Caderno IV. Caderno 2

Ministério da Educação – MEC

Universidade Federal do Paraná – UFPR

Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio
 
Formação de Professores do Ensino Médio
Escola: Colégio Estadual Dona Branca do Nascimento Miranda
Orientadora de Estudos: Sonara Cristina Polityto Cremasco
Etapa II – Caderno IV
Cursista: Anderson Christofer de Souza
Cursista: Carlos Henrique dos Santos Salgado
Cursista: Cristina Maria Barreiros
Cursista: Deborah Braga Eitelwein
Cursista: Eliane de Cássia Spirandelli Gomes
Cursista: Felipe Quadra
Cursista: Georgiana Nardi Vidal Maceno
Cursista: Gisele Alves de Almeida
Cursista: Guilherme de Gouveia Santa Bárbara
Cursista: Jane Moreira de Matos
Cursista: Jaqueline Ferrazza Gonçalves
Cursista: Joice Barreiros
Cursista: Maurício de Oliveira Munhoz
Cursista: Nádia Aparecida Poleto
Cursista: Raquel Neuwert
Cursista: Silmara Dias Pereira
Cursista: Valmir Coqueiro Fontana

REFLEXÃO E AÇÃO

O filme “O enigma de Kaspar Hauser”, dirigido por Werner Herzog, foi baseado em um fato real ocorrido na Alemanha em 1820. Este fato apresenta uma reflexão sobre a cultura e os ensinamentos que a ele eram subtraídos. Criado por um homem em um cativeiro, Kasper expressa uma incompatibilidade racional diante da representação de sua idade, pois não falava, quase não ficava em pé, incapaz de contestar sua própria condição e mostrava-se cômodo no local de seu convívio. Um ser criado sem qualquer contato social, que se alimentava de refeições noturnas deixadas por alguém que não sabemos quem era...
O longa nos faz perceber que mesmo Hauser tendo aprendido a andar, falar, escrever e de haver internalizado símbolos comportamentais, nunca seria visto como um ‘igual’ pela comunidade de Nuremberg, até porque, sua história de vida já estava marcada pelo ‘estigma da rejeição’. Uma trajetória que ilustra muito bem o erro básico de uma organização social fundada sobre os princípios do racionalismo positivista. Já que a ‘humanização’ do homem entendida como socialização, não é uma decorrência biológica da espécie, mas consequência de um longo processo de aprendizado com o grupo social. Subentende-se que por meio desse processo, o indivíduo se integra ao grupo em que nasce, assimilando o conjunto de hábitos e costumes característicos desse grupo. Participando e interagindo de uma vida em sociedade aprendendo suas normas, valores e costumes. Socializando e reprimindo suas características instintivas e animais e desenvolvendo as sociais e culturais.
Kaspar não passou por esse processo de socialização, nem exercitou a compreensão através da prática social, e não conseguiu atribuir significado às coisas, mesmo tendo adquirido a linguagem. Podemos concluir então que não é apenas o sistema perceptual, mas as estruturas mentais e a própria linguagem são resultantes da prática social, ou seja, as práticas sociais ‘modelam’ a percepção da realidade e o conhecimento por parte do sujeito.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

1.  Brasil. Secretaria de Educação Básica. Formação de professores do ensino médio, Etapa II - Caderno IV : Linguagens / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica; [autores : Erisevelton Silva Lima... et al.]. – Curitiba : UFPR/Setor de Educação, 2014.