CADERNO III - CURRÍCULO - COLÉGIO ESTADUAL ULYSSES GUIMARÃES
Colégio Estadual Ulysses Guimarães - Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante.
Curso: Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio - Caderno III: O Currículo.
Equipe: Idilmar Machado Ferreira
Jussimara Aguirre Malherbi
Magda Regina Pereira Burgath
Leonirce Filomena Rossini
Rita Aparecida Andrade
Rosana Rodrigues Martins
Valéria de Oliveira Fernandes
Ao abordar o questionamento “que relações existem entre o que eu ensino e o mundo do trabalho, da ciência, da tecnologia, da cultura”, o referido argumento é construído a partir da afirmativa “planejar o currículo se torna construção de significados e de valores culturais e reconhecimento de que estes estão relacionados à dinâmica de produção do poder na sociedade”; estabelece-se uma relação, à medida que o currículo escolar proporciona uma reflexão sobre as dimensões e suas relações interdependentes, já que podem ser formados e constituídos de maneira a organizar a matriz curricular centrado no processo de produção da existência e objetivação da vida humana.
O trabalho com o conhecimento científico e sistematizado, como resultado de um processo empreendido pela humanidade na busca da compreensão e da transformação dos fenômenos naturais e sociais, ilustra-se, por meio das ações pedagógicas, bem como atividades curriculares cotidianas que configuram no contexto o qual está inserido. Para exemplificar a afirmativa, apresenta-se a importância de se estudar os recursos linguísticos que fundamentam a escrita e a oralidade no processo de comunicação com o outro.
Em se tratando da sistematização, a partir da pergunta “quais as proposições que mais geraram debate? E, a que você atribui que tenham sido essas as questões as mais polêmicas”, com a compreensão que:
Entende-se cultura como o resultado do esforço coletivo tendo em vista conservar a vida humana e consolidar uma organização produtiva da sociedade do qual resulta a produção de expressões materiais, símbolos, representações e significados que correspondem a valores éticos e estéticos que orientam as normas de conduta de uma sociedade. Por essa perspectiva, a cultura deve ser compreendida no seu sentido mais ampliado possível, ou seja, como a articulação entre o conjunto de representações e comportamentos e o processo dinâmico de socialização, constituindo o modo de vida de uma população determinada (BRASIL, 2011, p. 19).
A atual organização curricular, no âmbito de matriz, ainda, privilegia a ação pedagógica em torno das disciplinas. Entretanto, permite que, ao planejar os conteúdos curriculares, os educadores possam incluir e abordar em suas práticas pedagógicas temas culturais que contextualizem com os referidos conteúdos. E, como se entende que estudar, também é um trabalho e este, por sua vez, é cultural, pois ele é dinâmico e sociável, gradativamente, o(s) colégio(s) desenvolvem mecanismos para conhecer o sujeito que frequenta o espaço escolar, bem como procura contextualizar as necessidades culturais deste sujeito com as disciplinas, compreendidas culturalmente, como conhecimento produzido e acumulado historicamente pela humanidade.
Por outro lado, o que torna inquietante são as formatações atribuídas ao currículo, diálogo e integração entre as disciplinas, haja vista o tempo do profissional e da permanência do educando, à medida que as preocupações das instituições educacionais estão centradas na formação integral humana, a partir dos “eixos” ciência, cultura, tecnologia e trabalho, já que “é preciso assegurar que o conjunto de conhecimentos e saberes científicos, éticos e estéticos sejam garantidos no Ensino Médio a partir da diversidade dos seus sujeitos”.
Portanto, acreditando que organizar um currículo para o Ensino Médio, a partir da realidade posta, em se tratando de recursos físicos, financeiros, materiais e humano, põe os educadores perante a um desafio de que todos os sujeitos estudantes, deste nível de ensino, tenham o direito de se apropriar de uma educação básica com um grau de universalidade histórica construída nessa diversidade.
O profissional da educação ao propor o trabalho que contribui com a formação do ser humano intelectual, ético e moral, a partir das sugestões que são apresentadas e postas durante a vida escolar do sujeito estudante, o profissional coloca em evidência o tipo de sociedade que perdurará, no âmbito econômico, político e social.
Ao refletir sobre a tal responsabilidade, contextualizadas às finalidades da Educação Básica, a atual condição posta, quando se analisa relações que se estabelecem entre o ensinar e o aprender, o colégio, com uma organização curricular hierarquizante e, concomitantemente, centrada nos princípios filosóficos e pedagógicos histórico-crítico; “parece paradoxal”, esforça-se para compreender que sujeito é este que ocupa os espaços escolares e, a partir desta constatação, a equipe pedagógica, diretiva e docente planejam e atuam para assegurar a este sujeito o conhecimento científico e sistematizado que atendam, também, aos anseios dele, já que este sujeito aluno é imediatista, inquieto e impaciente para compreender que estudar, apropriar-se de conhecimentos é um trabalho que demanda esforços, porque, ainda ele não percebe a aplicabilidade dos conteúdos curriculares trabalhados.
Logo, pensando neste sujeito “do click”, o professor procura, na medida do possível, dinamizar suas aulas, com estratégias que vão da aula expositiva à lúdica, com foco na pesquisa documental e orientada, sem perder “de vista” o que defende Young em:
O currículo tem que levar em consideração o conhecimento local e cotidiano que os alunos trazem para a escola, mas esse conhecimento nunca poderá ser uma base para o currículo. A estrutura do conhecimento local é planejada para relacionar-se com o particular e não pode fornecer a base para quaisquer princípios generalizáveis. Fornecer acesso a tais princípios é uma das principais razões pelas quais todos os países têm escolas (YOUNG, 2007, p. 13).
Em paralelo, aborda situações que perpassam entre o teórico e o prático, presente no cotidiano do sujeito educando, para que ele entenda que estudar é um trabalho necessário; e o que diferencia do outro é a “bagagem de conhecimento” que ele adquire ao longo da vida, para estabelecer relações com as necessidades vitais.
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