Caderno II Jovem como Sujeito do Ensino Médio
Caderno II Jovem como sujeito do Ensino Médio
Orientadora de estudos: Dione Elenice Mohler Martelo
AYALA REJANE GUERREIRO THEISEN
ELIS REGINA CAPELIN DORNELES
JACINTO VAGNER RUPP
LEONI BARBOSA DA SILVA SCHOMMER
LUCIANA GARLINI
MARCELO THEISEN
MARIA DEL CASTANHEL PERON HUBNER
ROSEMERI APARECIDA DA SILVA SANTOS
SALETE GALVAN ZANATTA
Partindo da fala de Saviani o papel da escola é o de ser o ambiente adequado para que o professor possa exercer da melhor forma possível o seu papel e o papel do professor é elevar os alunos do nível não elaborado, do nível do conhecimento espontâneo, de senso comum, para o nível do conhecimento científico, filosófico, capaz de compreender o mundo nas suas múltiplas relações e, portanto, passar da visão empírica, fragmentada do mundo, para uma visão concreta, articulada. Até aqui temos uma visão clara e objetiva, mas daí nos confrontamos com o jovem que é o sujeito do Ensino Médio. O que esperamos desse sujeito? E o nosso papel como fica nessa mudança de cultura, de papéis? O conceito de cultura nos diz que este é um conjunto de características de uma sociedade, geradas no inter-relacionamento humano, preservadas, aprimoradas e reproduzidas ao longo do tempo, em princípio, sem maiores críticas. E sabemos que ao se produzir cultura, portanto, produz-se educação. Porém nos perguntamos por que nossos filhos, alunos agem tão diferente de nós? Mas nós não nos comportamos diferente de nossos pais? ... Só que nós sabíamos da importância e nos dedicávamos aos estudos e hoje? Mas nós quem? Quantos de nossos colegas ficaram à beira do caminho?
Então quando os meios de comunicação apontam para fenômenos como: a) o consumo de drogas aumentando na classe média; b) o consumismo marcando as crianças já em tenra idade; c) a maternidade crescendo em jovens com 13 anos; d) as mortes no trânsito ocasionadas, com maior frequência, por condutores de veículos entre 18-25 anos; e) a venda de trabalhos, na Internet, aos acadêmicos, como prática frequente; f) o assassinato de pais elevando estatísticas na área de criminalidade; g) estudantes brasileiros não sabendo ler, escrever e interpretar... Todos esses fatos nos assustam e nos fazem pensar; qual a minha parcela de culpa? Como pai, como educador? Aí devemos nos perguntar qual era a rapidez e foco das informações a vinte anos atrás? Quantos milhões de habitantes tinham no Brasil? Quantos jovens estavam nas salas de aula? São respostas difíceis de serem dadas.
A literatura, o nosso dia-a-dia pode, então, apontar as características da cultura atual, do homem contemporâneo. Os aspectos mais acentuados, que vêm dando tipicidade a esse indivíduo são:
a) a busca do prazer imediato, o imediatismo;
b) o descompromisso com o outro, o eu como centro;
c) a falta de motivação para qualquer tipo de trabalho;
d) a ausência de perspectiva para si mesmo, ou a apatia diante de seu futuro, entram as condições sociais de nossos jovens.
e) a banalização da morte, a vida humana vale pouco, mata-se por nada e as leis brandas contribuem para isso.
f) a indisponibilidade para qualquer reflexão. Não existe mais o pensar tudo está pronto, os que manobram (burguesia) o exército de reserva deixam implícitos seus pensamentos de acordo com seus interesses.
Assim forma-se o sujeito, sem identificação com aqueles que o rodeia, torna-se incapaz de dimensionar e/ou perceber alguém que não seja ele próprio, vive o egocentrismo, por isso não estabelece laços de afeto, entretanto não estabelece vínculos. As amizades são interesseiras, ou descartáveis. Suas comunicações são do tipo on-line. Mandam beijos, eu te amo através de redes sociais, mas não é capaz nem de dizer bom dia quando encontra o outro.
Retornando à escola que até meados do século XX, sua função era bem definida a de educar, de alterar comportamentos, de formar gerações competentes para as mais diversas profissões. Hoje no contexto pós-moderno, ela perde, em grande parte, a possibilidade de realizar tais encargos com sucesso. Submersa nessa cultura do individualismo, a escola pouco dispõe de armas para redirecionar ou redimensionar os processos educativos. Mudar o homem implicaria em alterar características culturais. Como alterar tais características que, ao invés de responder por uma humanização, destrói o indivíduo quando permitem a ele mesmo pensar-se como único, absoluto, soberano de si mesmo? Como superar essa cultura quando sua premissa está exatamente na defesa do direito individual? Como pensar, pois, uma relação educativa entre homens, ou para homens, desprovidos do sentimento de comunidade? Como pensar o respeito por quem ensina quando já houve uma renúncia do reconhecimento, do valor do outro? Como repassar saberes próprios de cada profissão, saberes objetivos, quando as demandas discentes são para a satisfação imediata de suas exigências subjetivas? Como sensibilizar nossos jovens para construir uma existência fora dele mesma, comum, pelo trabalho? A própria escola não sabe como fazer isso. Com maior ou menor senso crítico, a maioria de nós professores (tal como os pais) acaba incorporando valores que, no discurso, costumam condenar.
Voltando a proposta do caderno II o Jovem como sujeito nos faz refletir sobre as ações da sociedade contemporânea que gera demandas amplas e complexas, mas não oferece os meios para a inserção dos jovens, que fazem das práticas culturais, formas de expressão, convivência e, por que não, bandeiras de lutas.
Segundo (Levi e Schmitt, 1996:17). “De um contexto a outro, de uma época a outra, os jovens desenvolvem outras funções e logram seu estatuto definidor de fontes diferentes: da cidade ou do campo, do castelo feudal ou da fábrica do século XIX... Tampouco se pode imaginar que a condição juvenil permaneça a mesma em sociedades caracterizadas por modelos demográficos totalmente diferentes.” A juventude é uma categoria socialmente construída. Portanto, sujeita a modificar-se ao longo do tempo. Desta forma devemos entender que o curso da vida em sucessivas fases é produto de um complexo processo de construção social. No dia-a-dia, os indivíduos tomam consciência de determinadas características e, se elas afetam um universo considerável de indivíduos pertencentes a uma geração, são culturalmente incorporadas. Se essas características de um período da vida apresentam-se como expressão de problemas, então atraem a atenção dos poderes públicos, tornando-se objeto de medidas legislativas ou não. Como exemplo, há os programas de formação profissional, prolongamento da escolaridade, a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente e muitas outras... E agora cá estamos nós tentando encontrar uma forma de melhorar a aprendizagem no Ensino Médio. Seria contra cultura?
Para tentar esclarecer todos estas dúvidas Abramo (l997), analisando a juventude no Brasil, afirma que, apesar de terem sido alçados à categoria de problemas sociais, os jovens não têm ocupado o mesmo espaço na formulação das políticas públicas e que são raras as experiências que os consideram como interlocutores significativos. Em geral, as políticas são feitas da ótica do adulto e não da ótica dos direitos da juventude.
A Geografia pode explicar as territorialidades e desterritorialidades mas, neste mundo desterritorializado, o espaço geográfico é substituído pelo tempo dos fluxos de informações. Esse espaço de fluxos permite conhecer outras culturas, trocar ideias, ampliar a rede de contatos e fazer novas escolhas. Para os jovens, essa redefinição das coordenadas espaço-temporais pode alterar o sentido do grupo, no qual o pertencimento a um determinado grupo pode se tornar uma escolha temporária e variável. Carrano comenta que “o fundamento da nova solidariedade da juventude não se encontraria numa simples adesão ao já dado, mas na capacidade e na responsabilidade de escolher”.
O que é ser jovem? É viver num mundo novo cheio de informações e muitas vezes ou na maioria delas não saber o que fazer com estas. É liberdade de poder escolher o futuro, família, profissão ou nada disso. Fazer escolhas trazem consequências, resultados que sempre buscamos dentro de um novo mundo chamado juventude onde experimentamos além dos prazeres palpáveis, comestíveis, bebíveis, fumáveis: liberdade de expressão, poder sobre nosso corpo/mente e sobre as pessoas que convivemos (ou não) em diversos momentos. As escolhas podem sempre pender para três lados: bom, razoável, ruim. Lei de Newton: “Toda ação tem uma reação.”
Na construção de uma identidade os jovens se colocam diante do mundo. As culturas juvenis urbanas trazem à tona um quadro plural e conflituoso da sociedade e difundem estilos centrados no consumo de produtos identificados com a cultura juvenil e ao reivindicar o direito à diferença, ele tem evidenciado que a pretensão à identidade na sociedade contemporânea vai além das narrativas originárias para ser partilhada por meio do consumo em territórios simbólicos, procura algo a mais que muitas vezes não sabem o que. A juventude também surgiu como construção ideológica onde foram forjadas muitas das suas representações contemporâneas. Nas sociedades ocidentais contemporâneas foram forjadas muitas de suas representações, inclusive como momento de transição situado entre a dependência da infância e a suposta maturidade e independência dos adultos. E assim mais do que qualquer outro segmento e graças às novas tecnologias, são os jovens que estabelecem com mais frequência essas negociações e se abrem para as identidades fragmentadas e contraditórias da pós-modernidade. Por isso se deparam com um leque de opções das quais escolhe para si aquela na qual se vê representado até que outra representação apareça. Sendo assim nenhuma opção necessariamente será definitiva.
Apesar de o jovem estar em contato com as mais diversas tecnologias e estas podem trazer muitos benefícios às aulas, eles são unanimes em dizer que não tem a responsabilidade que deveriam ter para usá-las nos estudos que estas acabam desviando o foco e eles entram no facebook, whatsapp...
Quando adentramos em assuntos mais específicos como projetos de vida, escola, trabalho, nossos jovens mostram a ansiedade do imediatismo, que eles não conseguem perceber que os frutos da aprendizagem vão retornar dentro de alguns anos, na vida adulta. Ainda esbarramos na necessidade de muitos jovens precisarem trabalhar, saber que será muito difícil manter-se numa Universidade devido à questão financeira (a sobrevivência). Então os projetos de vida tornam-se sonhos para a maioria inalcançáveis. Significa que precisamos resolver as questões sociais para iniciar o processo de melhora da educação, principalmente na adolescência.
Nossos jovens gostam de vir á escola, porque é nela que acontecem as relações sociais, muitas vezes o primeiro beijo, onde são convidados para as festas, baladas, fazem um círculo de amizades, de interesses em comum. Pena que não canalizam também este círculo para dedicação aos estudos. De certa forma é no espaço escolar que estes demarcam seu território dentro do Bairro, comunidade...
Porém não podemos generalizar, sabemos que muitos dos nossos jovens terão um futuro promissor, sabem o que querem e para onde querem ir. Cabe ao professor direcionar (dentro das possibilidades), o caminho, para isso necessita ser conhecedor do sua disciplina e sempre fazer correlação com a realidade dos educandos e a importância dos conteúdos para a vida toda.
Sabemos que não é fácil o papel do educador na atualidade, tem que ser firme, ter autoridade sem autoritário, aproximar-se do jovem, cativar para poder elevar os alunos do nível não elaborado, do nível do conhecimento espontâneo, de senso comum, para o nível do conhecimento científico, conforme afirma Saviani. Poderíamos dizer aqui que: “Ser professor é ser sempre firme sem perder a doçura”.
Jovem como sujeito do Ensino Médio
Partindo da fala de Saviani o papel da escola é o de ser o ambiente adequado para que o professor possa exercer da melhor forma possível o seu papel e o papel do professor é elevar os alunos do nível não elaborado, do nível do conhecimento espontâneo, de senso comum, para o nível do conhecimento científico, filosófico, capaz de compreender o mundo nas suas múltiplas relações e, portanto, passar da visão empírica, fragmentada do mundo, para uma visão concreta, articulada. Até aqui temos uma visão clara e objetiva, mas daí nos confrontamos com o jovem que é o sujeito do Ensino Médio. O que esperamos desse sujeito? E o nosso papel como fica nessa mudança de cultura, de papéis? O conceito de cultura nos diz que este é um conjunto de características de uma sociedade, geradas no inter-relacionamento humano, preservadas, aprimoradas e reproduzidas ao longo do tempo, em princípio, sem maiores críticas. E sabemos que ao se produzir cultura, portanto, produz-se educação. Porém nos perguntamos por que nossos filhos, alunos agem tão diferente de nós? Mas nós não nos comportamos diferente de nossos pais? ... Só que nós sabíamos da importância e nos dedicávamos aos estudos e hoje? Mas nós quem? Quantos de nossos colegas ficaram à beira do caminho?
Então quando os meios de comunicação apontam para fenômenos como
a) o consumo de drogas aumentando na classe média; b) o consumismo marcando as crianças já em tenra idade; c) a maternidade crescendo em jovens com 13 anos; d) as mortes no trânsito ocasionadas, com maior frequência, por condutores de veículos entre 18-25 anos; e) a venda de trabalhos, na Internet, aos acadêmicos, como prática frequente; f) o assassinato de pais elevando estatísticas na área de criminalidade; g) estudantes brasileiros não sabendo ler, escrever e interpretar... Todos esses fatos nos assustam e nos fazem pensar; qual a minha parcela de culpa? Como pai, como educador? Aí devemos nos perguntar qual era a rapidez e foco das informações a vinte anos atrás? Quantos milhões de habitantes tinham no Brasil? Quantos jovens estavam nas salas de aula? São respostas difíceis de serem dadas.
A literatura, o nosso dia-a-dia pode, então, apontar as características da cultura atual, do homem contemporâneo. Os aspectos mais acentuados, que vêm dando tipicidade a esse indivíduo são:
a) a busca do prazer imediato, o imediatismo b) o descompromisso com o outro, o eu como centro;
c) a falta de motivação para qualquer tipo de trabalho;
d) a ausência de perspectiva para si mesmo, ou a apatia diante de seu futuro, entram as condições sociais de nossos jovens.
e) a banalização da morte, a vida humana vale pouco, mata-se por nada e as leis brandas contribuem para isso.
f) a indisponibilidade para qualquer reflexão. Não existe mais o pensar tudo está pronto, os que manobram (burguesia) o exército de reserva deixam implícitos seus pensamentos de acordo com seus interesses.
Assim forma-se o sujeito, sem identificação com aqueles que o rodeia, torna-se incapaz de dimensionar e/ou perceber alguém que não seja ele próprio, vive o egocentrismo, por isso não estabelece laços de afeto, entretanto não estabelece vínculos. As amizades são interesseiras, ou descartáveis. Suas comunicações são do tipo on-line. Mandam beijos, eu te amo através de redes sociais, mas não é capaz nem de dizer bom dia quando encontra o outro.
Retornando à escola que até meados do século XX, sua função era bem definida a de educar, de alterar comportamentos, de formar gerações competentes para as mais diversas profissões. Hoje no contexto pós-moderno, ela perde, em grande parte, a possibilidade de realizar tais encargos com sucesso. Submersa nessa cultura do individualismo, a escola pouco dispõe de armas para redirecionar ou redimensionar os processos educativos. Mudar o homem implicaria em alterar características culturais. Como alterar tais características que, ao invés de responder por uma humanização, destrói o indivíduo quando permitem a ele mesmo pensar-se como único, absoluto, soberano de si mesmo? Como superar essa cultura quando sua premissa está exatamente na defesa do direito individual? Como pensar, pois, uma relação educativa entre homens, ou para homens, desprovidos do sentimento de comunidade? Como pensar o respeito por quem ensina quando já houve uma renúncia do reconhecimento, do valor do outro? Como repassar saberes próprios de cada profissão, saberes objetivos, quando as demandas discentes são para a satisfação imediata de suas exigências subjetivas? Como sensibilizar nossos jovens para construir uma existência fora dele mesma, comum, pelo trabalho? A própria escola não sabe como fazer isso. Com maior ou menor senso crítico, a maioria de nós professores (tal como os pais) acaba incorporando valores que, no discurso, costumam condenar.
Voltando a proposta do caderno II o Jovem como sujeito nos faz refletir sobre as ações da sociedade contemporânea que gera demandas amplas e complexas, mas não oferece os meios para a inserção dos jovens, que fazem das práticas culturais, formas de expressão, convivência e, por que não, bandeiras de lutas.
Segundo (Levi e Schmitt, 1996:17). “De um contexto a outro, de uma época a outra, os jovens desenvolvem outras funções e logram seu estatuto definidor de fontes diferentes: da cidade ou do campo, do castelo feudal ou da fábrica do século XIX... Tampouco se pode imaginar que a condição juvenil permaneça a mesma em sociedades caracterizadas por modelos demográficos totalmente diferentes.” A juventude é uma categoria socialmente construída. Portanto, sujeita a modificar-se ao longo do tempo. Desta forma devemos entender que o curso da vida em sucessivas fases é produto de um complexo processo de construção social. No dia-a-dia, os indivíduos tomam consciência de determinadas características e, se elas afetam um universo considerável de indivíduos pertencentes a uma geração, são culturalmente incorporadas. Se essas características de um período da vida apresentam-se como expressão de problemas, então atraem a atenção dos poderes públicos, tornando-se objeto de medidas legislativas ou não. Como exemplo, há os programas de formação profissional, prolongamento da escolaridade, a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente e muitas outras... E agora cá estamos nós tentando encontrar uma forma de melhorar a aprendizagem no Ensino Médio. Seria contra cultura?
Para tentar esclarecer todos estas dúvidas Abramo (l997), analisando a juventude no Brasil, afirma que, apesar de terem sido alçados à categoria de problemas sociais, os jovens não têm ocupado o mesmo espaço na formulação das políticas públicas e que são raras as experiências que os consideram como interlocutores significativos. Em geral, as políticas são feitas da ótica do adulto e não da ótica dos direitos da juventude.
A Geografia pode explicar as territorialidades e desterritorialidades mas, neste mundo desterritorializado, o espaço geográfico é substituído pelo tempo dos fluxos de informações. Esse espaço de fluxos permite conhecer outras culturas, trocar ideias, ampliar a rede de contatos e fazer novas escolhas. Para os jovens, essa redefinição das coordenadas espaço-temporais pode alterar o sentido do grupo, no qual o pertencimento a um determinado grupo pode se tornar uma escolha temporária e variável. Carrano comenta que “o fundamento da nova solidariedade da juventude não se encontraria numa simples adesão ao já dado, mas na capacidade e na responsabilidade de escolher”.
O que é ser jovem? É viver num mundo novo cheio de informações e muitas vezes ou na maioria delas não saber o que fazer com estas. É liberdade de poder escolher o futuro, família, profissão ou nada disso. Fazer escolhas trazem consequências, resultados que sempre buscamos dentro de um novo mundo chamado juventude onde experimentamos além dos prazeres palpáveis, comestíveis, bebíveis, fumáveis: liberdade de expressão, poder sobre nosso corpo/mente e sobre as pessoas que convivemos (ou não) em diversos momentos. As escolhas podem sempre pender para três lados: bom, razoável, ruim. Lei de Newton: “Toda ação tem uma reação.”
Na construção de uma identidade os jovens se colocam diante do mundo. As culturas juvenis urbanas trazem à tona um quadro plural e conflituoso da sociedade e difundem estilos centrados no consumo de produtos identificados com a cultura juvenil e ao reivindicar o direito à diferença, ele tem evidenciado que a pretensão à identidade na sociedade contemporânea vai além das narrativas originárias para ser partilhada por meio do consumo em territórios simbólicos, procura algo a mais que muitas vezes não sabem o que. A juventude também surgiu como construção ideológica onde foram forjadas muitas das suas representações contemporâneas. Nas sociedades ocidentais contemporâneas foram forjadas muitas de suas representações, inclusive como momento de transição situado entre a dependência da infância e a suposta maturidade e independência dos adultos. E assim mais do que qualquer outro segmento e graças às novas tecnologias, são os jovens que estabelecem com mais frequência essas negociações e se abrem para as identidades fragmentadas e contraditórias da pós-modernidade. Por isso se deparam com um leque de opções das quais escolhe para si aquela na qual se vê representado até que outra representação apareça. Sendo assim nenhuma opção necessariamente será definitiva.
Apesar de o jovem estar em contato com as mais diversas tecnologias e estas podem trazer muitos benefícios às aulas, eles são unanimes em dizer que não tem a responsabilidade que deveriam ter para usá-las nos estudos que estas acabam desviando o foco e eles entram no facebook, whatsapp...
Quando adentramos em assuntos mais específicos como projetos de vida, escola, trabalho, nossos jovens mostram a ansiedade do imediatismo, que eles não conseguem perceber que os frutos da aprendizagem vão retornar dentro de alguns anos, na vida adulta. Ainda esbarramos na necessidade de muitos jovens precisarem trabalhar, saber que será muito difícil manter-se numa Universidade devido à questão financeira (a sobrevivência). Então os projetos de vida tornam-se sonhos para a maioria inalcançáveis. Significa que precisamos resolver as questões sociais para iniciar o processo de melhora da educação, principalmente na adolescência.
Nossos jovens gostam de vir á escola, porque é nela que acontecem as relações sociais, muitas vezes o primeiro beijo, onde são convidados para as festas, baladas, fazem um círculo de amizades, de interesses em comum. Pena que não canalizam também este círculo para dedicação aos estudos. De certa forma é no espaço escolar que estes demarcam seu território dentro do Bairro, comunidade...
Porém não podemos generalizar, sabemos que muitos dos nossos jovens terão um futuro promissor, sabem o que querem e para onde querem ir.
Nesse contexto, no entanto, duas dimensões devem ser consideradas: primeiro admitir criticamente, sobre profundas reformulações na educação seja elas tecnológicas ou pedagógicas. Por outro lado, é preciso reconhecer que a educação é um fator importante e necessário (embora não suficiente) para o desenvolvimento humano, tão trabalhado e desenvolvido em nossa escola tendo sempre como objetivo a formação de cidadão de direito, com plena responsabilidade para que construam sua própria autonomia e consigam ter olhares diferentes para a vida além dos muros da escola e que possa assim transformar a sua realidade e o meio que estiver inserido. O papel da escola diante desta realidade se faz necessário restabelecer os limites e as possibilidades da instituição escolar, desmistificando sua imagem de promover a formação do cidadão consciente, explicitando junto aos alunos os inúmeros obstáculos perante as diferentes realidades socais, e o alcance de determinadas metas e de alguns objetivos específicos que, com certeza, se encontram delineados do idealismo cultural de quem quer ser alguém na vida.
O professor ....
Cabe ao professor direcionar (dentro das possibilidades), o caminho, para isso necessita ser conhecedor do sua disciplina e sempre fazer correlação com a realidade dos educandos e a importância dos conteúdos para a vida toda.
Sabemos que não é fácil o papel do educador na atualidade, tem que ser firme, ter autoridade sem autoritário, aproximar-se do jovem, cativar para poder elevar os alunos do nível não elaborado, do nível do conhecimento espontâneo, de senso comum, para o nível do conhecimento científico, conforme afirma Saviani. Poderíamos dizer aqui que: “Ser professor é ser sempre firme sem perder a doçura”.
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