Caderno VI - Avaliação
Caderno VI - Avaliação
Colégio Estadual Coelho Neto – São Miguel do Iguaçu Paraná
ORIENTADOR(A): DIONE ELENICE MOHLER MARTELO
PROFESSORES PARTICIPANTES
AYALA REJANE GUERREIRO THEISEN
ELIS REGINA DORNELES
JACINTO VAGNER RUPP
LEONI DA SILVA SCHOMMEER
LUCIANA GARLINI
MARCELO THEISEN
MARIA DEL CASTANHEL PERON HUBNER
ROSEMERI DA SILVA
SALETA GALVAN ZANATTA
Questão 1 - Pacto
A partir de sua formação —inicial e continuada —e de sua experiência docente, discuta e reflita com colegas de outra área distinta as questões abaixo (sugerimos pequenos grupos de 3 professores de áreas bastante distintas, por exemplo, Educação Física, Matemática e Sociologia): – quais têm sido os maiores desafios no campo da avaliação educacional? – qual sua concepção de avaliação e como nela se constituiu na sua trajetória docente?
Quando analisamos as diferentes disciplinas e suas áreas, percebemos que realmente a avaliação possui sentidos diferenciados nas diferentes áreas do conhecimento. O professor da área de matemática, física, química lida com questões mais exatas, em relação as disciplinas humanas, porém sem dispensar a racionalização e o conhecimento científico.
Os professores das áreas humanas com sociologia, filosofia, geografia lidam com dados flexíveis, interpretativos, que levam os educandos por vários caminhos, formular várias hipótese e encontrar diferentes resultados de um mesmo tema.
Já o professor de educação física trabalha a partir do dinamismo do corpo e mente, precisando dar respostas simultâneas, através de estratégias e raciocínio lógico. Afinal, o professor não é um treinador que desenvolve o tecnicismo, mas sim um mediador do conhecimento integrando o educando a todos os conteúdos e atividades. Sendo assim podemos perceber que fazemos parte de um mesmo sistema, mas que este nos oportuniza e propõe várias possibilidades de ensinar e avaliar.
Quanto às novas propostas educacionais em relação à avaliação todos estamos numa trajetória bem avançada a título de conhecimento destas, porém os maiores desafios que enfrentamos são aqueles impostos pelo sistema que ainda impõe uma avaliação quantitativa, onde temos uma média a ser atingida dentro de valores de 0 a 10,0. Outro desafio são as avaliações externas. Tem aquelas que avaliam a escola diretamente. Outra para ingressar a uma Universidade através do Enem ou vestibulares e também os concurso públicos que são tão almejados por grande parte da sociedade brasileira.
Então nos perguntamos como vamos deixar de avaliar nossos alunos de forma quantitativa, se para galgar degraus na vida eles serão submetidos diretamente à estes processos? Se a escola não os prepara para essas avaliações como conseguirão ter êxito junto à elas? Então concluímos que a forma de avaliar pode e deve mudar, mas o sistema precisa mudar suas práticas também, porque nossa missão seja árdua, dolorosa é a de formar cidadãos críticos, empreendedores, mas, que também estão a par da realidade encontrada fora da sala de aula, como as avaliações classificatórias tão utilizadas em nosso país.
Para responder a pergunta final quanto a concepção de avaliação por nós utilizada, procuramos realiza-la da seguinte maneira, dentro do contexto continuado formativo e qualitativo e também utilizamos a avaliação classificatória e quantitativa que segue os moldes das avaliações externas para poder proporcionar aos nossos educandos o crescimento criativo e o preparativo (Enem, vestibulares...)
Questão 2 Pacto
Em consulta ao projeto político-pedagógico e aos planos de ensino (aos quais você possa ter acesso) de sua escola, procure identificar os seguintes elementos:
– Definição(ões) de avaliação da aprendizagem encontrada(s).
– Quais os instrumentos e procedimentos mais utilizados.
– Critérios para atribuição de notas ou conceitos e de aprovação.
– Instâncias e participantes para definição da situação de cada aluno ao final do ano letivo.
– Outras observações que considere relevantes para a discussão de avaliação da aprendizagem.
De acordo com o Projeto Político Pedagógico dos Colégios do Campo Coelho Neto e D. Pedro II a avaliação da aprendizagem está focada no aluno para melhorar o desempenho deste. Ela é investigativa, continuada e se faz presente na vida de todos nós que, de alguma forma, estamos comprometidos com atos e práticas educativas.
Acreditamos que a avaliação deva assumir um caráter pedagógico, e precisa desvincular do processo classificatório, seletivo e discriminatório, para estabelecer o básico da sua função. Desta forma os instrumentos e procedimentos mais utilizados em nossas práticas são aqueles que propiciam a retomada de conteúdos, novas metodologias e um redimensionamento de trajetória conforme a necessidade do momento, enfatizando assim o processo, refletindo o ensino que busca a construção do conhecimento.
A avaliação deve ir muito além de avaliar a aprendizagem do aluno somente com provas, ela ultrapassa essa dimensão avaliando vários aspectos como o trabalho da escola e o desempenho do professor, promovendo a revisão e a redefinição dos objetivos propostos.
Para Philippe Perrenoud (2000): "Mudar a avaliação significa, provavelmente, mudar a escola". A avaliação se apresenta desta forma como o retrato da escola, demonstrando a educação que ali se aplica, desvelando a concepção de escola, de homem, de mundo, de sociedade. Acreditamos que esse é o caminho.
“Avaliação significa ação provocativa do professor, desafiando o educando a refletir sobre as situações vividas, a formular e reformular hipóteses, encaminhando-se a um saber enriquecido.” (Hoffmann: 1994)
Assim, todas as instancias e atividades desenvolvidas para qualificar a aprendizagem de nossos educandos, tem clareza nas ações que utilizamos como suporte de nossa prática pedagógica, e, de outro, o planejamento de ensino, que estabelecemos como guia para nossa prática de ensinar no decorrer das unidades de ensino do ano letivo. Sem uma clara e consistente prática pedagógica e sem um satisfatório planejamento de ensino, com sua consequente execução, os atos avaliativos serão praticados aleatoriamente, de forma mais arbitrária do que o são em sua própria constituição. Serão praticados sem vínculos com a realidade educativa dos educandos.
A avaliação no contexto escolar, para Chueiri (2008), constitui-se em prática intencional e organizada e se realiza a partir de objetivos pedagógicos, claros ou velados, que são o reflexo de valores, códigos e convenções sociais. A prática de avaliar perpassa todo o processo pedagógico ao iniciá-lo com a coleta das informações indispensáveis para conhecimento da realidade, durante a execução do trabalho, até a sua finalização.
Segundo Libâneo (1994) A avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino e aprendizagem. Através dela os resultados que vão sendo obtidos no decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos são comparados com os objetivos propostos a fim de constatar progressos, dificuldade, e reorientar o trabalho para as correções necessárias.”
Assim não somente no encerramento do ano letivo, mas durante todo o ano a avaliação adotada por nossas escolas possuem critérios claros e consistentes, bem como da definição de instrumentos de avaliação coerentes com os objetivos e com a natureza dos conteúdos avaliados, sendo de conhecimento de toda a comunidade escolar.
Sendo assim, a avaliação passa a ser um instrumento que nos auxilia a atingir os objetivos pretendidos na prática educativa. Sob essa ótica a avaliação é diagnóstica, servindo como mecanismo para revelar as dificuldades e as capacidades de desenvolvimento do educando. Continuada, pois é realizada constantemente dia-a-dia e somativa, pois obedece critérios que ainda são impostos pelo sistema e dos quais este se utiliza para classificar nossos estudantes quando da busca de uma vaga para a Universidades.
.
Em decorrência das práticas educativas ainda adotadas em nosso país tomamos a liberdade de construir uma crônica em relação ao ato de avaliar:
Moravam na escola, professor, aluno e avaliação
Moravam na mesma escola. Professor, aluno e avaliação. Bom, ninguém mora na escola. Mas a avaliação mora na escola e a escola é de todos nós. Então podemos dizer que a avaliação é nossa. Do professor para medir o conhecimento do aluno. Para o aluno é a possibilidade de passar de ano.
Mas vivemos um novo momento em que a avaliação deve ser feita de muitas maneiras, principalmente deve ser contínua e qualitativa... Mas o PPP da Escola que nós trabalhos diz o seguinte: “as avaliações serão efetuadas da seguinte forma: continuada, formativa, qualitativa... Mas o sistema trás o Enem, vestibulares, concursos...”
Pobre de nós, pobre de nossos alunos, talvez se tivéssemos mais autonomia seria diferente. Mas seria conveniente essa autonomia? Mas todos os professores abririam mão da autonomia de avaliar da forma em que o sistema se encontra? Qual é o limite da avaliação contínua? Essa avaliação que é tão falada e discutida na escola moderna, mas que apesar dela, o aluno ainda é submetido a tirar notas quantitativas para ser aprovado. Qual é avaliação ideal? Quais os parâmetros que devem ser norteadores desta prática tão antiga e agora tão discutida?
Na LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96, artigo 32, parágrafo segundo). “Respondendo a este desafio, tem sido defendida a necessidade de se substituir uma concepção de avaliação escolar punitiva e excludente por uma nova concepção de avaliação comprometida com o progresso e o desenvolvimento da aprendizagem.”
Então eu pergunto: O que é mais proveitoso para o aluno fazer provas intermináveis, em muitos casos que nem são corrigidas pelo professor? Ou aquelas em que o professor passa todas as questões no dia anterior à prova como revisão para prova. Ou seria ter suas atividades diárias valorizadas com alguns décimos? O que diagnostica a prova realizada após a revisão para prova? Eu me engano, o aluno se engana e o sistema se satisfaz. Acredito que a avaliação contínua deveria ter pelo menos 50% do peso da nota do aluno, pois incentiva-lo a realizar tarefas no dia-a-dia e valorizá-las.
O que é mais proveitoso para o aluno: ter suas atividades diárias valorizadas com alguns décimos ou ter a constante ameaça que isso ou aquilo vai cair na prova? Eu poderia enumerar algumas das vantagens de ameaçá-los diariamente com os conteúdos ministrados. Mas, compreendo também que há consideráveis as vantagens em formar a nota do aluno. Entre estas cito a vantagem moral, a afetiva e a efetivação do ensino-aprendizagem.
Precisamos perceber que a cobrança institucional esvazia o jovem do poder de concentração e criatividade e leva-o em muitas situações a desmotivação pelo ato de aprender.
E a avaliação se torna em dores que vão aumentando, dores estas atribuídas ao professor que é parte do organismo que está em contato com o aluno. E assim vão morrendo aos poucos a alegria do menino (a), que inicia o processo escolar tão cheio de expectativa e vontade de conhecer um mundo novo dentro da Escola. Mas logo ele percebe que lá (escola) mora a avaliação, o professor e ele. E pobre de nós professores que achamos o que mesmo sobre a avaliação? Depende da situação...(MARTELO, Dione Elenice Mohler, novembro, 2014).
3 - Reflexão e Ação
Após ter visto alguns dados nacionais sobre as taxas de rendimento, procure levantar os dados de sua escola e, sobre eles, observe os seguintes questionamentos:
– Quais são os dados e taxas de rendimento de sua escola?
– O que esses dados lhes revelam?
– Como esses dados são discutidos entre os professores?
Nos cursos de formação continuada e em outras formações, são pontuados alguns aspectos dos avanços da turma em relação ao longo de todo processo educacional, mas ao discutir boa parte dos temas entre os professores, percebemos que ainda a um grande caminho a ser percorrido, pois reunir os professores e traçar objetivos e metodologia comuns é uma tarefa extremamente complexa.
4- Reflexão e Ação
Na avaliação institucional de sua escola, como têm sido abordadas as avaliações externas e como têm sido utilizados seus resultados?
Formação de Professores do Ensino Médio
– Existe algum tipo de atividade voltada para essas avaliações? Como, por exemplo, organização de simulados, laboratórios ou espaços de diálogos?
– Os alunos fazem comentários sobre o Enem? Se afirmativo, em que perspectiva?
– A organização dos planos de ensino, de alguma forma, tem levado em conta as matrizes de referência do Enem?
Nos últimos dois anos os encontros de formação continuada realizados na escola estão analisando os dados, resultados externos e estes estão servindo de referência para planejamento e ação de várias atividades realizadas no decorrer do ano letivo. Além disso, as metas projetadas estão levando em conta os números alcançados, e busca-se uma melhoria gradativa neste sentido.
Quanto a formação de professores como já foi citado acima, estas estão acontecendo nas formações continuadas propostas pela Secretária de Educação Estadual e também com os encontros do Pacto.
Em relação as avaliações, em conformidade com o PPP e também são realizados simulados no decorrer do ano e os alunos levados a consultar e realizar simulados via online.
Os alunos comentam sim sobre a realização do Enem. A maior parte não reclama da dificuldade das atividades, mas do desgaste em decorrência da grande quantidade de questões a serem resolvidas. Depois de determinado tempo não conseguem mais se concentrar na prova. Claro que de um ano para outro varia o grau de dificuldade do Enem, Em 2012 e 2013 os alunos da 3ª série do EM, acharam as questões de nível dificuldade médio e os resultados foram bons, a maior parte conseguiu pontuação para frequentar uma instituição pública. Este ano de 2014, apesar de os resultados oficiais ainda não terem sido divulgados, a maior parte dos alunos achou o grau de dificuldade alto (difícil).
Em relação a elaboração dos PTDs, professores das diferentes disciplinas estão inteirados dos eixos ou matrizes que estão servindo de referência no Enem e elaboram os Planos de Aula levando tais aspectos em consideração. Ou seja, conforme citado na resposta da questão 1, estamos tentando preparar nossos educandos para a vida no sentido amplo da questão, formar o cidadão crítico e apto para realizar provas classificatórias.
- Logue-se para poder enviar comentários