CADERNO II- JOVENS, CIBERCULTURA E ESCOLA - DEBATE E CONSIDERAÇÕES

Os questionários construídos pelos participantes foram respondidos por todos os alunos do Ensino Médio nos dois turnos oferecidos pela escola.  Os alunos, em grande parte, não se opuseram e responderam prontamente.
As questões foram elaboradas pelos professores e foram baseadas nas perguntas do livro dois. Muitos questionamentos deixaram os professores participantes inquietos, levantar culpados é sempre de grande responsabilidade.  Nas discussões sobre o livro e as respostas dos alunos muitos foram os contrastes.  Estes contrastes vão ao encontra dos questionamentos e levantamentos que livros dois, há muitas juventudes.  Há expectativas diferentes, escolhas diferentes e entra as respostas que obtivemos deixa-se claro que cada um construiu através do que viveu até hoje, uma ideia de escola, uma ideia de aula e professores ideal.   Nesse jogo de culpados, debatemos sobre o quanto realmente nos sentimos culpados ou se nós professores nos sentimos mais frustrados do que culpados, concluímos que muitos de nós se sentem mais frustrados.  Ao refletirmos sobre o conteúdo, o quanto do que ensinamos realmente é aprendido, as semanas pedagógicas que muitas vezes são impostas em discussões que ao fim não acrescenta, esse tempo poderia ser melhor aproveitado, por exemplo com debates entre os professores por disciplina. Outra concepção que tínhamos e que com as respostas do questionário pudemos repensar, é a relação entre os jovens e as tecnologias, eles compreendem bem a diferença entre os contatos feitos via internet e pessoalmente.
Em nossa escola a faixa etária varia entre os 14 e 21 anos, com poucas pessoas acima dos 35 anos. Muitos dos alunos do noturno, ao contrário do que pensávamos, não trabalham. O questionário ajudou muito a traçar esse perfil. Esse aluno que trabalha, ou mesmo os que não trabalham chegam à sala de aula desanimados, cansados, desestimulados, o que nós professores podemos fazer para reverter essa situação?  
O bom seria se todos pudéssemos mudar o sistema, se pudéssemos incluir a comunidade escolar, os pais, se houvesse políticas públicas que mudassem a realidade desses alunos, para que eles chegassem na escola valorizando a própria educação e mudando a perspectiva social.
Muitos dos colegas se posicionaram que as tecnologias tornariam as aulas mais dinâmicas, porém não seria a total solução se a postura dos professores não mudasse.  Diversificar a metodologia de aula seria uma ótima solução, mas para isso seria necessário que o professor tivesse melhores condições de trabalho, mais horas atividade, material prático (folhas, livros, pendrives, cópias,  etc) melhores instalações, infraestrutura etc.