CADERNO VI - AVALIAÇÃO
COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO CARLOS GOMES – NRE: CASCAVEL
Orientadora de Estudos: Soeli Berton Pantano
Cursistas: Cleiton Fernandes Santos,Elenilce Sartori, Ivete E. C.Carrasco Rodrigues, José Roberto Ferreira, Luana Dams, Maria das Graças Ferreira Godoy, Martinho Lucas de Godoy, Rosemare Aparecido Alves, Santina Elza Inácio, Sonia Regina Carrasco de Oliveira, Valdenir da Silva Lisboa.
Avaliação Educacional
Dentre os maiores desafios da avaliação educacional, encontra-se o planejamento de ações pedagógicas que considerem e que se comprometam com a aprendizagem de modo geral de seus alunos, respeitando classe social/econômica, etnia, gênero, cultura onde seus alunos estão inseridos. E ainda no enfrentamento da inclusão dos alunos que tem dificuldade em aprender. Esses são aspectos importantes no processo de avaliação educacional, com a implantação de políticas educacionais que passaram a fundamentar-se em seus resultados, analisando o desempenho dos alunos por meio de avaliações externas.
Quando vamos fazer nossos planejamentos nos pautamos na realidade vivida, no cotidiano em que aluno esteja contextualizado, partindo de perspectivas peculiares e significativas para o processo de ensino aprendizagem. Muitas vezes nós professores nos vemos sem direcionamento dentro das disciplinas específicas, visto que, diante de inúmeros conteúdos, as matrizes de referência da SAEB e Prova Brasil não propõe conteúdos diretamente, mas se referem a aspectos importantes do conjunto das atividades escolares, como é o caso da leitura e da resolução de problemas. O currículo escolar é muito amplo e complexo e não apenas prioriza algumas habilidades e competências consideradas relevantes neste contexto avaliativo.
Durante muito tempo, a avaliação foi usada como instrumento para classificar e rotular os alunos entre os bons, os que dão trabalho e os que não têm jeito. A prova bimestral, por exemplo, servia como uma ameaça à turma. Felizmente, esse modelo ficou ultrapassado e, atualmente, a avaliação é vista como uma das mais importantes ferramentas à disposição dos professores para alcançar o principal objetivo da escola, que é fazer com que todos os alunos avancem e encontrem caminhos para medir a qualidade do aprendizado oferecendo alternativas para uma evolução mais segura, recorrendo a diversos instrumentos para que o educando aprenda de maneira significativa. Sendo que utilizar a avaliação para promover o aluno, para ajudá-lo a crescer, a compreender o mundo e a atuar como sujeito de sua história tem sido o maior desafio no campo da avaliação educacional para nós educadores.
Um outro desafio é elaborar avaliações com caráter formativo, que ao mesmo tempo em que avaliam também constituam uma oportunidade de aprendizagem.
Ao longo de nossa trajetória profissional, na qual vamos ampliando nossa bagagem de conhecimento e de experiência, nossas avaliações também vão se aprimorando.
Após discussão com professores, percebemos que um dos grandes desafios enfrentados é entender o processo de avaliação da aprendizagem como um todo. Avaliar para verificação do conhecimento e posterior retomada ou avaliar como um fim pedagógico tendo como resultado o aprendizado que aluno o tenha que ter adquirido (nota como principal objetivo)?
O Sistema de Avaliação deste estabelecimento age como um colaborador ao processo ensino – aprendizagem. A avaliação é vista como uma prática emancipadora, que utiliza a função diagnóstica, cumulativa e contínua como meio de obter informações necessárias sobre a aprendizagem e o desenvolvimento da prática pedagógica para a intervenção/ reformulação dessa prática e dos processos de aprendizagem, promovendo, uma tomada de decisão e de auto-avaliação em que o aluno também toma conhecimento dos resultados de sua aprendizagem e, como o professor, também organiza-se para as mudanças necessárias.
A avaliação da aprendizagem dos alunos é realizada por meio de diversos instrumentos como: trabalhos (individuais ou em grupo) na classe ou extra-classe, apresentação de seminários, pesquisas, participação nas discussões e debates, produção em sala (observação dos avanços individuais - através do seu desempenho nas atividades diárias) e como não poderia deixar de ser, também por meio de provas, que permitem saber qual foi o nível de conhecimento apreendido pelo aluno individualmente, proporcionando ao professor dados para reflexão sobre o processo de aprendizagem gerando uma intervenção apropriada.
Aos alunos que apresentam defasagem em relação ao conteúdo trabalhado, é ofertada a recuperação paralela, por meio da qual é proporcionada uma segunda chance e oportunidade de rever o conteúdo estudado e realizar uma nova avaliação. A recuperação paralela se dá de diferentes formas, sendo a mesma aplicada para toda a sala, ou quando for o caso de poucos alunos, a mesma é feita durante a hora-atividade do professor. É expressamente proibida a avaliação do aluno por meio de uma só aferição, pois a avaliação deve ser diária, com trabalhos bem direcionados, com metodologia adequada à realidade do aluno e ao conteúdo trabalhado. O sistema de avaliação do rendimento escolar do aluno é realizado de forma trimestral e com registro numérico de 0 a 10,0. Prevalecendo este mesmo sistema para o Ensino Médio.
A mudança na concepção de avaliação por parte dos alunos é outro grande desafio, pois não há mais uma preocupação de que avaliação é a culminância do processo do conhecimento adquirido ao longo dos anos.
Quanto aos critérios tem-se como principal objetivo o desenvolvimento dos conteúdos apreendidos na sua prática diária percebendo-se como parte do processo de mudança social.
O conselho de classe e o Conselho Escolar são soberanos para a definição de cada aluno ao final do ano letivo. Importante saber que o colegiado tem como centralidade o melhor para os alunos, tanto nas responsabilidades julgadas pela escola, quanto ao que julga ser melhor para sua vida do ponto de vista do conhecimento.
Considera-se relevante para a discussão de avaliação da aprendizagem a reflexão e o debate diário com outros profissionais sobre as dificuldades e problemas apresentado pelo aluno durante período avaliado, além do pré-conselho realizado pelo pedagogo/aluno e pós-conselho realizado individualmente, onde é repassada a situação do mesmo, bem como as intervenções a serem adotadas. Ao longo do trimestre é feita a convocação para pais de alunos que deixaram de apresentar rendimento esperado, seja por não terem realizado atividades avaliativas ou por dificuldades de aprendizagens, bem como questões comportamentais e de assiduidade.
Quanto às taxas de rendimento, ao longo dos últimos três anos, houve um intenso debate sobre a evasão e a aprovação por conselho de classe, índices considerados altos pelos educadores. Foi feito uma reavaliação das práticas pedagógicas e as mudanças possíveis a serem efetuadas pelos profissionais. Após o primeiro ano de debate, houve uma significativa melhora nos problemas revistos. Um dos motivos dessa melhora foi a efetiva aplicação da recuperação paralela, obrigatório em nosso estado.
Ao final de cada ano a situação de cada aluno é definida com base nas avaliações realizadas pelo conselho de classe, que reúne todos os professores, equipe pedagógica e direção, além disso, os alunos participam indiretamente deste processo, pois antes do conselho final é realizado o pré-conselho em cada sala, no qual os alunos identificam problemas que possam estar interferindo no rendimento da turma e propõe alternativas.
Durante nossa trajetória docente a concepção de avaliação foi se constituindo num processo flexível e adaptativo conforme o momento histórico social vivido, bem como, a construção de processos baseados nas diretrizes curriculares propostas de acordo com planejamento educacional conforme os objetivos políticos onde a escola se apresenta.
Os dados e taxas de rendimento de nossa escola têm demonstrado melhor aproveitamento em relação ao rendimento estadual, o que nos leva a crer que estamos caminhando certo, porém não podemos nos deixar convencer que os números atuais são o suficiente. Quando nós professores e funcionários nos reunimos para discutir sobre estes dados, e neste ano tivemos momentos adequados e específicos para discutirmos sobre as avaliações externas, fazemos a avaliação dos dados e planejamos para que a escola além de trabalhar para as avaliações externas, trabalhe também para que os alunos tenham o conhecimento científico suficiente para que sejam autônomos nas decisões pessoais, de promover crescimento, de desenvolver possibilidades para que os sujeitos realizem aprendizagens vida afora, de socializar experiências, de perpetuar e construir cultura, sendo o corpo docente um agente de participação direta.
Os dados das avaliações externas sempre são discutidos juntamente com toda a comunidade escolar, e o rendimento obtido é utilizado para traçar estratégias de superação das dificuldades e organização do trabalho pedagógico.
Todo início de ano durante a semana pedagógica, paramos para planejarmos ações para o ano que se inicia e é nesse tempo em que paramos para pensar nossa escola, pontos positivos e negativos dentre esses, as taxas de rendimento e a avaliação da aprendizagem nas disciplinas, aprovação, reprovação e abandono. A leitura que temos feito é que ainda temos que melhorar em muito, mas o que desde 2004 nossos índices têm melhorado em muitos aspectos como: mudança de postura dos professores na forma de avaliar, o cuidado com as diferenças existentes na sala de aula e a importância de uma avaliação diferenciada para os alunos com dificuldade de aprendizagem.
Hoje para nós a avaliação tem por finalidade a orientação, o planejamento e o replanejamento do ensino e a identificar os seus pontos fortes e fracos, ajudando a escola criar condições de intervir para melhorar sua qualidade de acordo com seus próprios critérios e prioridades, utilizado como um indicador de qualidade que ajuda a comunidade escolar neste processo de avaliação e proposição de ações.
Os dados são analisados pelo coletivo escolar e são discutidas ações que poderiam melhorar o rendimento nessas avaliações. No Paraná é realizado um simulado encaminhado pela própria Secretaria Estadual, e os professores buscam questões do ENEM compatíveis com o conteúdo que trabalham. As matrizes de referência do ENEM já fazem parte do planejamento, não porque este seja realizado em função do Exame, mas porque também fazem parte da matriz curricular. Nos últimos anos o ENEM tem sido muito valorizado pelos estudantes, que veem neste exame uma porta de entrada para o ensino superior.
Nossa escola sempre se preocupou com a formação integral de nossos alunos e para isso todos os anos procuramos realizar diversas ações que envolvem os alunos do Ensino Médio como visitas as faculdades, palestras e orientações. Quanto ao Enem são realizados (simulados,redação espaços de diálogos, e planos de ensino), e muito incentivo para que todos façam suas inscrições para o Enem e vestibulares principalmente nas Instituições públicas, pois nosso município através da prefeitura municipal, fornece transporte gratuito aos estudantes que querem prosseguir com seus estudos.
Como nosso município possui somente um colégio, temos mais facilidade para estarmos abordando sobre as avaliações externas e seus resultados. A abordagem tem ocorrido em reuniões pedagógicas e nos momentos de parada para formação e ação que acontece durante o processo educacional. Em nosso planejamento já está contemplado questões como: simulados, uso do laboratório (quando está funcionando), diálogos e debates são frequentes em sala de aula para a maioria dos professores. Os simulados voltados para Enem ou vestibulares ocorre como consequência do trabalho já realizado em sala de aula, que abrange todas essas questões.
Nós professores na medida do possível preparamos aulas voltadas para os objetivos das avaliações externas, principalmente o SAEB, pois este representa o desempenho de nossos alunos da escola básica e reflete diretamente nas políticas educacionais, e nem sempre condiz com a realidade dos conteúdos trabalhados.
- Logue-se para poder enviar comentários