caderno VI Resumo Coletivo das Wikis..

Colegio Estadual Padre Pedro Canisio Henz

O desafio está lançado, perceber o jovem como sujeito no hoje, requer quebrar barreiras e preconceitos, aceitar que mudanças ocorrem e são necessárias, porém  nem sempre estamos preparados e com condições emocionais e de estrutura para isso. Acreditamos que somente após conhecermos nosso jovem, darmos abertura a ele para que expresse seus anseios sem julgamentos, é que poderemos de alguma forma realmente ajudá-los.  Enxergar o jovem como sujeito de direitos e necessidades bem específicas é o primeiro passo para que possamos compreender as dificuldades que surgem dentro do contexto escolar. Conhecer o aluno e respeitá-lo nos faz ter uma nova visão de determinados comportamentos, bem como que eles, os jovens nos vejam  não como inimigos, mas aliados no processo de ensino aprendizagem.  Para programar ações no ambiente escolar percebendo os alunos do Ensino Médio como sujeitos capazes têm que acreditar nas suas potencialidades e nos desprender de certas comparações do "meu tempo" e perceber que a sociedade como um todo se modificou.E como educadores, precisamos estar atentos para as particularidades individuais, sociais e culturais que distinguem a juventude atual, reconhecendo-os como cidadão que buscam respostas para seus anseios. No entanto a escola não sofreu nenhuma alteração no seu tempo e espaços escolares para atender às novas demandas. A escola se organiza com seus pares e dentro das possibilidades consegue fazer uma leitura de seu alunado, mas de modo muito superficial, pois as demandas são cada vez maiores. Uma série de responsabilidades é atribuída à escola o que reduz seu tempo de trabalho efetivo no envolvimento com o processo ensino e aprendizagem. O aluno passou de objeto da aprendizagem para sujeito da aprendizagem e isto é muito positivo, porém, as salas de aula continuam superlotadas, os conteúdos elencados para cada série são extremamente extensos e os jovens que vem para a escola são deste século e precisam ser ouvidos. E como educadores, precisamos estar atentos para as particularidades individuais, sociais e culturais que distinguem a juventude atual, reconhecendo-os como cidadão que buscam respostas para seus anseios e o uso das tecnologias vem colaborando para esse aprendizado. Nos dias de hoje a aprendizagem faz-se em todo o lado, e a internet tem informação em excesso, o professor terá que ser um mediador de tudo isto. As tecnologias deverão servir de instrumentos de motivação nas aprendizagens dos alunos, já que fazem parte do seu dia. Devemos pensar em Politicas implementares  que mantenham a juventude viva e ativa para as suas conquistas enquanto indivíduos dotados de uma realidade específica e com particularidades próprias da fase a qual estão inseridos.

Segundo a revista Escola: "Para os adolescentes, a tecnologia exerce fascínio porque é uma das poucas áreas em que eles têm desempenho melhor que os adultos. "Eles são mais disponíveis para entrar em contato com o novo e se arriscam a testar coisas que as gerações anteriores olham com curiosidade, mas têm receio de não aprender ou medo de se sentir incapazes e ultrapassadas",

A fase da juventude é extremamente rica em experiências e em descobertas, porém ainda é vista por parte da sociedade brasileira como um projeto ainda não realizado, isto é, os jovens, numa visão mais conservadora, são tidos como pré-adultos, que não precisam de atenção especial, a não ser formá-los para o mercado de trabalho e para a vida adulta. Afinal os jovens tem sua própria identidade, eles têm suas duvidas, indignações, sentimentos e sua própria maneira de ver a vida. Os jovens não são apenas um ser rebelde de ideias tortas e cabeça vazia, mas sim um ser pensante ativo em busca de novos conhecimentos, eles querem ser vistos e ouvidos.      Percebemos que a educação básica, principalmente no nível médio é uma fase de bastantes descobertas e conhecimentos inovadores, que se bem trabalhados, de forma colaborativa e reflexiva, serão levados para toda a vida do educando. Nesse sentido deve-se compreender a educação como construtiva e dotada de significação e valores para os jovens inseridos no contexto educacional.

    Ciente de que para construir novos saberes é necessário se apropriar do que já foi produzido pelas gerações anteriores, fato que não esta ocorrendo de forma satisfatória, temo que a nação brasileira esteja desperdiçando um grande potencial intelectual. Segundo FREIRE (1997  pg 135,).  “Escutar é obviamente algo que vai mais além da possibilidade auditiva de cada um. Escutar, no sentido aqui discutido, significa a disponibilidade permanente por parte do sujeito que escuta para a abertura à fala do outro, ao gesto do outro, às diferenças do outro. Isto não quer dizer, evidentemente, que escutar exija de quem realmente escuta sua redução ao outro que fala. Isto não seria escuta, mas auto- anulação. A verdadeira escuta não diminui em mim, em nada, a capacidade de exercer o direito de discordar, de me opor, de me posicionar. Pelo contrário, é escutando bem que me preparo para melhor me colocar, ou melhor, me situar do ponto de vista das ideias. Como sujeito que se dá ao discurso do outro, sem preconceitos, o bom escutador fala e diz de sua posição com desenvoltura. Precisamente porque escuta sua fala discordante, em sendo afirmativa, porque escuta, jamais é autoritária” Os professores, profissionais do Ensino Médio, precisam ter claro sua importância na vida dos jovens, assumindo esse compromisso diante deles. Logo, para se relacionar de modo positivo com os jovens é preciso ter claro conceitos básicos de “certo e errado”, saber justificar porque das “coisas” e ter humildade para “conhecê-los”. É necessário também que essa formação esteja em conformidade com as transformações históricas e sociais as quais geram e sustentam essa diversidade de juventude, para isso precisamos superar a visão de currículo escolar enciclopédico, centrado no acumulo de informações que, muitas vezes, se baseia na aprendizagem pela repetição pura e simples sem que oportunize a contextualização e a ressignificação do conhecimento escolar. Repensar essa prática significa pensar em um currículo que não se limite aos interesses mais imediatos e pragmáticos, mas que acolha o desafio de pensar a formação humana em sua plenitude.  As diretrizes curriculares Nacionais nos dizem que as dimensões do trabalho, da ciência, da cultura e da tecnologia devem se inserir no contexto escolar num diálogo permanente com os sujeitos e com suas necessidades em termos de formação, sobretudo pelo fato de que tais dimensões não se produzem independentemente da sociedade e dos indivíduos. Desta forma, o currículo pode ser compreendido como a seleção dos conhecimentos e das práticas sociais historicamente acumulados, considerados relevantes em um dado contexto histórico e definidos tendo como base o projeto de sociedade e de formação humana que se articula.    O Ensino Médio inclui o conceito de formação humana integral e se organiza na perspectiva da integração entre o trabalho, ciência, tecnologia e cultura, numa perspectiva ampla de conhecimento como uma produção do pensamento pela qual se apreende e se representam as relações que constituem e estruturam a realidade. Assim devemos repensar currículo partindo de uma compreensão de que não existe nenhuma receita pronta para a prática pedagógica e de que não podemos adquirir uma concepção mais ampla a qual não seja construída pelo próprio educador. É na reflexão e reelaboração da concepção da educação e da formação humana que o educador pode atribuir significado para sua prática pedagógica.  Dentro deste contexto uma das grandes dificuldades enfrentadas pela escola é conseguir trabalhar o conhecimento científico socialmente elaborado de forma articulada com a realidade do educando de modo a auxiliá-lo a participar de maneira inclusiva e autônoma na sociedade. PEREIRA ressalta que “os processos de interação entre conhecimento racional e conhecimento sensível, e de integração entre saberes tão diferentes e, ao mesmo tempo, indissociáveis na produção do sentido da vida” podem definir a interdisciplinaridade; colocá-la em prática é outro desafio. Para facilitar o aprendizado da grande parcela dos conhecimentos e a sua aplicação social o conhecimento acabou sendo agrupado em disciplinas, que passaram a ser trabalhadas separadamente. A escola, paulatinamente foi sendo influenciada pelo processo de industrialização, no qual cada indivíduo passou a exercer uma função específica no processo de produção material.  Para Pereira, a interdisciplinaridade busca recuperar os danos causados pela fragmentação do saber, resultado da ciência moderna baseada no capital, no mundo do trabalho e na cultura cada vez mais especializados dentro do contexto da industrialização da sociedade.   No campo científico, a interdisciplinaridade equivale a necessidade de superar a visão fragmentada da produção de conhecimento e de articular as inúmeras partes que compõem os conhecimentos da humanidade, buscando estabelecer o sentido da unidade, de um todo na diversidade, mediante uma visão de conjunto, permitindo ao homem tornar significativas as informações desarticuladas que vem recebendo. Como forma de garantir uma educação integral ressalta-se a necessidade de se introduzir práticas de ensino inovadoras no sentido de reverter fragmentação do saber, salientando a prática da interdisciplinaridade como a melhor forma de diminuir a dissociação entre a realidade da escola e o seu objetivo de formar homens plenos, não se ignorando os diversos obstáculos emergentes.  A prática interdisciplinar faz-se necessária à superação da visão restrita do mundo, à promoção de uma compreensão adequada da realidade e à produção de conhecimento centrada no homem deve romper os muros que, frequentemente, se estabelecem entre as disciplinas. Segundo LUCK, (1995, p. 64)

...integração e engajamento de educadores num trabalho conjunto, de interação das disciplinas do currículo escolar entre si e com a realidade de modo a superar a fragmentação do ensino objetivando a formação integral dos alunos, a fim de que possam exercer criticamente a cidadania mediante uma visão global de mundo e serem capazes de enfrentar os problemas complexos, amplos e globais da realidade atual...

A interdisciplinaridade emerge da coletividade na qual prevalece a interação entre os envolvidos no processo educativo, tais como pedagogos, professores, diretores e funcionários. Apenas um trabalho conjunto e harmonioso será capaz de tornar realidade uma teoria tão complexa e instigante.   A gestão democrática é o processo de construção social e se concretiza com a participação de toda a comunidade escolar na tomada de decisões e no engajamento para sua efetivação, buscando a tão sonhada qualidade na educação. A escola atende alunos da etapa final do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Nesta etapa da escolarização a maioria dos pais considera que seus filhos não necessitam mais de acompanhamento e raramente ou nunca comparecem na escola, a não ser para atender a uma solicitação desta.     Entendemos que a participação dos pais nas tomadas de decisão da escola e a participação como um todo é um processo lento e demanda de muito trabalho de conscientização, pois acreditam que cabe ao estado e ao diretor da escola a responsabilidade de dar os encaminhamentos necessários na condução do processo educativo.  Nos últimos anos tem aumentado consideravelmente a participação dos pais nas reuniões convocadas para as tomadas de decisões, desde a opção pelo uso de uniforme escolar, a abertura da escola para a comunidade nos finais de semana e a construção das regras para a boa convivência. Os diversos segmentos da comunidade escolar sempre são convidados a participar nos encontros de formação pedagógica onde são discutidos diversos temas relativos ao processo ensino e aprendizagem, porém, devido a compromissos com o trabalho raramente acontece.Os pais tem participação efetiva no Conselho Escolar e APMF.  A escola promove há dois anos um jantar de confraternização com a possibilidade de participação de todos os pais ou responsáveis no intuito de oferecer um momento de lazer, entrosamento e aproximação entre professores, pais, direção, equipe pedagógica e funcionários com a animação musical de talentos da escola e da comunidade. A participação tem aumentado e percebe-se que diminui o distanciamento, os pais se sentem integrados e valorizados pela escola.   Acreditamos que quando há participação na tomada de decisões, todos se sentem mais responsáveis para que elas se concretizem. Estamos avançando lentamente na conscientização dos pais para que compreendam que a educação e seus rumos é de responsabilidade de todos.  Entendemos que a gestão da educação e a gestão da escola se interpenetram e se definem mutuamente. A avaliação escolar é parte do processo educativo e também demanda de decisão coletiva. Esta prática passou por varias transformações, e a pergunta em relação a esse processo continua persistindo. Esse método é eficaz em relação a averiguar o nível de conhecimento de um individuo, ou servi realmente como indicador para melhoria? O processo de avaliação esta inserida no projeto político-pedagógico de muitas escolas, servindo como uma método para avaliar a aprendizagem e durante muito tempo, a avaliação foi usada como instrumento para classificar e rotular, esse método ficou ultrapassado e, atualmente, a avaliação é vista como uma das mais importantes ferramentas à disposição dos professores para alcançar o principal objetivo da escola: fazer todos os estudantes avançarem. Ou seja, o importante hoje é encontrar caminhos para medir a qualidade do aprendizado e oferecer alternativas para uma evolução mais segura. O método da avaliação torna-se eficaz quando adaptamos esse método não só apenas para alcançar os objetivos do educador, mas também para o objetivo do educando que é adquirir conhecimento. E isso é dar oportunidade para que o mesmo seja capaz de demonstrar o que aprendeu dentro e fora da escola, uma vez que o aprendizado é um processo intraescolar e extraescolar. Outra forma avaliativa é as avaliações externas criada para monitorar o funcionamentode redes de ensino, além de fornecersubsídios para seus gestores na formulação depolíticas educacionais com dados melhor definidosem termos dos resultados que, por sua vez,decorreriam das aprendizagens dos alunos. Nessa avaliação são empregadas provas padronizadas como condição paraque sejam possíveis, quando cabíveis, comparaçõesbaseadas em resultados mais objetivos. Por iniciativa do Ministério da Educação(MEC), tivemos no início dos anos 1990 a criação do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), desdobrado em 2005 na Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc), denominada Prova Brasil, e na Avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb), que, por sua vez, se articulam, em 2007, com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Embora reprovada por muitos a avaliação é um processo que sempre estará presente, e quando utilizada de forma correta essa ferramenta é um dos melhores meios criados para chegar a resultados.

REFERÊNCIAS  

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 6. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1997

LUCK, H. Pedagogia Interdisciplinar: Fundamentos Teórico-metodológicos. Petrópolis: Vozes, 1995, 92 p.

VILLASANTE, Tomás et al. Metodologias Participativas – Manual. Observatório Internacional de Ciudadanía y Médio Ambiente Sostenible (CIMAS), Madrid, 2009.

Acesso dia 08  de  agosto http://revistaescola.abril.com.br/formacao/jovens-teconologia

PEREIRA, Isabel Brasil – Interdisciplinaridade. In: http:/www.epsjv.fiocruz.br/dicionário/verbetes/int.html.