CADERNO V – Organização e Gestão Democrática da Escola – Colégio Estadual Ulysses Guimarães.
CADERNO V – Organização e Gestão Democrática da Escola – Colégio Estadual Ulysses Guimarães.
Integrantes do PACTO: Adriana de Souza Bertate, Alcides Matias da Silva, Ana Elisa Bragagnolo, Angeluce de Lima, Andreia Paula Krul dos Santos, Edilene Lovatto, Gilzemara Ortiz Alves Segantini, Giucler Wernke, Silmara Viana da Rosa e Suelen Gussolini.
Reflexão e ação I
Algumas situações em que nos sentimos excluídos de decisões que afetaram nossa vida profissional:
1. Elaboração e aplicação de módulos de recuperação além da recuperação paralela;
2. Diminuição do tempo disponível para realização de atividades extracurriculares;
3. Organização de horários de reposição de aulas;
4. Entrega de boletins realizados no contra turno;
5. Durante aplicações dos simulados os alunos serem interrompidos para o intervalo, retornando posteriormente para finalizá-los.
Concluímos que a origem dessa exclusão se dá principalmente devido ao modelo de gestão adotado pelo corpo diretivo da instituição.
Algumas situações em que nos sentimos incluídos nas tomadas de decisões de mesma natureza:
1. Implantação de simulados bimestrais elaborados pelo corpo docente da escola;
2. Tema a ser trabalhado durante a semana cultural;
3. Consulta prévia sobre a preferencia de horário e folga;
4. Consulta prévia sobre quantidade de turmas, turno e nível escolar de preferencia do professor no momento da distribuição de aulas;
5. Socialização dos indicadores e dos resultados de avaliações externas, explanando o significado, os índices alcançados e as metas a serem traçadas pela equipe;
6. Consulta prévia para realização de eventos com arrecadação de fundos para a APMF.
Os motivos das inclusões dos temas relacionados estão diretamente ligados ao grau de importância dos mesmos no funcionamento escolar. Respeitando o nível de tais importâncias de decisões escolares, algumas delas efetivamente necessitam ser dirigidas para o bom funcionamento da instituição, porém outras deveriam necessariamente ser discutidas de forma democrática contando com a participação de todo corpo docente, que adotaria uma postura de reivindicar participação necessária a uma gestão verdadeiramente democrática.
Essa ação participativa deve ser realizada a partir do respeito a valores substanciais, como: a ética representada mediante ação orientada pelo respeito ao ser humano e as instituições sociais; a solidariedade manifestada pelo reconhecimento do valor de cada pessoa e o sentido de que os seres humanos se desenvolvem em condições de troca e reciprocidade; a equidade representa o reconhecimento de que as pessoas e grupos em situações desfavoráveis necessitam de atenção e condições especiais, para igualar-se a seus semelhantes no processo de desenvolvimento; o compromisso se traduz na ação dos envolvidos no processo pedagógico, focada e identificada com objetivos, valores, princípios e estratégias de desenvolvimento. Pressupõe o entendimento pleno dessas questões e o empenho pela sua realização traduzida em melhor aprendizagem aos educandos.
Portanto, a participação deve ser entendida como processo dinâmico e interativo que vai além da tomada de decisão, pois é caracterizada pelo apoio na convivência do cotidiano escolar e na busca de superação das dificuldades e limitações impostas na pseudo autonomia da escola para que se cumpra a finalidade social imputada a ela.
Reflexão e ação II
Para que ocorra o processo de discussão e deliberação em situações vivenciadas na escola é necessário que a instituição possibilite a efetiva participação de todos os envolvidos (docentes, alunos, funcionários e comunidade), para que desta forma se efetive um dialogo, ocasionando uma aproximação entre os gestores com o corpo escolar. No entanto, realizar esta prática em nossa escola de forma efetiva torna-se um grande desafio, principalmente pelo fato de que há situações que requerem decisões imediatas, ou a curto prazo, bem como o porte da escola, quantidade de pessoas envolvidas acabam dificultando tal procedimento. Contudo, “muitas” decisões podem e devem ser analisadas, discutidas em momentos oportunos (reuniões pedagógicas, formações continuadas, ou em algum momento que julgue pertinente devido á temática a ser explanada). Vale ressaltar algumas decisões conjuntas que somatizaram no desenvolvimento escolar:
1. Caderno em cada sala de aula, para serem relatadas e destacadas observações pertinentes a cada aluno, isso possibilitou maior proximidade da equipe, dos professores, alunos e pais.
2. Aplicação de simulados para todas as séries do Ensino Médio (ainda é necessário que algumas coisas sejam ajustadas, contudo está sendo de grande valia).
3. Uso obrigatório do uniforme no período diurno discutido com pais e todo o grupo escolar, bem como cobrança do horário de chegada dos alunos.
4. Abertura da escola para que pais pudessem visitar a feira do conhecimento (após várias tentativas conseguimos esta adesão por parte da direção).
Segue algumas ações impostas e não democráticas que acabam gerando insatisfação:
1. Mudança do sistema de ensino anual para blocos e depois o seu retorno (até tentamos questionar, contudo não há autonomia suficiente da gestão escolar para que tal situação permaneça como a escola acredita ser o melhor).
2. Semana cultural e Feira do Conhecimento (da forma como é organizada).
3. Aplicação dos recursos financeiros, o gestor fica limitado por fatores burocráticos em relação ao que se pode adquirir e muitas vezes não se leva em conta as verdadeiras necessidades da escola, devido a exigência de orçamentos, tempo proporcionado para aplicação e os recursos insuficientes, a falta de tempo para reunir todos os segmentos também é outro entrave para que efetive de fato a gestão democrática.
Reflexão e ação III
O Conselho escolar em nossa escola funciona efetivamente, pois sempre que necessário é realizada uma convocação, reunião com todos os participantes do Conselho Escolar (Professores, pais, funcionários e alunos, onde é composto por 26 integrantes). A mesma acontece com objetivos relacionados com fins pedagógicos (problemas relacionados e professores a alunos), e melhorias na estrutura física (recursos financeiros e o destino dado a cada uma delas, bem como promoções para melhorias para o espaço físico escolar). As decisões tomadas pelo conselho são realizadas democraticamente de acordo com as necessidades e problemas que ocorrem na escola, vale ressaltar que há estratégias de comunicação entre os representantes e seus representados. Todas as convocações, reuniões e decisões são registradas em ata, e quando algum membro não possa estar presente, os mesmos tomam ciência através da leitura da ata, e sua assinatura.
Reflexão e ação IV
Em nossa escola existe a formação de um Grêmio Estudantil, onde a maioria dos alunos tem consciência da função do grêmio, mas ainda são poucos que participam ativamente. O mesmo foi formado por alunos dos períodos manhã, tarde e noite, com representantes de várias turmas. Os integrantes possuem consciência da função que o grêmio possui no ambiente escolar, contudo não são politizados com relação às ações realizadas na escola. Para que esta aconteça seria necessário que houvesse interação por parte do corpo docente com os integrantes do grêmio, bem como disposição de tempo e orientação. Este processo seria possível a partir do momento em que os alunos percebessem que a função do grêmio não se restringe apenas a arrecadar verbas, e sim participar das questões pedagógicas.
Reflexão e ação V
As ações de caráter patrimonialista no interior da escola na relação com a família fica evidenciado pela insuficiente participação da família nas decisões coletivas do estabelecimento. Dessa a forma, os membros familiares não detém estrutura argumentativa suficiente para propor democraticamente ações acerca do andamento escolar. A maior participação dos pais no dia a dia escolar é uma condição inegociável para que os mesmos tenham conhecimento sobre o funcionamento da instituição e assim se credenciam para debater sobre os problemas e as possíveis soluções.
É consenso que a escola precisa desenvolver ações que tragam as famílias para os debates escolares periodicamente. No entanto, com o acumulo de atribuições que fogem inclusive do âmbito pedagógico e avança para o campo social tais como, a necessidade de tratar de resgate de valores como respeito, responsabilidade, compromisso, pontualidade, assiduidade e tantos outros que se perderam com a nova remodelação familiar , o notório aumento de problemas pedagógicos que avulta a cada ano por conta dos novos compromissos que recaíram sobre a escola e o não crescimento do quadro de profissionais para atender essa nova demanda de problemas “modernos para a escola” , a mesma fica quase impossibilitada em desenvolver ações convidativas relacionadas a família. Outra dificuldade encontrada pela instituição de ensino é uma estrutura física adequada para receber a comunidade e até mesmo autoridades a fim de estabelecer um diálogo democrático para resolver problemas existentes e proativos.
Reflexão e ação VI
O PPP da Escola é o documento norteador de todo trabalho pedagógico. Nele estão contidos a concepção de sociedade, educação, cultura da instituição. Nele se explicitam toda a estrutura física, humana que constitui a escola, regulamentando todas as suas atividades e funções. Cada segmento atendido, sua grade curricular e seus objetivos estão especificados neste documento.
A construção é coletiva, porém há uma resistência real na interação das instâncias envolvidas, na participação de sua elaboração e reestruturação. O PPP é revisado anualmente, onde são feitas as alterações necessárias, de acordo com o contexto da escola (Projetos, calendário, recursos humanos, grade curricular, entre outros).
De maneira geral, a relação entre professor e aluno propicia o diálogo, a troca de informações e experiências, levando em consideração os questionamentos realizados. Vale destacar que não podemos perder o foco, a função maior da escola: transmitir conhecimentos, ampliar a visão de mundo e contribuir para uma formação cidadã, humana e crítica.
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