Caderno VI - Avaliação no Ensino Médio

CEAD CEEBJA Poty Lazzarotto
Professora Orientadora de estudos e Professores Cursistas

AVALIAÇÃO NO ENSINO MÉDIO - Caderno VI
         Provocar, causar desafios, ampliar conhecimentos, novas descobertas, isto é avaliar?
         Apesar de muitas discussões, não há como não avaliar “alguém”, o sistema exige isso, dentro dos muros escolares e fora no mundo dos negócios e trabalho.
         A avaliação deverá constar e estar vinculada ao Projeto Político Pedagógico de cada escola, terá que ter um objetivo claro sobre a avaliação e forma das mesmas. Será necessário e obrigatória a avaliação, pois a mesma determina os caminhos a serem tomados e as necessidades de alterá-la, no processo ensino aprendizagem. Segundo Cipriano (1996, p.196). Libâneo.

"A avaliação é uma apreciação qualitativa sobre dados relevantes do processo de ensino que auxilia o professor a tomar decisões sobre o seu trabalho".

Já a avaliação que contempla pesquisa, postura, comportamento tem a sua definição por Pilet (1986,  p. 190). 
                                              
"Avaliação é um processo contínuo de pesquisas que via à interpretar os conhecimentos, habilidades e atitudes dos alunos, tendo em vista mudanças esperadas no comportamento dos alunos, propostas nos objetivos, a fim de que haja condições de decidir sobre alternativas de planificação do trabalho e da escola como um todo".

            E temos uma visão mais simplista sobre avaliação segundo Nereci (1985, p. 449):

"Relaciona avaliação com a verificação da aprendizagem, pois para ele, a avaliação é um processo de atribuir valores ou notas aos resultados obtidos na verificação de aprendizagem".

            São três conceitos distintos, mas que se complementam dentro da avaliação de aprendizagem, usamos um ou outro em situações distintas no nosso contexto escolar.
          Podemos afirmar que cada aluno terá o seu próprio método de aplicação de avaliação, usaremos um ou outro tipo de avaliação de acordo com a aprendizagem. Cada professor deverá de um modo especial lidar com cada situação em sala. Neste momento é que cada professor deverá  utilizar-se de vários instrumentos avaliativos, buscando a melhor forma de tirar o máximo de cada aluno.
          Temos alguns modos de percepção do aluno de acordo com a avaliação são elas:
o • Conhecer o aluno;
o • verificar seu ritmo;
o • detectar dificuldades;
o • orientar aprendizagem.

Temos tipos de avaliação:

            _    diagnóstica;
            _    formativa;
            _    somativa.
Além disso, teremos provas, orais, escritas e práticas, que serão realizadas dentro do contexto escolar de acordo com as necessidades.
            Teremos duas formas de visão sobre avaliação: a tradicional, onde preza a individualidade. e competitividade, ela é classificatória, disciplinadora de memorização e há a dependência do aluno.
E o modelo adequado, que é coletiva e participativa, investigativa, cooperativa, privilegia a compreensão e autonomia do aluno.
          A avaliação educacional é uma prática social ampla, carregada de valores e extremamente complexa. Sua aplicabilidade no processo ensino-aprendizagem, deve contribuir para a construção do conhecimento e estar integrado ao Projeto Político Pedagógico da escola e coerente com a concepção de formação proposta aos educandos do Ensino Médio, perfilada com os objetivos de uma formação integral.
Luckesi (1995), afirma que a avaliação:

[...] é como um julgamento sobre manifestações relevantes da realidade,tendo em vista uma tomada de decisão.

          Ou seja, a avaliação implica um juízo valorativo que expressa a característica do objeto, requerendo, portanto, a um posicionamento efetivo sobre o mesmo.
             O maior desafio no campo da avaliação educacional é desvincular dos mecanismos de aprovação ou reprovação; que segundo Hoffmann (1996) revela um lado ruim da escola, a exclusão, por ter a função apenas de classificar, o que não auxilia em nada o avanço e o crescimento do aluno e do professor, pois constitui de um elemento estático e frenador de todo o processo educativo; e vincular ao desafio de aprendizagem pois o desenvolvimento cognitivo proporciona autonomia para a inserção em uma sociedade igualitária.
             Para que isto ocorra, as formas pedagógicas devem corroborar com as propostas de avaliação garantindo a democratização por meio de políticas educacionais e do Estado.
             Reconhecer as trajetórias de vida dos alunos flexibiliza os objetivos e os conteúdos, as práticas pedagógicas, formas de avaliar, analisar e recriar o currículo. O professor deve ver o aluno como ser social e político, construtor do seu conhecimento. É necessário percebê-lo como capaz de interagir cognitiva e efetivamente com o seu meio e transformar sua realidade pessoal e social. O professor deverá ser o mediador entre o aluno e os saberes. Oportunizar conhecimentos sistematizados deixando de ser apenas o detentor do absoluto conhecimento que repassa o que sabe para o aluno sem se importar como é  processado tal conhecimento.
             Segundo Luckesi (1995) a avaliação deveria ser um momento de pausa para repensar a prática pedagógica, sendo um momento dialético do processo para o avanço no desenvolvimento da ação e do crescimento para a autonomia e competência. A avaliação deve ser um instrumento para a expansão da criticidade e da criatividade permitindo ao educando evoluir na construção de conhecimento e oportunizar momentos de reflexão e conhecimentos historicamente acumulados pela humanidade.
             Hoffmann (2005) afirma que a avaliação, enquanto mediação, significa encontro, abertura ao diálogo, interação. Um caminho percorrido ao mesmo tempo e cenário por professores e alunos. Caminhos que ora se cruzam, ora se desencontram mas seguem na mesma direção.

REFERÊNCIAS

HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover.7.ed., Porto Alegre:Meditação,2005
Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade.8.ed., Porto Alegre: Meditação, 1986.
LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem escolar.4.ed.,São Paulo:Cortez, 1995.
LIBÂNEO, José. A prática pedagógica dos professores da escola pública.São Paulo, 1985.
PILET, Nelson. Psicologia educacional, ed., Ática, São Paulo, 2000.