CADERNO lll – ETAPA ll – CIÊNCIAS DA NATUREZA REPLEXÃO E AÇÃO (Página 21)

CADERNO lll – ETAPA ll – CIÊNCIAS DA NATUREZA REPLEXÃO E AÇÃO (Página 21)

Professores participantes:
Professora Margarida Moreira Adão Correia
Professor Marçal Jacamo Montanari Lombardi
Professor Maria do Rocio Pinto da Silva
Professor Adriano Luiz dos Santos
Professora Célia Regina Padilha de Andrade
Professor Marcelo Vitor Fiatkoski
Professora Vera Lúcia José Martins
Professora Maria Luíza Alves Rodrigues
Professor Adenilson Ferreira de Abreu
Professora orientadora: Marcileia Grecco

Ensinar Ciências é:
Construir e oferecer respostas sim, mas, sobretudo gerar a indagação e o interesse pela ciência como fonte de prazer, de transformação da qualidade de vida e das relações entre os homens.
Promover a pesquisa facilita a vida do professor e cria condições efetivas para um bom aprendizado. É importante propiciar situações, tanto coletivas como individuais, para observações, questionamentos, formulação de hipóteses, experimentação, análise e registro, estabelecendo um processo de troca professor-classe para gerar novas indagações. Ao se tornar consciente dessas características e valorizá-las, o professor passa a desafiar os alunos e começa também a ser envolvido pelas demandas e questionamentos propostos em aula. A educação em ciências torna-se assim empolgante, dinâmica, estimulante... A opção de ensinar ciências desenvolvendo atividades investigativas torna-se uma boa solução para a aprendizagem. É o desejo de mudar a prática pedagógica, é esse amadurecimento e esse refletir constante que garantirão que ocorram as mudanças efetivas na prática pedagógica do ensino de ciências do país. Nessa perspectiva devemos começar identificando e valorizando o conhecimento que o aluno detém sobre o que se pretende ensinar. Assim se estabelece o debate sobre as relações entre o conhecimento popular e o conhecimento científico, reforçando a interação da escola com as famílias e a comunidade, enfatizando temas atuais, objetos de debate na sociedade, estabelecendo relações entre conhecimento científico e exercício da cidadania. Também é preciso perceber que o livro é uma mercadoria do mundo editorial, sujeito às influências sociais, econômicas, técnicas, políticas e culturais como qualquer outra mercadoria que percorre os caminhos da produção, distribuição e consumo. Portanto, muito cuidado! É fundamental preservar sua independência, refletindo sobre o que é ciência e como ensinar ciências, para que se possa fazer uma boa escolha do livro que será utilizado em suas aulas.
A formação de uma consciência de diversidade de interesses no desenvolvimento tecnológico e da noção de sujeito social, que tenha espaço político para lutar por seus interesses. Há aqui a percepção profunda de um paradigma onde o educando/sujeito deixa seu status de cognoscente, que se relaciona com objetos, e passa a estabelecer novas relações intersubjetivas para a construção de um entendimento e, por conseguinte, de um conhecimento científico, que inclui a reação, reelaborando-o, ampliando-o, enfim, criando possibilidades de ação. Dessa forma, a educação tecnológica no nível médio, deve propiciar situações de aprendizagem que reputem a ciência e a tecnologia, como resultados de escolhas sociais. Nesse cenário, considera-se que o professor é o grande articulador, permitindo a mobilização dos saberes, o desenvolvimento do processo e a realização de projetos nos quais os alunos estabeleçam conexões entre o conhecimento adquirido e o pretendido, com a finalidade de resolver situações-problema, em consonância com as condições intelectuais, emocionais e contextuais dos alunos.

Ensinar Ciências não é:
Diante dos resultados preocupantes obtidos nas avaliações em larga escala, faz-se necessário que reflitamos sobre como podemos agir no sentido de promover uma renovação no ensino, adotando uma concepção em que se muda o foco do processo educativo, colocando o estudante como sujeito central neste processo.
Nesse sentido, as DCNEM propõem uma forma de organização curricular que passam contribuir para garantir uma formação humana integral aos nossos jovens, através da articulação entre as disciplinas e tendo como elemento fundamental a contextualização e a interdisciplinaridade.
Para que se efetue tal proposta, uma das possibilidades seria um planejamento pedagógico que leve em conta a problematização de questões ou temáticas presentes no contexto social dos estudantes, buscando sempre a participação ativa dos mesmos.  
Exemplo de prática para ser aplicada com os alunos:
Pesquisa de campo – tema: O aumento gradativo da temperatura nos bairros
Pesquisar sobre os bairros de Paranaguá no entorno da escola que antes tinham mata nativa e atualmente viraram áreas industriais:
- Apresentação e Problematização:
Bairro Vale do Sol: a mata nativa vem sendo retirada em razão da urbanização crescente vinda de uma população que migrou da área portuária para o bairro.
Bairro Vila Rute: com a maior incidência de calor na cidade devido à falta de arborização.
- Consequência:
Sem arborização e área de lazer e com maior emissão de gases no ar, aumenta o índice de doenças respiratórias.
- Encaminhamentos metodológicos:
Coletar dados anteriores e recentes sobre a variação da temperatura de várias maneiras como: documentos, fotos, entrevistas, relatos e pesquisa.
Compilar os dados recolhidos e montar um gráfico o um mapa conceitual para posterior debate ou seminário sobre o tema. Confeccionar cartazes sobre o resultado da pesquisa e apresentar na escola e à comunidade escolar.
- Responsabilidade social:
Verificar a possibilidade do apoio de empresas próximas ao bairro que estejam comprometidas e envolvidas em projetos sociais para a amenização do problema em questão. Sugestões de apoio por parte das empresas: visita dos alunos na empresa ou em projetos ambientais, confecção e distribuição de informativos à população como folhetos, cartazes e folders.
- Apoio dos órgãos públicos responsáveis:
Pesquisar e conhecer quais são os órgãos públicos responsáveis pelo meio ambiente, a preservação da mata nativa e a qualidade do ar.
- Conclusão:
Verificar junto às empresas e órgãos públicos qual a relação custo-benefício diante desse aumento de temperatura e o que poderá ser feito para melhorar ou amenizar a situação.