Caderno VI - Avaliação CEEBJA CIC
Reflexão e ação 1 – Caderno VI
Atividade Reflexão e Ação 1 do Caderno VI, desenvolvida pelo grupo do CEEBJA CIC.
1- Quais têm sido os maiores desafios no campo da avaliação educacional?
R:
*Irresponsabilidade familiar, tendo em vista o desinteresse dos pais em incutir nos alunos a importância do processo educacional, relegando à escola toda a responsabilidade.
• A constante presença das novas tecnologias, principalmente o uso do celular, que atrapalha muito a concentração dos estudantes.
• Problemas de leitura e interpretação de textos.
• Comodismo
• Dificuldades de produzir um texto coerente e explicativo de suas ideias.
• Salas de aula lotadas, dificultando o feedback e a posterior recuperação satisfatória do estudante.
• Falta de recursos pedagógicos.
• Inflexibilidade da equipe de gestão quanto aos modelos de avaliação, que não abrem margem para métodos alternativos de avaliar a apreensão do conteúdo pelo aluno.
• Utilização da linguagem informal.
• Escrita errada.
• Ambiente desfavorável ao aprendizado (estrutura geral).
• Diferentes realidades.
• Dificuldades em respeitar as diferentes formas de aprendizado.
2- Qual sua concepção de avaliação e como ela se constitui na sua trajetória docente?
R: Existem diversas formas de avaliação, a mais coerente é também a mais difícil de ser praticada, causa disso são os desafios citados acima, em especial a lotação das turmas; tendo em vista que a avaliação mais coerente é aquela que leva em conta as diferentes formas de aprendizado e suas variadas manifestações. Também é preciso rediscutir o modelo avaliativo padrão, almejando formas avaliativas que possam respeitar o “momento do educando”, ou seja, um modelo que aceite o fato de que cada indivíduo é único e como tal, tem seu próprio ritmo de aprendizagem; devemos superar o modelos industrial de massificação do indivíduo.
Em nossa trajetória docente a avaliação ter por finalidade diagnosticar o aprendizado dos estudantes e cada uma de nossas disciplinas, levando em conta o conhecimento de outras áreas e de suas experiências individuais, desta maneira, consideramos o estudante enquanto sujeitos conscientes deste processo de ensino-aprendizagem. Para que um diagnóstico seja o mais completo possível, devemos observar as reações do aluno de maneira geral e suas manifestações diárias, desta perspectiva, é preciso conhecer para avaliar.
Reflexão e ação 2 – Caderno VI – p. 28
Atividade Reflexão e Ação 2 do Caderno VI, desenvolvida pelo grupo do CEEBJA CIC.
Em consulta ao projeto político-pedagógico e aos planos de ensino (aos quais você possa ter acesso) de sua escola, procure identificar os seguintes elementos:
a) Definição(ões) de avaliação da aprendizagem encontrada(s).
O projeto político pedagógico (PPP) do Centro Estadual de Educação Básica de Jovens e Adultos – CEEBJA CIC apresenta, na página 130 do referido documento, a seguinte definição de avaliação: “A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se estuda e interpreta os dados da aprendizagem”.
Em outras palavras, mas fundamentalmente com o mesmo sentido, no Artigo 96 do Regimento Escolar do CEEBJA CIC na página 31, a avaliação é definida como “uma prática pedagógica intrínseca ao processo ensino e aprendizagem, com a função de diagnosticar o nível de apropriação do conhecimento pelo aluno”.
Contudo a avaliação é um instrumento de promoção, avanço de nível escolar, no estado do Paraná, a nota mínima para um educando ser promovido é de no mínimo 6,0, numa escala de 0 a 10.
Também, a avaliação é sistemática, utilizando instrumentos diversos para o registro do processo, deve ser abrangente para contemplar as diversas ações pedagógicas, e permanente de forma a ser capaz de verificar a progressão do educando.
b) Quais os instrumentos e procedimentos mais utilizados.
Consta também no PPP e no regimento da escola (respectivamente página 131 e Artigo 98 da página 31), que na avaliação processual as técnicas e instrumentos deverão ser diversificados, citando como exemplos: provas escritas (objetivas e subjetivas), trabalhos práticos, debates, seminários, experiências (como por exemplo, demonstrações em sala pelo professor, realização de experimentos em laboratório de ciências, uso de mapas, visitas orientadas, entre outras atividades práticas), pesquisas, oralidade e participação em trabalhos coletivos e/ou individuais.
c) Critérios para atribuição de notas ou conceitos e de aprovação.
Entre os critérios, a avaliação privilegiará o aluno a mostrar-se crítico, capaz de expor suas ideias, ter domínio de conteúdo, envolvimento, domínio do texto analisado (PPP, p. 130). É fundamental a análise da capacidade de reflexão dos educandos frente às próprias experiências. Deve ser entendida como processo contínuo, descritivo, compreensivo seguindo os princípios: investigativo ou diagnóstico, contínuo, sistemático, abrangente e permanente (PPP, p. 130).
De maneira geral, para fins de promoção ou certificação, são registradas duas a seis notas por disciplina, que correspondem às provas individuais escritas e também a outros instrumentos avaliativos adotados. Os resultados da avaliação são expressos em uma escala de 0,0 a 10,0 sendo que a nota mínima exigida para fins de promoção ou certificação é 6,0 (PPP, p. 131), e frequência mínima de 75% do total da carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% na organização individual. É garantido ao educando, tanto através do PPP como do Regimento Escolar, o direito de recuperação de estudos, que deve ocorrer de forma permanente e concomitante ao processo ensino e aprendizagem e ter seus resultados incorporados às avaliações efetuadas durante o período letivo.
Existem critérios técnicos particulares para cada disciplina. Na disciplina de Sociologia, por exemplo, são realizados dois registros de nota sendo cada um constituído de uma prova no valor de 5,0 pontos e dois trabalhos no valor de 2,5 pontos cada, totalizando 10. Os trabalhos podem ser cruzadinhas, caça palavras, quebra-cabeça, entre outros, buscando aliar o lúdico à produção de texto. Já a disciplina de Física, há 4 registros, para formalizar cada um deles é feito dois trabalhos com valor 2,0,(que podem ser relatórios de experimentos, trabalhos escritos nas normas da ABNT, produção de oficinas, etc.) e duas avaliações escritas com valor 3,0, totalizando 10.
Cada disciplina no CEEBJA, possui uma carga horária específica, separadas em grupos como as curtas (carga horária mínima de 64 h/a e dois registros, sendo as disciplinas de Arte, Educação Física, Filosofia e Sociologia), as médias (carga horária mínima de 128 h/a e quatro registros, para as disciplinas Biologia, Física, Química, Inglês, Geografia e História) e as longas (carga horária mínima de 208 h/a com seis registros para as disciplinas de Português e Matematica).
d) Instâncias e participantes para definição da situação de cada aluno ao final do ano letivo.
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) possui uma especificidade diferente das demais modalidades de ensino que pertence a Educação Básica, nesta não ocorrem conselhos de classe no final dos bimestres/ trimestres e no final do ano. O professor trabalha com o aluno (a) num processo contínuo e permanente recuperando-o sempre que necessário e, caso ocorram situações adversas no processo ensino aprendizagem para a satisfatória construção do conhecimento, a equipe pedagógica é solicitada que então faz os encaminhamentos, após discussão com o professor, dos procedimentos em tais particularidades. Instâncias e participantes: professores e equipe pedagógica.
e) Outras observações que considere relevantes para a discussão de avaliação da aprendizagem
Valorizar a oralidade dos educandos como forma de expressão do que esse educando traz de “bagagem” cultural e o quanto avança no processo ensino-aprendizagem;
Instrumentos avaliativos que valorizem a capacidade crítica e reflexiva do educando;
Buscar novas abordagens avaliativas: saída de campo, pesquisa empírica, entrevista e questionário que podem ser tabulados e interpretados de forma quantitativa e qualitativa.
Utilização de conteúdos/avaliação adaptados para inclusão dos educandos portadores de necessidades especiais.
Na avaliação institucional de sua escola, como têm sido abordadas as avaliações externas e como têm sido utilizados seus resultados?
- Existe algum tipo de atividade voltada para essas avaliações? Como, por exemplo, organização de simulados, laboratórios ou espaços de diálogos?
Sabemos da necessidade da organização de tais espaços coletivos voltados para esse modelo avaliação, porém na nossa instituição isto não ocorre de forma coletiva, são realizadas atividades de forma independente nas respectivas disciplinas.
- Os alunos fazem comentários sobre o Enem? Se afirmativo, em que perspectiva?
Os alunos perguntam bastante sobre o Enem principalmente no período de inscrição e depois perto da efetuação das provas sendo que os professores na medida do possível da sua realidade em sala de aula tentam resolver e sanar as dúvidas, principalmente tranquilizando-os psicologicamente e orientando-os com livros didáticos, pesquisas e exercícios, porém de forma mais independente. Muitos educandos, na EJA, buscam o Enem como forma de conclusão do Ensino Médio, mesmo assim observamos que o número de alunos que buscam o Enem ainda é abaixo do esperado para a nossa realidade.
Consultado os alunos do coletivo de Sociologia em 08.12.2014 os mesmos responderam:
• Rodrigo Barbosa de Andrade: aluno que veio do ensino fundamental e está iniciando o coletivo com duas disciplinas: nunca ouviu falar do Enem e não conhece esse tipo de avaliação padronizada;
• Caroline Vieira Colaço: aluna que veio do ensino fundamental está iniciando o ensino médio em duas disciplinas coletivas e uma individual: fez o Enem e achou bem difícil;
• Eliane Balbino de Barros Sousa: aluna que veio do ensino fundamental e está iniciando o ensino médio em duas disciplinas coletivas e uma fundamental: Ouvi falar do Enem, porém não prestou o exame;
• Daiana Rodrigues de Rodrigues: aluna que está concluindo o ensino médio fez o Enem e achou complexa a prova porém dentro das matérias cursadas no ensino médio;
• Lucimar Ribeiro dos Santos: aluna concluinte do ensino médio, fez o Enem e achou que estava bem dentro das matérias estudas na escola e um dia após a prova chegou na escola muito feliz e contando que tinha ido bem em função de tudo que estudou estava na prova;
• Luann Machado: aluno que cursou o primeiro ano do ensino médio no regular estava afastado da escola há cinco anos, iniciou a EJA com duas disciplinas no coletivo: fez o Enem no ano passado e achou difícil;
• Davi Ferreira: aluno que cursou o primeiro ano do ensino médio no regular, estava afastado da escola há dez anos e diz que conhecia o ENEM vindo a saber deste tipo de avaliação na primeira semana de aula na escola, retornou os estudou nesse momento com duas disciplinas do coletivo e uma do individual;
• Gregoire Souffrant: aluno migrante do Haiti conhece o Enem por intermédio de um amigo haitiano que reside em Porto Alegre e indicou que o fizesse no ano passado, porém o mesmo não realizou a prova, aluno que iniciou suas atividades na EJA com duas disciplinas coletivas e uma no individual.
- A organização dos planos de ensino, de alguma forma, tem levado em conta as matrizes de referência do Enem?
Os professores conhecem as matrizes de referência do Enem e buscam aliar de forma construtiva o seu plano de aula com as mesmas, embora nossa realidade não se utilize neste momento de laboratórios, simulados ou espaços de diálogos, assim os professores tem trabalhado de forma independente. Salientamos que a interdisciplinariedade entre as disciplinas, ocorre durante a elaboração do plano docente na semana pedagógica e durante todo o ano fazendo as alterações e mudanças necessárias e a efetivação do mesmo ocorre em sala de aula com os educandos.
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