CADERNO TEMÁTICO 2

ATIVIDADE CADERNO 2 DO SISMÉDIO
COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR FRANCISCO ZARDO

Equipe: ROGÉRIO LARINI; TATIANE GOMES FERLA; SORAIA FUCKS; EVERSON ADELMO PASQUALI; JOSIANE GOMES SOARES; MARCIA REGINA LUCAS DE LIMA BLAN; PATRICIA PAULIN; ADRIANA BUSATO; ROSALIA MARGARIDA PALKOWSKI; MARIA APARECIDA DE OLIVEIRA; IVANI KUNTYJ RAWLYK; ANA GRACE COSTA; CAMILA BORN; DILENE MARIA BROCHIER STIVAL.

Falar de jovens na atualidade é uma tarefa complexa, pois existem diversas dimensões. A partir da família e da escola, são as principais instituições responsáveis pela formação da personalidade dajuventude. Nessa relação família e escola, temos que focar no PPP que permeiam todo o processo e dos quais dependem a permanência ou não do jovem na escola.
Entendemos que a família é a instituição primeira na formação da personalidade do sujeito, pois é nela que incorporamos nossas primárias concepções de mundo e de sujeito para só depois absorver as influencias dos outros aparelhos ideológicos do Estado. O ambiente em que vivem e as vivencias também são determinantes para vida do jovem. Falando de jovens das classes menos favorecidas entendemos que a pobreza é um fatordecisivo na vida da nossa juventude, pois ela e sinônimo de vários outros problemas sócias, como a violência, o desemprego e a ociosidade. Esses jovens acabam repetindo a mesma história de vida dos seus pais que geralmente, foi marcada pela falta do acesso a escolarização, ao fracasso escolar, abandonoda escola para trabalhar, garantindo assim a sua sobrevivência ou porque a mesma não tinha nenhum significado para seu cotidiano imediato.
O jovem tem expectativas bastante sensatas em relação a escola, espera sentir-se parte dela e poder dela se orgulhar. Para isso quer que ela tenha uma cara própria e que lhe ofereça canais de participação, além da oportunidade de se envolver em questões que digam respeito a ele mesmo e a sua comunidade, como as relacionadas a saúde ,sexualidade e drogas, meio ambiente e qualidade da vida.
Como espaço de aprender a ser e de aprender a conviver, a escola é também um espaço onde o jovem pode e deve exercitar o protagonismo, atuando efetivamente nela, apresentando propostas, promovendo discussões que digam respeito à vida escolar ou ao interesse da comunidade, participando deorganizações como grêmios ou outros grupos de seu interesse, teatro, banda, dança. Esses grupos são capazes de contribuir para a construção ou fortalecimento da identidade da escola.
Apesar de todos os problemas, a escola ainda se mostra um espaço atraente para adolescentes e jovens pela possibilidade de encontro com outros jovens. Os corredores, pátios e outras dependências transformam-se em espaço privilegiado de convivência, e por isso mesmo são considerados interessantes. Algumas escolas reconhecem a importância dessa convivência e procuram favorecê-la fazendo com que adolescentes e jovens se apropriem do espaço escolar e reforcem os laços de identificação com a escola.
Juntocom seus iguais , longe do controle de adultos, consumindo ou produzindo cultura, os jovens e adolescentes podem manifestar suas duvidas, angustias, trocar conhecimentos, realizar desejos, experimentar comportamentos e atitudes, elaborando suas identidades e seus modos  de se relacionar com o mundo.
A escola pode ainda interferir positivamente junto aos jovens no que se refereao comportamento de risco e transgressão, próprios dessa fase, para assumir firmemente seu papel em questões como a prevenção ao uso de drogas, mas para tanto a escola precisa ter a tranquilidade necessária a compreensão de qualquer problema e jamais estigmatizar os alunos que  porventura façam esse uso.
A escola precisa ser acolhedora estruturar-se de maneira viva, dinâmica estimulando os alunos a se manifestar, a organizar atividades que favoreçam o convívio extraclasse, favorecer a ação autônoma e a participação em instancias da gestão escolar, proporcionar e incentivar uma comunicação intensa e livre para trabalhar na perspectiva do dialogo com os estudantes tendo como referencia as culturas juvenis das quais participam, visando o desenvolvimento de suas capacidades, a ampliação e o enriquecimento dos referenciais para a construção de identidades e projetos de que dispõem, seja no tratamento das áreas e temas transversais,seja no convívio social que possibilita aos alunos e professores.
Desta forma, a escola poderá cumprir seu papel principal proporcionar a formação da consciênciacriticanecessária aos alunos para que eles conquistem não só o letramento exigido dento dela, como também aqueles que surgem e se desenvolvem fora dela, não menos importante no seu processo de formação pessoal.

Relação Professorx   Aluno
Esta relação hoje também precisa de novos significados. Um deles é o rompimento com o autoritarismo que está condenada no discurso dos educadores, entretanto, que ainda hoje é predominante nessas relações. Constata-se que parte das angustias sentidas por eles é o fato de os professores condenarem suas atitudes sem nem ao menos ouvi-los.
A cultura das relações de poder da instituição escolar, por parte do professor, era legitimada pelo papel que ele ocupava na atualidade, o professor é quem precisa construir sua própria legitimidade entre os alunos. Esse autoritarismo gera a cultura da rebeldia e da agressividade por parte dos jovens. Observa-se em nossa vivencia que esse autoritarismo se constrói muitas vezes, como única condiçãode controle do professor  frente aos alunos, pois o sistema escolar não consegue dar conta de envolver os jovens no processos educacionais.
O papel do professor mesmo envolvido com todos os seus dilemas, é importante na consciência política e ideológica dos jovens buscando resgatar valores que contribuam no engajamento pela defesa e conquista de direitos por uma educação de qualidade e oportunidade para todos. Nesse contesto, a escola para atender as necessidades do jovem na atualidade, precisa estabelecerrelação com a condição do jovem e ela mesma, a utilidade social dos seus estudos, o sentido das aprendizagens e seus projetos futuros.
Objetivandoentender , fazer  parceria  e ser  construtores  dos projetos   para o  futuro   dos  jovens  e das jovens estudantes,  buscamos  através  do dialogo e de uma pesquisa,  conhecer  os  pensamentos  e  anseios  a respeito  da realidade presente  e  pretensões  futuras  dos mesmos . Assim,foi possível  traçar  o perfil dos  jovens  que  frequentam  o  Ensino Médio, no período  vespertino,   do  Colégio  Estadual  Francisco  Zardo.
  Apesquisa a foi realizada  com  50  alunos  do  1º  e  2º  anos. Amédia de idade dessas  turmas está  entre  15 e 16 anos. Cercade 20% dos  alunos  entrevistados trabalham ou já trabalharam    antes. Geralmentecomo  estagiários em  variados  setores  - restaurantes, bancos, mecânicos, escritórios, fábricas... –Cerca  de  15%  dos  que  declararam  trabalhar  ajudam  com seu salário na  renda  familiar.
Quandodiscutimos  sobre o  conhecimento que  têm em relação a segurança e  condições  de trabalho, 10%  dos  que trabalham,  disseram  que  há segurança adequada  nos  locais.  Em relação  as condições   de trabalho  todos  concordaram que  são  boas.
Falamostambém  sobre a relação  mão-de –obra  e capital. Os trabalhadores nãoconsideram  , dentro do  conhecimentos  deles,   que  são explorados.   Apenas 10%afirmaram  não conhecerem os  direitos  do trabalhador.
Segundo70%  dos pesquisados  não  há  intenção  , e  nem  necessidade  de trabalharem enquanto estiverem  fazendo o  Ensino Médio. Equando  falamos  sobre os  planos para o  futuro  , o que  pretendem   fazer  na  vida  escolar  e fora  dela , obtivemos  de  97%  dos  participantes  que   a pretensão é  continuar os  estudos. Elesquerem  cursar o ensino superior  e inclusive  tem em mente  os  cursos  que  gostariam de fazer que  vão desde  as engenharias,  direito,  medicina  ,  artes...
Concluímoscom  nossa conversa  e pesquisa que a  maioria  dos  alunos, de  1º  e  2º  anos do  período   vespertino  do  Colégio Estadual  Professor  Zardo ,  não apresentam  dificuldades em relação  ao trabalho e estudo. Todosconseguem  conciliar as  duas tarefas  ,  já que trabalham  no  período  que  não estão na  escola.  Osque  trabalham  não  o fazem  por  questões  extrema  de necessidades,  mas  por questões  de independência  e  porque  os  pais  querem  dar  algum tipo  de responsabilidade nesse  sentido . Estãomotivados  a  continuar seus  estudos e quase todos  ambicionam  fazer  um  curso superior  para  “  ganharem  bem”.  Um outro  aspecto  relevante,   quanto aos  trabalhadores, foi  a  falta  de  consciência de  que  sua  força  de trabalho  nada mais é  que uma  mercadoria para gerar  capital. Porisso, sugerimos  uma assembleia  para  discutir  sobre o  assunto   com eles  e  fazer  um  estudo  das relações  de trabalho  na  sociedade  capitalista.   
Outrasugestão foi a  elaboração de uma carta do colegiado aos alunos mostrando a preocupação dos mesmos com a aprendizagem e entendimento dos motivos que levam os alunos à desistência, a falta de participação, evasão, entre outros.
Baseado nesta proposição, a equipe se reuniu e realizou uma investigação junto aos alunos para averiguar sua definição de Ensino Médio e também qual a importância desta etapa da Educação Básica. Diante dos resultados desta pesquisa foi elaborado gráficos para posterior explanação numa roda de conversa com os alunos.
Em data marcada o professor mediador, com alguns alunos representando os concluintes do Ensino Médio (3º anos) e tendo como plateia os colegas de turma e alguns professores, apresentou os gráficos da pesquisa e promoveu debate entre os alunos participantes frente às questões abordadas.
Os alunos participaram expondo suas ideias, sendo que o que mais se abordou foi de que o Ensino Médio é necessário tanto para a preparação para o vestibular, quanto para o mercado de trabalho e cidadania, ressaltando a necessidade de focar provas e trabalhos no estilo Enem e universidades, com conteúdos mais contextualizados, promovendo simulados, aulõestécnicas de redação.
Outro ponto discutido é o uso das tecnologias em sala de aula. Os alunos conseguem visualizar a longa distância entre a importância de seu uso em sala de aula e o seu real uso. Falta diversidade tecnológica, acesso, conhecimento e além de tudo, o hábito de correto uso das mesmas a favor da aprendizagem, pois segundo os alunos na roda de conversa, confirmam que se tivessem acesso a rede wi-fi, muitos acessariam as redes sociais ao invés de conteúdos programáticos.
Analisando o resultado da proposta deste trabalho, concluímos a necessidade e importância de que os discentes participem em momentos como este para discutirem temas relevantes na escola, troca de experiências, levando o educando ao posicionamento crítico.