CADERNO III – ENCONTRO 29/09/2014 Que relações existem entre o que eu ensino e o mundo do trabalho, da ciência, da tecnologia da cultura?

A educação no Brasil assume multifacetas, conforme o contexto econômico e político de cada momento histórico. Inicialmente quando a educação estava nas mãos da aristocracia, apenas suas famílias gozavam desse privilégio e considerava-se um status. Todo conhecimento tinha suas bases fincadas no saber voltadas as ideologias dominantes, não havia relação com as vivencias das classes baixas.

Com o passar do tempo, a historia a educação deixa de ser confessionário e passa a ser laica, onde o Estado assume, já na segunda Constituição republicana.

Implanta os cursos colegiais divididos entre o cientifico e clássico, um que possibilitava o preparo ao ensino superior, e outro, com o técnico profissionalizante, destinava-se ao mercado de trabalho, o que impossibilitaria a entrada ao superior.

Mais tarde, com o crescimento econômico e o desenvolvimento das tecnologias, surge a necessidade de se pensar uma educação vinculada as necessidades do progresso socioeconômico.

Em 1920, o estilo de vida dos brasileiros modificou, houve um surto industrial no Brasil. O numero de matriculas no ensino secundário aumentou consideravelmente.

A educação publica passa atingir maior numero da classe trabalhadora. Visto que o mercado de trabalho necessitava de nova demanda nos ramos industrial e comercial. Já no cenário, pós-ditadura militar, a nova Constituição Federal, trouxe consideráveis inovações, artigo 205 “visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.

Assim, a vertente profissionalizante do ensino médio se assenta sobre as bases de integração entre trabalho, ciência, tecnologia e cultura como eixos estruturantes, mas também integra o trabalho como contexto, ao proporcionar uma formação profissional específica.

Atualmente a educação continua sendo um fator atrelado ao trabalho. As/os jovens estudam no intuito de (como maior objetivo) alcançar uma vaga no mercado de trabalho.

Percebe-se que individuo assume um perfil de sujeito na historia, mas perante, um novo cenário cultural e massificado. Pois, essas/es, passam por uma crise de identidade e valores, que a/o tornam perdidas/os diante do direcionamento de seus possíveis objetivos e perspectivas de vida. A família desestruturada tem colaborado nesta crise, o que dificulta a/o aluna/o compreender a educação como um fator determinante na construção de sua identidade como cidadão no exercício da cidadania. Há também a contribuição dos governos na desvalorização da educação no tocante aos investimentos estruturais e defasagem na formação básica (fase I) das/os discentes, que comprometem a sequencia do ensino-aprendizagem conforme os Parâmetros das Diretrizes Curriculares.

Dentro das DCEs, procuramos trabalhar o conteúdo em consonância com a realidade social em que vivem. Trazendo vivencias e experiências de relatos históricos do seu cotidiano. Mas o mundo que o cerca lhe permite viver em um cenário histórico surreal. Em um mundo tecnológico virtual que rouba, todas as suas cenas como sujeitos na historia.

As/os professoras/es não são dotados de conhecimento, treinamentos e/ou tempo para trabalhar o emocional das/os alunas/os. Discutiu-se sobre a necessidade de equipes multidisciplinares (psicólogos, assistentes sociais, psicopedagogos) nas instituições de ensino.