Caderno II - O Jovem como sujeito do Ensino Médio - Colégio Antonio José Reis - Toledo - PR

REFLEXÃO 1
              A relação entre alunos e professores deve ser de parceria, em todos os aspectos, onde ninguém deve ser considerado inferior, um deve apoiar o outro para que juntos possam construir o conhecimento e a cidadania. Acreditamos que o diálogo e o respeito sejam fundamentais, pois dessa forma a aprendizagem irá acontecer de forma prazerosa, despertando assim a curiosidade dos alunos. O estimulo às atividades diversificadas, a curiosidade, a autonomia, a liberdade, uma formação de um cidadão consciente de seus direitos e deveres e de suas responsabilidades sociais, resultará em um cidadão melhor preparado para a vida, para o trabalho e para cidadania.
             Refletindo sobre a situação que se encontra a juventude devemos também analisar a conjuntura em que vivem, questões sociais, culturais e econômicas. As questões como violência, gravidez na adolescência, ou não saber o que quer na escola ou da escola do Ensino Médio, vão muito além do atual contexto histórico, é necessário que se pense em políticas públicas desde o nascimento da criança, tentar remediar situações de risco, é permitir que não se avance na educação integral necessária a todos os jovens. Neste aspecto, não adianta culpar os jovens ou professores da situação, mas refletir a seriedade necessária nas ações educativas projetadas para o futuro. Sabemos que a escola reflete a sociedade e embora  ela  tenha  permitido o acesso e ao direito do trabalhador estudar, isso não quer dizer que todos os outros problemas tenham sido resolvidos.  Há por exemplo, a evasão e a qualidade de do ensino que ainda não foi resolvido, índices alarmantes de violência, exclusão de outros direitos sociais para a maioria das pessoas, dentre tantos outros que  acabam refletindo dentro da escola, local em que se encontram as diversidades, as subjetividades e que, como na sociedade nem sempre são respeitados.
             Portanto, não é só  um conflito de professores e estudantes. É um conflito social. A escola está inserida na sociedade e não é a responsável sozinha por tudo isso, embora muitos a considerem assim. Como resolver isto? Precisamos buscar respostas juntos, todos os sujeitos que fazem parte de universo educacional. O que nós professores (as) queremos (e acreditamos também os estudantes), é sermos respeitados. Queremos uma escola ampla, com espaços e locais  favoráveis ao conhecimento, à pesquisa... Uma escola que integre a ciência, a arte e a tecnologia ao desenvolvimento integral de todos os sujeitos.

REFLEXÃO 2
             Direcionamos uma pesquisa  de campo realizada no Colégio Estadual Antonio Jose Reis com alunos do 2º ano do Ensino Médio do período matutino e noturno, a fim de levantarmos alguns dados que julgamos importantes no processo de formação dos professores do Ensino Médio. Concluímos que 60% dos jovens usam a internet durante todo o tempo disponível e 40% usam pelo menos uma vez ao dia, sendo que os acessos são principalmente de 65% para conversas e os demais 35% utilizam a tecnologia para conversas, jogos, estudos e pesquisa. Antes do acesso à internet, as pessoas se comunicavam pessoalmente, cara a cara, frente a frente, hoje, porém, com as redes sociais, os jovens têm maior preferência na comunicação on-line. Acreditamos que isto não torna a conversa com menos valor, porém perdem esse contato físico, as expressões fisionômicas e as expressões de sentimentos, apesar de já terem inventado os emotions que são emoções traduzidas por ícones, que acabam substituindo essas expressões mas sabemos não terem a mesma importância, pois pessoalmente pode-se transmitir além das emoções o estado de espírito. Além, de usar a internet para as conversas os jovem deveriam incluí-la nas pesquisas, notícias atuais, leituras de textos e reflexões, pois sabemos que a internet tem muitas outras funções. Os estudantes revelaram que as conversas descontraídas, sem comprometimento, são diferentes dos da escola que sempre está atrelada a um sentido cientifico, histórico ou cultural, por isso, apontam como “não prazerosas”.  Enquanto professores temos uma preocupação em direcionar esses recursos tecnológicos para fins pedagógicos, estão inseridos no PTD de cada docente e no Projeto Político da escola. Alguns professores trabalham com blog educacional onde são postadas atividades diversas (vídeos, textos, músicas, danças, poesias) relatos e troca de experiências, permitindo um bate papo fundamentado em assuntos do cotidiano da juventude, complementados com conteúdos escolares, ressaltando a importância de ambos para a sua formação integral. A partir de fóruns, diários os alunos são colocados como protagonistas no processo de ensino-aprendizagem.

REFLEXÃO 3
            Analisando a pesquisa de campo realizada no Colégio Estadual Antonio Jose Reis, feita com alunos do 2º ano do Ensino Médio concluímos que 50% dos alunos só estudam, 24% estudam e fazem curso e outros 26% estudam e trabalham. Analisando os territórios nos quais os jovens estudantes vivem é possível, a partir disso, orienta-los para construírem um projeto de vida de acordo com a sua realidade. Possibilitando um diálogo sobre as expectativas juvenis futuras. Mostrar os diferentes cursos nas Universidades e suas áreas de atuação no mundo do trabalho, ajudando assim, aos jovens fazerem suas escolhas e projetos. Portanto, podemos concluir que já é uma pratica da nossa escola realizar atividades que promovam o desenvolvimento do aluno, mas esbarramos na falta de investimento financeiro, estrutura física e humana e também tempo para um melhor desenvolvimento destas atividades. A realidade dos estudantes do período diurno e noturno são completamente diferentes, analisando nossos estudantes podemos perceber que no ensino noturno quase sua totalidade trabalham durante o dia para satisfazer suas necessidades mais elementares de sobrevivência, com salários baixos, em condições precárias e que veem na escola uma oportunidade de sair dessa condição de subemprego. Muitos têm noção de seus direitos como cidadãos protegidos pela lei, mas, que, no entanto, muitas vezes tem que se submeter a essas condições adversas para o sustento de si e de sua família. A escola e o sistema precisam direcionar propostas e políticas educacionais que contemplem esses alunos trabalhadores.
REFLEXÃO 4
         O que se percebe nos jovens estudantes é que nem todos gostam e respeitam as regras postas, nem mesmo de realizar as provas, trabalhos, atividades, entre outros. Com uma abertura para o diálogo poderiam surgir ótimas alternativas para superação dos problemas crônicos de relacionamento da vida escolar, que afetam o cotidiano das escolas. Pensando em uma participação mais efetiva dos estudantes nas práticas pedagógicas escolares os professores formularam a seguinte carta, para que os jovens possam manifestar suas ideias.
Caros estudantes,
Vivemos momentos de grandes expectativas e incertezas, principalmente quando pensamos no futuro que temos pela frente, as questões políticas, econômicas, sociais, culturais, de grande expansão tecnológica, além das expectativas em relação a qualidade da educação e o mundo do trabalho. Refletindo sobre estas questões, qual a sua expectativa em relação a educação escolar no Ensino Médio? Quais os pontos positivos e negativos que você percebe na escola? Em sua opinião o que é necessário para que a escola que você almeja se torne uma realidade? Sua participação, através das respostas será de grande valia para repensarmos a escola que temos e a que queremos.
Professores CEAJOR