Caderno V - Gestão Democrática - Colégio Estadual João Manoel Mondrone - Medianeira
Betriz Kray, Cecília Reginatto, Cristiane Staudt, Ivone Engel
Reflexão e ação temática 5:
1. Em nosso estado do Paraná, mesmo com uma lei amparando a escolha democrática dos Diretores das Escolas Estaduais vivemos no momento uma tentativa de golpe por parte de nosso governador que encaminhou um projeto de lei para a Câmara dos Deputados proibindo/cancelando as eleições para Diretores, e impondo a prorrogação de mandatos dos atuais por mais um ano. O projeto acaba de ser aprovado, ou seja não haverá mais eleições este ano nas escolas.
A história nos relata que a Ditadura Militar acabou com as eleições diretas por muitos anos no Brasil. Será que estamos vivenciando uma nova Ditadura no Paraná? Agora nosso governador acabou com o direito as eleições para diretores, qual será a próxima lei que ele vai desejar extinguir?
Nos últimos anos em nosso Colégio escolhemos nossas diretoras de forma democrática, assim elas entenderam a confiança e a responsabilidade que depositamos nelas. Elas sempre trabalham de forma democrática, solicitando a opinião da comunidade escolar e sendo totalmente transparentes quanto ao gerenciamento dos recursos financeiros. Nossa direção tem um compromisso pela gestão democrática.
2. Nosso sistema de avaliação tem sido tema de constantes discussões, sugestões e mudanças em nosso Colégio. A cada ano na semana pedagógica(fevereiro) este tema é retomado e rediscutido. Já tivemos o sistema de avaliação somatória bimestral, percentual semestral e trimestral, atualmente estamos adotando a somatória trimestral. As discussões continuam pois estamos sempre buscando a melhor forma e a mais justa possível de avaliar nossos alunos e organizar o trabalho docente.
O conselho de classe também vem mudando muito. Atualmente estamos fazendo conselhos individuais com as pedagogas e depois de todos os dados recolhidos, nos reunimos com todas as professoras da turma para organizarmos ações que venham solucionar os problemas identificados e melhorar o desempenho geral da turma.
3. A LDB no art. 14, afirma que os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica de acordo com as suas peculiaridades, conforme os seguintes princípios: I- participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
Conforme o material de apoio, deve fazer parte dos Conselhos Escolares: a direção da escola e a representação dos estudantes, dos pais ou responsáveis pelos estudantes, dos professores, dos trabalhadores em educação não - docentes e da comunidade local.
O conselho escolar do Colégio Mondrone têm atribuição deliberar sobre questões político - pedagógicas, administrativas, financeiras, no âmbito da escola, onde os representantes dos segmentos devem participar das reuniões, discutir, negociar, analisar as ações para o cumprimento das finalidades da escola, representando a comunidades escolar e local, definindo caminhos para tomar as deliberações, possibilitando a participação social e promovendo a gestão democrática.
As decisões tomadas vêm de encontro com as práticas existentes na escola, resultando da necessidade de decisões que possibilitam seu funcionamento adequado. No decorrer das reuniões é decidido democraticamente as ações a serem desenvolvidas a curto, médio e longo prazo.
As grandes decisões tomadas na escola são discutidas pelo conselho, que se reúne com datas definidas ou quando convocados para reuniões extraordinárias para assuntos urgentes. As estratégias escolhidas para a comunicação ocorrem a partir da utilização de comunicados e de atas que indicam geralmente o assunto da reunião, a hora e o local com certa antecedência. Nem sempre existe a participação de todos os membros, o conselho está instituído, porém poderia haver maior participação em vários momentos, em atividades escolares, eventos e principalmente na questão mais burocrática que se faz necessária para um bom desenvolvimento da Gestão Escolar Democrática, assim, pode se afirmar que é preciso buscar estratégias para aumentar a conscientização da comunidade acerca do papel do conselho escolar como instrumento efetivo de participação.
4. A dinâmica social se altera com o passar do tempo e as instituições deveriam, pela lógica, acompanhar essa dinâmica. A escola que antes era destinada a poucos foi democratizada e hoje agrega diferenças e singularidades. Os questionamentos vários levantados com relação à escola e sua capacidade educacional na atualidade podem ser indícios de uma necessidade de mudança imposta pela dinâmica da sociedade a qual se encontra vinculada. Há que se questionar em que medida a instituição, na atualidade, tem possibilitado ao jovem que a freqüenta o exercício pleno de sua condição juvenil e das diversas experiências advindas dessa condição (DAYRELL, 2006. Por muitas décadas os jovens foram proibidos de participar dos movimentos políticos, depois da ditadura militar ficaram excluídos do processo. As escolas precisam fazer com que o jovem entenda que ele faz parte do contexto escolar. O papel do jovem estudante no processo educacional escolar sinaliza a necessidade de maior atenção e reflexão. Ao contrário do que possa parecer, esse tipo de movimento tende a dinamizar a s relações no interior da escola. O que poderia ser entendido como uma contribuição para uma possível quebra de valores e normas, pode, ao contrário, ser um caminho para algo real e exequível de acordo com o que se espera da educação. Conforme demonstra Arroyo, “dando voz àqueles que por tanto tempo foram silenciados, suas autoimagens podem destruir tantas imagens estereotipadas que pesam sobre eles” (2005, p. 81). Diante desse cenário que encontram os jovens estudantes, eles não estão participando do Grêmio Estudantil, essa geração pós moderna não participa da gestão democrática da escola, na associação do Grêmio e sim quando chamados através do líderes das turmas, dão suas opiniões e colaboram com a escola. O Grêmio estudantil precisa ser despertado nas aulas de Sociologia e Filosofia, numa nova estrutura, diferente do Grêmio da época da ditadura. Essa liderança tem que partir dos jovens estudantes e não pelos professores.
5. É preciso buscar o envolvimento da família na aprendizagem dos seus filhos, valorizar e orientar os pais no sentido de incentivar as boas relações com a escola e com todos que fazem parte desse contexto ,incentivando os pais a parecerem nas reuniões pedagógicas não só para cobrar notas e sim para avaliar como o filho está se saindo no ano letivo e se tiver alguma dificuldade orientar esses pais como fazer para ajudá-lo. A escola está diante de um grande desafio necessita da real interação da família para o benefício do desempenho escolar de suas crianças e só assim poderá fazer uma educação de qualidade e que possa promover o bem estar de todos. O Colégio Mondrone sempre que existe um problema a ser pensado e resolvido, reuni pais, alunos, professores e funcionários num sábado para responder e encontrar alternativas e ideias para resolvermos as dificuldades existem no momento. São vários segmentos juntos com um único objetivo, educação de qualidade, o mais importante é que todos se comprometem pela causa.
6. O Projeto Político Pedagógico é um documento construído em todas as instituições de ensino descrevendo sua forma de funcionamento, aspectos gerais como avaliação, concepção filosófica, as funções de cada profissional, entre outros. No Colégio Mondrone este documento foi construído de forma coletiva e é reformulado continuamente por todos os profissionais que atuam na escola e representantes dos órgãos colegiados, durante reuniões pedagógicas ou em encontros de formação, entretanto, é um processo que exige motivação, convencimento, pré-disposição, tempo e integração da equipe para que sejam tomadas as decisões necessárias.
O Projeto Politico Pedagógico é um documento que configura a identidade da escola, onde se busca concretizar idéias, alcançar objetivos, firmar valores estruturados com base na realidade vivenciada. Ele contém fundamentos e princípios que garantirão a identidade que se pretende consolidar em sua prática pedagógica.
A maioria dos docentes têm a preocupação de formar cidadãos emancipados, com uma visão crítica e que se preocupam na construção do conhecimento e o usam para a transformação de suas realidades, onde prevalece o diálogo, a investigação, a reflexão e a aprendizagem significativa.
Percebe-se que o grande problema continua sendo a rotatividade de educadores, o que dificulta o conhecimento do PPP e contribui para a não eficácia do processo proposto, mesmo com a equipe pedagógica mediando e levando ao conhecimento dos Professores que chegam à escola.
O texto do PPP é muito bom, revisado constantemente que não é um processo fácil ou simplista, porém precisa ser o espelho do que acontece em sala de aula.
- Logue-se para poder enviar comentários