Caderno III - Pela Construção de um novo curriculo

COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO COELHO NETO
ORIENTADOR(A): DIONE ELENICE MOHLER MARTELO
PROFESSORES PARTICIPANTES
AYALA REJANE GUERREIRO THEISEN
ELIS REGINA DORNELES
JACINTO VAGNER RUPP
LEONI DA SILVA SCHOMMEER
LUCIANA GARLINI
MARCELO THEISEN
MARIA DEL CASTANHEL PERON HUBNER
ROSEMERI DA SILVA
SALETA GALVAN ZANATTA

A CONSTRUÇÃO DE UM NOVO CURRICULO PARA O ENSINO MÉDIO LIVRO III

A construção de um novo Currículo para o Ensino Médio
Para a construção de um novo currículo para o Ensino Médio se fazem entender alguns outros documentos e linhas de ação. Acreditamos que o primeiro deles é a construção e finalidade do PPP. (Projeto Político Pedagógico da Escola).
Na construção do PPP devemos levar em consideração três fatores fundamentais:
Marco Situacional: Momento de apresentar como está à educação na nossa Escola, bem como as leis que norteiam a educação no país, estado e município.
Marco Conceitual: Momento de parada para refletir sobre os pressupostos teóricos que fundamentam a prática pedagógica, a concepção de sociedade, as concepções de educação e de ensino-aprendizagem. O método de trabalho que será adotado para atingir as metas propostas. (embasamentos científicos).
Marco Operacional: Momento de organizar os projetos de trabalho e atividades que serão realizadas para atingir os objetivos propostos. Citar as parcerias e os recursos que a Escola  possui para poder atuar frente à comunidade escolar.
Dentro de cada disciplina devemos contemplar o eixos básicos como trabalho, tecnologia, ciência, cultura e educação. Dentro dessa concepção construímos um exemplo dentro de uma das disciplina das ciências humanas inter-relacionando tais elementos,
• Transformação da paisagem  é considerada uma prática social a partir do momento em que é realizada uma relação com o trabalho;
• A Paisagem  também passa pela dimensão da ciência, pois são desenvolvidos estudos em torno dos elementos que a constituem.
• A tecnologia está presente desde a transformação deste espaço seja ele urbano(uma fábrica, máquinas, equipamentos...) ou rural   (uma plantação, tecnologia utilizada, sementes, insumos, máquinas...)
• A cultura está presente pois a paisagem torna-se o espaço transformado de acordo com as representações culturais de determinado tempo e lugar.
• A educação ao considerar essas mudanças, transformações enquanto prática social, a partir da relação entre as dimensões,  permitirá uma visão mais ampla  em torno do tema.
Não precisamos estar citando esta configuração, mas devemos tê-la clara nas nossas ações de ensino aprendizagem.
O currículo como os demais documentos que norteiam os trabalhos da escola devem estar atrelados há Diretrizes maiores como as instituídas com  a homologação da Constituição Federal de 1988 fundada em princípios democráticos e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), nº9394/96, que confirmam os princípios  e considera os sujeitos sociais como cidadãos com direitos à educação, as escolas passam a organizar seu projeto pedagógico e currículo escolar atendendo as novas diretrizes educacionais que emanam a necessidade de uma organização escolar que proporcione a humanização dos sujeitos e a diminuição da desigualdade cultural.  Visto dessa maneira, o currículo escolar vai muito além do simples elenco de disciplinas e conteúdos programáticos a serem cumpridos em determinada carga horária ou de uma matriz curricular. A composição do currículo é um momento de decisão da escola, que é legitimado na prática educativa.
No entanto  é preciso afirmar que a Educação precisa sofrer transformações  o mais rápido possível. Falando sobre o currículo, devemos levar em conta, a integração entre o conhecimento obrigatório, suas atividades  e ainda o interesse do aluno em aprender o que esta inserido nele.  Considerando  o atual ritmo das tecnologias, conhecimentos, experiências , entre outros pontos, aparece então outro desafio para os educadores e escolas superarem e diz respeito principalmente na motivação e interesse dos alunos de aprender.  E não podemos deixar de perceber que as relações  são um tanto quanto divergentes, pois vivemos num sistema capitalista, imediatista, onde o que importa é trabalhar para suprir essas necessidades.                     Voltando a questão do currículo e seu planejamento como um todo, não podemos esquecer que não depende somente da escola.  Essa tarefa  é uma ação política e de responsabilidade de todos os envolvidos, como; educadores, governo e a sociedade em geral, principalmente a família. Por isso a grande necessidade e importância de estarmos sempre debatendo e melhorando a cada dia, para que essa evolução na educação aconteça o quanto antes.
De acordo com o que foi argumentado, discutido e partilhado, a dificuldade é inserir na prática os conteúdos que estão dentro da proposta curricular histórico critico.
Entre as principais dificuldades partilhadas, nos deparamos com os seguintes argumentos.
• Inserção precoce dos nossos jovens no mercado de trabalho, pois em muitos momentos isso se realiza devido as necessidades das famílias, ou em outro momento como apenas satisfação pessoal.
• A falta de compromisso dos alunos, maturidade, de perspectiva no futuro, devido a uma sociedade imediatista.
• Dentro da instituição familiar, não temos mais pais educadores, apenas reprodutores, que geram seus filhos e “depositam” os mesmos na escola, negligenciando o seu real papel, eximindo-se de suas responsabilidades.
• O desgaste físico e psicológico dos professores, pois hoje estes se encontram realizando tarefas cursos fora do horário de trabalho, ou seja, não possuem um tempo favorável para aprimorar seu desempenho, pois o tempo destinado à hora atividade não é suficiente para o mínimo de qualidade.
• Não há um espaço adequado para as práticas das novas tecnologias, bibliotecas, laboratórios nas humanas e ciências naturais, não há salas adequadas para esse fim, a falta de suporte técnico qualificado para essas novas tecnologias.
Após as reflexões feitas, acreditamos que a teoria dos nossos currículos se apresentam na prática, pois tradicionalmente, as escolas publicas tem a sua prática  pedagógica determinada ou por orientações oriundas das secretarias de educação ou pelos próprios livros didáticos. Isso resulta, na maioria das vezes, em uma pratica curricular muito pobre, que não leva em conta, nem a experiência trazida pelo próprio professor, nem a trazido pelo aluno, ou mesmo às características da comunidade em que a escola esta inserida. Por outro lado, restringe a autonomia intelectual do professor e o exercício da sua criatividade. E pior;  não permite que a escola construa sua identidade. (site:http:/www.educador.brasilescola.com/orientação-escolar/currículo-no-contexto-escolar.htm, acessado 13/09/14, as 9:35
Dentre estas   perspectivas “finalidades da educação” desenvolvimento físico, intelectual, social e emocional do educando,   há um esforço muito grande por parte de todos os envolvidos (professores, pedagogas, gestores e a comunidade escolar), para que esse processo ocorra.  Porém um dos maiores entraves para que todas essas finalidades sejam alcançadas se deve ao fato de  a escola não possuir  uma equipe técnica multidisciplinar, como psicólogos, psicopedagogos, fonoaudiólogos, assistente social, e também a neurologistas quando necessário. Diante destes fatos e outros mais que estão além da capacidade do chão da escola.
Quanto a possibilitar o desenvolvimento das capacidades de comunicação por meio das diferentes linguagens e das formas de expressão individual e grupal buscam-se trabalhos desenvolvidos em sala de aula, específicos a cada área de conhecimento, e através de projetos  realizados no horário escolar ou então aberto a comunidade no período noturno.
Para incentivar o gosto pela aprendizagem, os professores utilizam  diferentes recursos didáticos e   formas  para que o aluno vá em  busca  de novos conhecimentos através de pesquisas, trabalhos em grupo, seminários, visitas e atividades culturais, trabalhos de campo e de lazer.
Para  exercitar o pensamento crítico, utilizamos o aprimoramento do raciocínio lógico  e da superação de desafios,  através de atividades diversificadas  com assuntos atuais, formando pessoas capazes de argumentar, entender e se possível interferir de maneira positiva nas questões sociais na busca de formação de verdadeiros cidadãos, sendo fundamental um olhar para os fatos com clareza, tendo uma postura ética.
No desenvolvimento psicomotor, as habilidades físicas e as diferentes destrezas, é uma finalidade em parte desenvolvida pelas  aulas de Educação Física  porém esbarramos mais uma vez na falta de verbas, material, espaço físico que acabam por inviabilizar projetos no contra turno.
Para  propiciar o domínio de conhecimentos científicos básicos, nas  áreas, tais como: Matemática, Língua Portuguesa, História, Geografia, Biologia, Física, Química, Sociologia, Filosofia, Arte, Língua Estrangeira Moderna e Educação Física; os professores cada qual em sua área, buscando a interdisciplinaridade quando possível. Contudo, a diversidade  de nossos alunos faz com que nem todos consigam esta apropriação ao mesmo tempo, e mesmo havendo a recuperação paralela   não é suficiente para que o resultado seja satisfatório.  No que diz respeito aos conteúdos específicos seria necessário um acompanhamento diferenciado de “apoio” para estes alunos que apresentam maiores dificuldades de aprendizagem.
A sociabilização se dá pela  formação produção da identidade individual e a diferença  cultural, dos  sujeitos, da sua  participação efetiva na sociedade.  Procuramos a valorização de cada aluno enquanto sujeito pensante e ativo dentro do espaço social em que vive, além de primar pelos direitos iguais sem a tolerância de praticas de preconceito, violência, discriminação e bullying.
A partir de todas essas reflexões percebemos o quanto nossa escola é frágil  e que mesmo sendo o espaço onde tudo acontece de fato, temos pouca autonomia para fazer as mudanças tão necessárias para a melhoria do Ensino Médio no Brasil.
Dentro do campo pesquisado e estudado  currículo pode ser compreendido como a seleção dos conhecimentos e das práticas sociais historicamente acumulados, considerados relevantes em um dado contexto histórico e definidos tendo por base o projeto de sociedade e de formação humana que a ele se articula; se expressa por meio de uma proposta pedagógica definida coletivamente e na qual se explicitam as intenções de formação, bem como as práticas escolares as quais deseja realizar com vistas a dar materialidade a essa proposta (SILVA, 2012 1.4. O RECONHECIMENTO DAS DIMENSÕES EXPLICATIVAS E PRESCRITIVAS DO CURRÍCULO)
O currículo do Ensino Médio na atualidade encontra um cenário totalmente diferente na atualidade, são mudanças profundas que se deram nas relações de trabalho e também nas relações históricas a chamada  crise de identidade. Antes   tínhamos e ainda temos dois tipos de Ensino Médio o que leva  o educando ao vestibular e aquele que busca a uma formação para o trabalho. O primeiro é destinado à camada da burguesia e classe média alta, o segundo para o filho do trabalhador, Ensino Médio para o pobre. Enfim formar mão-de-obra barata.  Sabemos que não existem vagas para todos os estudantes nas Universidades e o sistema capitalista  quer que assim seja, pois este necessita do exército de reserva para garantir seus objetivos cada vez mais — e assim seguir reproduzindo nosso trágico abismo social.
Hoje estamos enfrentando um dilema, qual o  currículo que devemos construir para o Ensino Médio? Difícil responder, mas o que não podemos e continuarmos reproduzindo o que o sistema nos impõe, precisamos ir na contramão, construir um Ensino Médio pautado no conhecimento e na produção científica, não apenas na preparação de mão-de-obra ou de treinar nossos educandos para resolver situações imediatas que o sistema cada vez mais vem impondo. Devemos lutar e garantir que o os 10¨% do PIB que deverão ser investidos na Educação até 2022 realmente assegurem a qualidade do Ensino e de vida dos nossos educandos e que através disto sejam criadas vagas para todos os jovens que queiram estudar no Ensino Superior em cursos gratuitos e de qualidade.
Necessitamos de uma desconstrução total do nosso currículo para podermos colocar em prática essas concepções tão necessárias para a melhoria da qualidade da Educação como um todo em nosso país. Fala-se em humanização e integração curricular. Integração curricular já faz muito tempo que existe, pois tudo está pautado em Leis e Leis que devem ser seguidas, a autonomia é pouca. Porém precisamos estar atentos ao novo conceito que as ideias pós modernas vem trazendo, devemos cuidar para não cair na armadilha  de ideias com roupagem nova, porém com recheio antigo. A concepção Histórico Crítico é muito diferente da proposta da Escola Nova e o que nos parece nesse momento que é está a filosofia que vem sendo colocada como algo “salvação da Pátria”, que no decorrer do tempo se adotada mostrará que veio para acabar de afundar o navio que neste momento encontra-se a deriva. O Ensino Médio no Brasil.