada, número de alunos por turma, infraestrutura e recursos econômicos e pedagógicos.
Diante do exposto e do debate realizado com os alunos, alguns problemas foram citados:
- Respeitar a história do indivíduo, levando em conta as suas experiências;
- Reduzir o número de alunos por turma para dar uma atenção mais personalizada;
- Procurar conhecer as diferenças, sabendo que, apesar delas, cada ser é singular;
- No contato com os alunos, cabe ao professor esforçar-se para identificá-los pelos seus nomes.
- Repensar avaliação, avaliação essa que é mediada em sua maior parte por provas.
- Indisciplina em sala de aula
- Alunos desmotivados ou sem vontade de estudar
- Falta de professores, pedagogos, para atender a demanda da escola (alunos, professores, pais, comunidade escolar).
Algumas medidas foram tomadas para diminuir esses problemas como, por exemplo, o aumento da hora atividade e está sendo organizada, quando possível, de maneira concentrada para que os professores da mesma área do conhecimento possam se encontrar para discutir ou realizarem curso, a realização do pré-conselho para que se possa ter um panorama geral da turma e levantamento de alguns alunos que necessitem de atenção especial.
Todos os segmentos devem estar comprometidos com essa situação, começando pelos pais, alunos, professores, gestores e acima de tudo, os responsáveis pelas politicas educacionais.
3)
Problema
(O que precisa ser mudado)
Falta de planejamento ocasionando improvisação
Evasão e distorção, idade serie.
Preconceito e discriminação / Diversidade
Formação e condições de Trabalho dos Profissionais da Educação
Avaliação diferenciada
Impactos Negativos
(do problema)
Interferência na rotina, gerando indisciplina.
Abandono, reprovação, falta de interesse.
Pré-julgamento, Pré-conceitos, problemas e discriminações gerando polemicas e Bullying.
Autonomia, formação de identidade, materiais e meios necessários conforme ambiente.
Dificuldade tanto para o aluno quanto para o professor.
Desinteresse pela escola e aprendizado, por falta de acompanhamento de conteúdo.
Ações
(para resolver o problema)
Planejamento e execução do PTD, assumindo suas condições como Profissional.
Acionar as redes de proteção.
Palestras e estudos, com aconselhamentos pré-definidos.
Acompanhamento da equipe gestora
Deve estar integrada em equipe pedagógica, pais, professores e alunos. Tendo cada um com a orientação adequada.
4) Analisando o Conselho de Classe do Colégio Estadual João Manoel Mondrone , acreditamos que muito já evoluiu, porém ainda pode ser melhorado. Inicialmente é feito um pré-conselho com a equipe pedagógica e individualmente com cada professor. Cada professor analisa se os alunos são faltosos, se deixam de fazer avaliação, tarefas e trabalhos, se há algum problema de indisciplina, se o rendimento do aluno é suficiente. Há um campo onde os professores dão sugestões para resolver os problemas detectados (referente a dificuldade da aprendizagem), para casos que necessitam de uma atenção especial os alunos e/ou responsáveis são chamados. Em outro momento há a reunião com todos os professores e equipe pedagógica para socializar as informações e combinar melhorias para turma como um todo.
A indisciplina torna-se um problema quando é com todas os professores, o que leva a dificuldade de aprendizagem, por exemplo.
As questões de ensino-aprendizagem tratadas no Conselho referem-se a dificuldades específicas dos alunos em determinados conteúdos e disciplinas. Da turma analisada percebeu-se que a maior dificuldade estava relacionada a área de português/matemática e foi criado um grupo de estudo para cada disciplina em convenio com universidade da região. Referente a Gestão Democrática houve a participação de todos os professores, equipe pedagógica e direção, onde todos tiveram oportunidade de opinar e a solução encontrada de forma grupal. Não há uma solução, uma receita única para a realização do Conselho de Classe, mas acredita-se que assim com está exposto no PPP do Colégio Mondrone “o fundamental é compreender que o Conselho de Classe é muito mais complexo que a simples retrospectiva do comportamento e notas do aluno no decorrer do período (mês, bimestre, trimestre, etc.), e que, neste espaço, tornam-se possíveis as mudanças, ainda que pequenas e gradativas mas que sigam uma mesma direção. Expressa-se aqui, a intencionalidade do ato educativo, que requer competência profissional, reflexão crítica sobre a prática, comprometimento com a aprendizagem do aluno, sem que isso signifique, como afirma FREIRE (2201) excluir “afetividade e a alegria” do processo educativo”.
Fone: PPP do Colégio Estadual J. M. Mondrone, pág. 49-51.2012.
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