CADERNO III - ETAPA II - CIÊNCIAS DA NATUREZA
CEEBJA Poty Lazzarotto
Orientadora de Estudo: Adélia Fávaro Lourenço Francisco. Professores Cursistas: Ana Batista Lopes Machado, Beatriz de Cassia Proença Bittencourt, Denilto Laurindo, Denise do Rocio Dumsch, Fabio Henrique Amaral, Fernanda Aparecida Moreira, Izabelle D'aquino Contador, José Carlos Bisoni, Karla Mansur Karan Zagonel, Luciane Gabardo Mader, Luiz Alberto Jasper, Vera Lucia Caron Ceccon.
Temática 3
O Caderno III da Etapa II do PNEM aborda a área das Ciências da Natureza, composta pelas disciplinas de Biologia, Física e Química. Essa área do conhecimento contribui para que o sujeito do Ensino Médio compreenda os fenômenos da natureza. Para a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) o ensino das Ciências da Natureza na escola “consiste na compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.” (Pag. 6). Esse caderno foi organizado em quatro unidades e tem com objetivo fazer com que os docentes reflitam acerca da ressignificação do ensino de educação científica na escola, que em sua maioria é sinônimo de dificuldades para os estudantes.
A primeira unidade traz reflexões acerca da contribuição da área de Ciências da Natureza para a formação integral dos alunos. Conforme o caderno, a organização curricular das disciplinas de Biologia, Física e Química em muitas vezes são trabalhadas de forma fragmentada, além da falta de diálogo entre as disciplinas dessa área. Isso faz com que o estudante não veja sentido em estudá-las e tenha dificuldades. Nessa perspectiva é necessário que haja ressignificação do ensino de Ciências da Natureza e que o docente em sua prática retire uma visão de ciência realizada por uma única pessoa, neutra, objetiva e com verdades absolutas, como também almeje em sua prática a Alfabetização Científica para que o aluno amplie sua leitura de mundo e participe de embates da sociedade relacionados a essa área.
A segunda unidade fala sobre os direitos à aprendizagem e ao desenvolvimento humano na área de Ciências da Natureza. A unidade propõe pensarmos em práticas que visam à integração entre os conhecimentos da área de Ciências da Natureza e que esses conhecimentos tenham significado para o aluno. Para as DCNEM, “o Currículo do Ensino Médio deve ser organizado de tal forma que se garanta a educação tecnológica básica, a compressão do significado da ciência [...]” (pag. 18) visando a formação humana integral. Para garantir tais direitos, o caderno expõe que os componentes curriculares devem estar integrados aos eixos apontados pelas DCNEM – trabalho, ciência, tecnologia e cultura, como também, o trabalho como principio educativo e a pesquisa como principio pedagógico.
A terceira unidade aborda as dimensões do Trabalho, Cultura, Ciência e Tecnologia na área de Ciências da Natureza. É trabalhado com maior enfoque o movimento CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade) que trouxe renovação curricular para o ensino de Ciências da Natureza, visto que no currículo tradicional o ensino de Química, Física e Biologia é trabalhado isolado da tecnologia e da sociedade. Para o pesquisador Aikenhead (1994) “um currículo que privilegia as relações CTS no ensino de ciências é orientado no aluno, ao invés de ser orientado no cientista. Assim, ensinar ciência a partir da perspectiva CTS significa ensinar sobre os fenômenos naturais de maneira que a ciência esteja embutida no ambiente social e tecnológico do aluno” (pag. 24). A organização do trabalho pedagógico na perspectiva do CTS possibilita a interdisciplinaridade e a contextualização, como também a transversalidade, além de ruptura com a visão negativa de Ciência da Natureza.
A quarta unidade fala sobre possibilidades de abordagens pedagógico-curriculares na área de Ciências da Natureza. A unidade faz uma discussão sobre a ciência conforme a concepção das DCNEM, e como esse é materializado no currículo escolar. Tenta-se também compreender o que aproxima e o que distancia os componentes curriculares dessa área de conhecimento e como podem trabalhar em conjunto a fim de estimular a curiosidade, a observação e o trabalho coletivo no ambiente escolar. Dessa forma, chegaremos à ideia central colocada pelas DCNEM da pesquisa como princípio pedagógico no processo de ensino-aprendizagem na área de Ciências da Natureza.
REFERÊNCIAS
Brasil. Secretaria de Educação Básica.
Formação de professores do ensino médio, Etapa II - Caderno III :
Ciências da Natureza / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica;[autores : Daniela Lopes Scarpa... et al.]. –Curitiba : UFPR/Setor de Educação, 2014. 48p.
CARVALHO, A. M. P. de (org.). Ensino e Ciências por Investigação: condições para implementação em sala de aula. São Paulo: Cengage Learning, 2013.
GASPAR, A. Experiências de Ciências para o Ensino Fundamental, São Paulo: Ática, 2003.
SASSERON, L. H.; CARVALHO, A. M. P. de. Alfabetização científica: uma revisão bibliográfica. Investigações em Ensino de Ciências, v. 16, n. 1, p. 59-77, 2011. Disponível em: http://www.if.ufrgs.br/ienci/
/>artigos/Artigo_ID254/v16_n1_a2011.pdf, Acesso em: 15/6/2014.