CADERNO IV - CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL Drº BRASÍLIO MACHADO
REFLEXÃO 2 – CADERNO IV
Estamos diante de um texto publicado na forma de livro, no qual o autor é um pintor, se referindo ao seu trabalho e aos instrumentos que tinha disponíveis na Época. Refere-se a diferentes técnicas de pintura, à forma como a natureza pode ser captada a partir de cada uma delas e, ao mesmo tempo, já trazendo dúvidas sobre o papel do instrumento tecnológico na autoria da obra. Com base neste texto e no que discutimos anteriormente:
1. Destaque as dimensões da cultura, do trabalho, da ciência e da tecnologia presentes nesse trecho da obra.
Para nós educadores que trabalhamos em um CEEP (Centro Estadual Educação Profissional). É evidente a dicotomia existente entre as disciplinas de formação geral e as disciplinas de formação profissional. Isso representa para os educadores que historicamente trabalham com as disciplinas de formação geral, a possibilidade de avançar na compreensão do sentido da educação que é proporcionada aos estudantes. Esses professores serão instigados a buscar relações entre a ciência com a qual trabalham e o seu sentido enquanto força material produtiva para a sociedade em geral e para o cidadão-trabalhador em cuja formação docente está participando.
É, portanto, uma oportunidade para que esses docentes superem tendências academicizas livresca, discursivas e reprodutivas das praticas pedagógicas que permeiam, de forma recorrente, essa esfera educacional. Já para os docentes da formação profissional, criam-se oportunidades de superar a perspectiva, muitas vezes, exageradamente técnico-operacional deste ensino e, ao invés disso, aproximar-se de um enfoque que contribua para a aproximação das condições sociais, históricas e culturais de produção e utilização dos conhecimentos científicos técnicos e tecnológicos que estão na base de cada curso.
É importante que as atividades integradoras (aulas de campo, elaboração de projetos, iniciação cientifica, construção de protótipos etc.) sejam desenvolvidas a partir de varias estratégias/temáticas que incluam a problemática do trabalho de forma relacional da seguinte forma: Trabalho/Natureza; Trabalho/Sociedade; Trabalho/Ciência e Tecnologia; Trabalho/Cultura.
A reflexão do realizar pedagógico para sua reelaborarão da lingüística do pintor, leva a concepção da educação e formação humana, atribuindo um significado para sua prática, pois foi mantida pelo autor a lingüística para que todos aqueles que se afinaram desta arte usassem as técnicas de pintura e o perfil do pintor. A maneira como a natureza pode ser captada a partir do tempo, incorporou-se a contextualização dentro dos objetivos nas dimensões da cultura, trabalho, ciência e da tecnologia sendo que todos os saberes colaboraram na valorização da produção humana e na evolução através dos tempos como fatores para influenciar a compreensão dos conceitos fundamentais para o aprendizado diferenciado.
A cultura pode ser percebida pelo conhecimento dos diversos pintores de sua época e anterior a ele, como Michelângelo, Deirer, Ruysdael, Goyen, Calame, Roelofs e WEISSENBRUCH.
Podemos destacar a dimensão do trabalho quando o autor se refere ao seu trabalho e de outros como pintores, através do qual as técnicas de pintar estão relacionadas com os diferentes materiais usados na época. As dimensões da tecnologia e ciência estão evidentes nesta parte do texto, pois os conhecimentos adquiridos pelos pintores na obtenção dos materiais (tintas, lápis grafite, carvão, óleo e outros) necessários ao seu trabalho de pintura foram evoluindo através dos tempos graças às ciências e as tecnologias. Ao escrever sobre como outros pintores trabalhavam suas técnicas de pintura diferentemente uns dos outros, observamos a dimensão da cultura, pois alguns deles viveram em lugares e tempos diferentes do autor da carta, evidenciando uma sociedade diferente entre os mesmos, provavelmente com valores, crenças, línguas e outros.
Van Gogh é considerado um dos principais representantes da pintura mundial. Nasceu na Holanda. Teve uma irmã e um irmão chamado Theo. Com este irmão, estabeleceu uma forte relação de amizade. Através das cartas que trocou com o irmão, onde ele relatava seu descontentamento com a sociedade dessa época, em toda sua vida ele consegui vender somente uma obra, que é “A Vinha Encarnada” para seu próprio irmão Theo . Trabalhou para um comerciante de arte da cidade de Haia. Com quase vinte anos, foi morar em Londres e depois em Paris, graças ao reconhecimento que teve. Porém, o interesse pelos assuntos religiosos acabou desviando sua atenção e resolveu estudar Teologia, na cidade de Amsterdã. Mesmo sem terminar o curso, passou a atuar como pastor na Bélgica, por apenas seis meses. Impressionado com a vida e o trabalho dos pobres mineiros da cidade, elaborou vários desenhos a lápis. Vincent entrou em depressão. Em várias ocasiões teve ataques de violência e seu comportamento ficou muito agressivo. Foi neste período que chegou a cortar sua orelha. Os pesquisadores conseguiram resgatar muitos aspectos da vida e do trabalho do pintor. Seu estado psicológico chegou a refletir em suas obras. Deixou a técnica do pontilhado e passou a pintar com rápidas e pequenas pinceladas. No ano de 1889, sua doença ficou mais grave e teve que ser internado numa clínica psiquiátrica. Nesta clínica, dentro de um mosteiro, havia um belo jardim que passou a ser sua fonte de inspiração. As pinceladas foram deixadas de lado e as curvas em espiral começaram a aparecer em suas telas.
Numa dessas cartas enviadas, O Pintor se refere ao seu trabalho e aos instrumentos usados naquela época contra pondo ao carpinteiro e seu lápis. No que se refere ao trabalho Van Gogh diz ao contrário das teorias de Karl Marx, pois, o trabalho como cultura que ficara registrado durante gerações e não como moeda de troca a mais-valia e o instrumento tecnológico “ o lápis” que fazendo a mesma função em duas atividades diferentes , resultaria em boas obras primas.
2. De que forma ele poderia ser incorporado como material para discussão em sala de aula? Em que contexto e com qual objetivo?
O referido texto pode ser trabalhado de forma interdisciplinar entre os seguintes componentes curriculares: História, Arte e Química, estabelecendo a relação entre o conhecimento adquirido em sala de aula e a realidade cotidiana que nos cerca na época de Van Gogh e nos dias atuais.
Neste texto o aluno deverá ser capaz de apreender e entender os conteúdos da disciplina de Química que são comentados pelo autor durante seu relato sobre as técnicas de pintura e os materiais utilizados em seu trabalho artístico. Dentre esses conteúdos, podemos estudar as características e as propriedades do carbono, as suas formas alotrópicas na natureza: Diamante e a Grafite, o carvão com suas propriedades, características e aplicabilidades.
As tintas utilizadas pelos grandes mestres não podiam ser compradas e, logo tinham, que ser produzidas com substâncias químicas minerais e vegetais com técnicas alquímicas da época. O pintor era praticamente um químico, ou como conhecíamos antes um alquimista. As tintas produzidas pelos pintores eram uma receita que misturava pigmentos dos mais variados misturados ao óleo revelando uma gama de mais variadas cores que eram aplicadas sobre as telas que as vezes era feitas de madeira ou tecidos.
Neste contexto, os alunos aprenderão como as transformações dos materiais, por meios das reações químicas poderão obter os diferentes tipos de substâncias (pigmentos), tão importante para os pintores. Além de aprenderem também um pouco da história da química através da alquimia.
Este forma de trabalhar a química é importante para a valorização do conhecimento adquirido na escola e sua relação com o contexto histórico da humanidade.
JOSÉ GUSTAVO PONTES
JULIANA PONTES
LUISA BELÉM
ELENITA SILVA
JOHN KENNEDY ABREU
ROBSON MARCINIAK
EDILANNE UTRABO
EDILAINE BASCO
SABRINA GIOVANELLI
NELCI MARTINS
MARCOS ANTONIO OLIVEIRA
LÉLIA VALÉRIA
ORIENTADORA - CIBELLE ANNE
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