Caderno V-Organização e Gestão Democrática na Escola-Colegio Estadual Professor Elysio Vianna

ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA Em certos momentos estamos em discordância com o que é ser excluso ou incluso dentro do contexto gestão democrática. Podemos citar que a exclusão dentro de nossa escola é devido à rotatividade de professores, que impedem atuações constantes junto ao conselho escolar, conselho de classe, participação junto à comunidade, onde deveria ser mais assídua às propostas da comunidade escolar. Também devemos observar que uma escola se faz com um grupo de direção, equipe pedagógica, professores, funcionários e alunos e estes têm que estar atuando em comum acordo. Observa-se que o coletivo de uma escola deve estar em constante diálogo frente às problemáticas que esta apresenta. Sendo que anterior à elaboração das propostas pedagógicas deve haver um consenso, uma junção de disciplinas e professores por área de conhecimento para que estes promovam o desenvolvimento educacional do educando. Porém sabemos que a tarefa não é tão fácil assim, pois os educandos da atualidade vêm demonstrando certo desinteresse em participar da integração com as diversas áreas do conhecimento, mas cabe mediar (que é papel do professor) o conteúdo para que este possa desenvolver suas aptidões e cognitivos levando ao enriquecimento cultural e individual. Nas nossas aulas prevalecem sempre o dialogo com respeito ao professor. Os alunos trazem informações e conteúdos de seus interesses que são introduzidos durante as aulas e discutidos para melhorar a aprendizagem. Em relação às disciplinas, o primeiro impacto de exclusão foi quando recebemos as novas Diretrizes de Bases do Ensino Fundamental e Ensino Médio onde deveríamos seguir, conforme a mesma, uma linha na educação. A reforma veio como uma padronização de algo que tem como característica o criar, o fazer, o experimentar livres, a resposta a esta foi a de que assim, as crianças teriam acesso a outras áreas desfocando das Artes visuais para experimentos das outras e com temas padronizados não sofreriam com a mudança de conteúdo quando transferidas. É claro, que sempre buscamos novas formações e formas de repassar o aprendizado focando na base da disciplina, que é a interação, o experimento, a vivência, a interdisciplinaridade e construção do saber como Cultura apreendida. A inclusão sempre foi na construção do Currículo Escolar, na troca de saberes entre os professores e agentes educacionais, que são importantes na construção da forma de abordagem as inclusões nas escolas e até mesmo o saber do entorno escolar. Assim como acontece neste momento com nossos encontros e trocas de ideias e vivências na escola, lendo alguns artigos publicados no site do EMDIÁLOGO, percebemos que isto é em geral um ponto culminante dos encontros e estudos. No turno do fundamental II ocorre muita indisciplina. Alunos são imaturos e, alguns não conseguem concentrar-se na execução das tarefas solicitadas pelos professores, ocasionando muitas vezes atos indisciplinares que atrapalham o planejamento e o desenvolvimento das aulas. Alunos indisciplinados são encaminhados para o setor pedagógico para que este tome as devidas providências cabíveis. No decorrer do ano este setor (pedagógico) ficou sobrecarregado com o número de alunos encaminhados. Notou-se posteriormente que muitos dos casos de indisciplina eram propositais, ou seja, aluno incomodava justamente para ser enviado para o setor pedagógico enquanto o mesmo aguardava o seu momento de atendimento as horas decorriam sem que o mesmo fizesse alguma atividade produtiva, e ao reunir-se com outros colegas que estavam no local pelo mesmo ocorrido, incomodavam muito mais e a algazarra ficava sem controle. Após reunião com direção e professores decidiu-se que, uma sala ficaria disponível para encaminhamento dos indisciplinados pelo setor pedagógico, e que o professor ao encaminhá-lo deveria enviar atividades referente a sua disciplina para que o aluno fizesse na sala disponível para tal ocorrência. Cada professor se dispôs a ceder à sua hora atividade (50 minutos) para supervisionar a sala disponível e principalmente fazer com que o aluno conclua as atividades solicitadas pelo professor que o encaminhou. Foi criada uma tabela com a escala de cada professor para supervisionar a sala. Após implementação de tal procedimento, o número de alunos indisciplinados reduziu bastante. A sala tornou-se um bom recurso para prevenir atos de vandalismo, indisciplina e principalmente interferências na aprendizagem dos demais alunos interessados em aprender. Nas nossas aulas prevalecem sempre o dialogo com respeito ao professor. Os alunos trazem informações e conteúdos de seus interesses que são introduzidos durante as aulas e discutidos para melhorar a aprendizagem. Um dos pontos a destacar foi o coletivo da cadeira docente, se reunir e discutir sobre os resultados de avaliações e que medidas o colegiado teria que adotar. Procurando sempre a excelência na formação de novos cidadãos e também de profissionais que escolheram o ensino técnico pra sua formação ou complementação profissional. O lado bom é quando há engajamento coletivo, lembrando que a comunicação é fundamental, assim, pode-se obter resultados significativos. O ponto negativo seria a mudança constante do quadro de professores, a não aceitação de mudanças projetadas e o não cumprimento e até a desistência de tornar fortificada e constante os processos de aplicação de propostas. Em relação ao conselho escolar é um representante assíduo nas tomadas de decisões da instituição em geral e ainda, é o órgão colegiado responsável pela gestão da escola, em conjunto com a direção, representado pelos segmentos da comunidade escolar, pais, alunos, professores e funcionários. Também frente as suas funções, “a normativa” é a que mais evidencia a importância do conselho juntamente com o bom funcionamento da escola/instituição. Uma das questões colocadas foi que os processos da mesma, sempre são compartilhados entre o colegiado e esta ação é bem importante, principalmente, essa troca de informações. O grêmio estudantil deve ser formado por alunos maduros, comprometidos, que possuem um modelo de disciplina e responsabilidade em relação ao seu desenvolvimento educacional seria o ideal na participação dos processos de tomada de decisão na vida da escola. Nossa escola tem um grêmio pouco atuante até o presente momento. Mas neste ano foi feita nova votação de chapa que irá compor os próximos anos letivos (2015-2016), e esta vem demonstrando um interesse em integrar os alunos com: aulas de campo (contendo viagens quando necessário, passeios em museus, lugares históricos, entre outros), esportes, teatro, abertura de uma cantina para a escola, aulões de véspera para alunos no final de período prestes a cursar o ensino superior, melhoras em aulas de informática para aperfeiçoamento profissional, implementação de horta escolar (inclusive para ampliar o curso de técnico em meio ambiente, já ofertado por esta instituição), promoção de palestras, entre outras coisas que permitam o aluno estar mais em contato com o colegiado no todo. É muito importante haver um acompanhamento por parte da gestão e do setor pedagógico da real importância do grêmio dentro da comunidade escolar. Sabemos que é difícil a tarefa de buscar a qualidade da educação, quando esta não se faz acompanhar por um processo maduro e fortalecido de gestão escolar. O descaso para com a educação vem mantendo nos dias de hoje um quadro de injustiças, onde educandos como, por exemplo, os chamados alunos de “inclusão” parecem ser mais discriminados dentro de uma escola do que estando fora dela. Ou ainda, alunos de baixa renda que ao optar por estudar devem somente participar do processo seletivo em escolas públicas. E mais além, a regionalização destas escolas públicas. A hipótese que se tem na chamada década de “Educação para Todos” é um tanto quanto alusiva e ainda esta longe na busca de qualidade. Porém se empregarmos uma atuação democrática dentro das escolas públicas poderá atuar com mais flexibilidade mediante ao ensino de qualidade. Na gestão democrática a base inicial parte do diálogo, de fazer com que os envolvidos no processo educativo sintam-se parte do todo no que tange a participação e as tomadas de decisões no cotidiano escolar. Enquanto que na gestão patrimonialista a escola é vista como um espaço privado. Uma forma de superar as práticas patrimonialistas existentes na escola e buscar a articulação com os familiares seria mostrar aos mesmos a realidade vivenciada no dia-a-dia dentro da escola. Nas reuniões, mostrar através de vídeos gravados dentro de sala de aula mostrando o comportamento dos alunos em relação à aprendizagem e disciplina. A escola ainda está muito além do seu ideal. Por um lado temos pais ausentes, desinteressados na participação da vida escolar dos filhos e, por outro o próprio núcleo chamado família fragmentado. A questão social tem um impacto muito grande dentro da comunidade escolar. A própria falta de perspectiva e direcionamento familiar leva a falta de interesse do aluno em relação a sua aprendizagem e planos para o futuro. A escola se encontra cada vez mais sem autonomia para poder controlar os atos de indisciplina, vandalismo, agressões verbais e corporais. Falta de estimulo, frustrações e impotência fazem parte tanto dos professores quanto da gestão escolar. O diálogo é sempre aberto de acordo com o nível e maturidade da classe. É importante favorecer o desenvolvimento de seres reflexivos, porém em determinadas situações faz-se necessário disciplinar para que o aluno desenvolva a flexibilidade de agir e pensar na vida. Como dizia Charles Darwin: “Não é o mais inteligente ou forte que sobrevive, mas sim, aquele mais flexível às mudanças”. As mudanças e atualizações devem acontecer anualmente nos PPP's de acordo com as evoluções das tecnologias e das informações. Como os problemas, causas e consequências mudam, nós, como professores, também temos que nos adaptar. O Projeto Político Pedagógico de uma escola tem que estar acessível para que todos os componentes possam estar em concomitante acordo com o que esta ou aquela instituição propõe. Porém, muitos gestores têm dúvidas sobre como esquematizar o documento, que tópicos incluir e de que maneira apresentar cada informação. Nesse caso, poderíamos elaborar documentos com a equipe pedagógica e professores completas para estarmos cientes de todas as regras determinadas pela escola e equipe diretiva e montar propostas que visem em cada área descrita as reais necessidades dos alunos, descrevam com atenção a clientela, levem em consideração os dados sobre a aprendizagem, estabeleçam com cautela o relacionamento com as famílias, relatem os recursos que a escola possui para ensinar e tenham diretrizes e planos de ação claros e objetivos. A partir deste conhecimento fica mais evidente a relação de comunicação educador-educando na sala de aula, possibilitando a busca para compreender como o diálogo se constitui base para o processo de mediação dos seres humanos e do caráter histórico social que revela. Cada escola possui o seu Projeto Político Pedagógico de acordo com as suas necessidades e demandas. Alguns incompletos, outros mais completos ou que precisam de uma atualização. O nosso Projeto Político Pedagógico já passou por essa revisão no inicio do ano letivo de 2014 e esta atualizado, aguardando a aprovação do NRE. “O ensino só terá sentido se for planejado a partir da escuta dos sujeitos educandos que buscam acesso à escola, e, portanto, conhecer a realidade e as necessidades deles torna-se indispensável para a mudança da atitude do educador e da prática educativa”. (Freire, 2005). Professores (as) do Colégio Estadual Professor Elysio Vianna, que elaboraram este texto: Adimar Garcia Machado, Alan Carter Kullack, Beane Wrublevski, Carmen Patricia Basilio Araújo, Danielle Cristina Cruz Scheremeta Jacomel; Elaine Camacho dos Santos, Elma Cristina Grando, Enory Cofferi, Luciane de Oliveira Costa, Marcio Roberto Lopes, Mari Ellen Pirolo, Rafael Eduardo Westphalen, Raquel de Melo Ribeiro, Rita de Cassia Bianchi, Rosana do Rocio dos Reis Hack, Rosane Farrar, Roseli Terezinha Marconcin Cardoso, Sany Maria Laicouski, Sheila Cristhina da Rocha Ferreira, Vânia Ribeiro Cruz, e Aparecida Nunes Marques.