CADERNO II - O JOVEM COMO SUJEITO DO ENSINO MÉDIO
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MANOEL MOREIRA PENA - FOZ DO IGUAÇU/PR
QUESTÃO I
Os jovens de hoje têm sonhos, mas não buscam sua realização, não os materializam, pois se trata de uma geração imediatista. A grande maioria não tem perspectiva para o futuro. O processo de aprendizagem pretendido pela escola, então, torna-se pouco atrativo.
Por outro lado, nós, educadores, precisamos reconhecer e compreender a realidade de cada aluno, suas peculiaridades, uma vez que compete também ao professor determinar limites aos jovens, conforme a disponibilidade de tempo que ambos cumprem na escola.
Para aperfeiçoar essa relação, alguns pontos devem ser reconsiderados:
• a hora-atividade deve ser um momento em que professores e equipe pedagógica dialoguem;
• as atividades desenvolvidas poderiam ocorrer ora na escola, ora em um trabalho paralelo com a família;
• a urgência da fixação de padrão do professor, imprescindível para a continuidade de uma filosofia de trabalho;
• um número menor de alunos nas salas, acompanhados por equipe multidisciplinar (psicólogo, assistente social, etc...); turmas com 20 alunos seria o ideal; enquanto a escola for “depósito”, não haverá mudanças;
• deve-se entender quais são as ideologias propostas. A relação entre professor e aluno deve ser construída;
• o sistema, com suas dificuldades, faz o professor se desmotivar e, com o passar do tempo, cair no comodismo;
• o silêncio e a organização da sala de aula não determinam a qualidade do ensino e da aprendizagem em sala. Devemos nos adaptar à realidade e, aos poucos, transformá-la;
• a realidade da maioria dos jovens traz inquietações diante da questão de sobrevivência na sociedade.
QUESTÃO II
Tal como proposto, o currículo se mostra enfraquecido. Se o analisarmos em relação à cultura, por exemplo, percebemos que o funk é refletido na mídia como baixaria e ostentação; o aspecto cultural desse movimento não é contemplado.
A tecnologia, outro ponto que merece destaque, deveria aproximar o jovem da escola, mas o está afastando. Isso porque a maioria dos alunos busca informações e interações diversificadas, valorizando e acessando apenas as mídias sociais e deixando de lado as pesquisas de caráter científico. É preciso diversificar os temas, mas sem esquecer o currículo. Vale destacar que o impacto da tecnologia deve se dar em todos os instrumentos da educação. O livro didático, exemplo disso, pode, às vezes, mudar a capa, mas o conteúdo permanece desatualizado.
Quanto ao uso do celular, o vilão dessa modernidade na sala de aula, segundo os jovens, só serve para a interação entre eles. Quando o professor usa as redes sociais para passar informações sobre a disciplina, a maioria não acessa porque não é do interesse da maioria.
O uso das mídias tem suas vantagens e desvantagens. Para se ter um melhor aproveitamento do uso das mídias, há necessidade de mudanças no ambiente, conscientização, é fundamental aliar pesquisa, leitura e registro (escrita).
O uso das mídias deve estar aliado ao bom senso. Por um lado, o jovem não está preparado para “resistir” ou “filtrar” somente o necessário na mídia, precisa ser monitorado. Por outro, se cada educador tiver acesso a um programa completo, o uso das tecnologias em sala poderá dar certo.
QUESTÃO III
A realidade do colégio é de alunos que estudam em período integral, e ainda estão buscando a escolha da área profissional.
QUESTÃO IV
Em relação ao conselho escolar, o membro estudante não é tão ativo, embora os estudantes tenham conhecimento de todas as regras do regimento. O desconhecimento por parte de alguns é falha do próprio estudante. Os estudantes sabem qual é o seu compromisso, porém, suas vontades próprias, muitas vezes, são contrárias ao que a escola propõe.
Um dos conflitos está presente nos casos em que os alunos são obrigados a estar na instituição, não por vontade própria. Hoje, o professor não é visto como necessário para o aluno, pois não somos os únicos detentores do conhecimento. A Internet pode trazer conhecimento também. O caminho será o professor ser um mediado crítico desse processo.
Os conflitos maiores, porém, são resultado do social. Primeiramente, há de se concertar a base estrutural da sociedade. Os problemas crônicos não podem ser resolvidos pelo diálogo.