CADERNO II - ETAPA II - CIÊNCIAS HUMANAS
CEEBJA Poty Lazzarotto
Orientadora de Estudo: Adélia Fávaro Lourenço Francisco. Professores Cursistas: Ana Batista Lopes Machado, Beatriz de Cassia Proença Bittencourt, Denilto Laurindo, Denise do Rocio Dumsch, Fabio Henrique Amaral, Fernanda Aparecida Moreira, Izabelle D'aquino Contador, José Carlos Bisoni, Karla Mansur Karan Zagonel, Luciane Gabardo Mader, Luiz Alberto Jasper, Vera Lucia Caron Ceccon.
A utilização de uma abordagem interdisciplinar sempre se apresenta como uma das melhores opções para podermos aprofundar conceitos e aproximar temas e assuntos dos estudantes. Uma vez que as Humanidades abrangem toda a interferência dos seres humanos sobre o planeta, para esta área do conhecimento realizar as ligações interdisciplinares fica relativamente mais fácil que no caminho inverso.
Por exemplo, quando a História, a Filosofia ou a Sociologia, estão a tratar de temas relativos ao século XVIII, época de difusão e aplicação dos ideais do Iluminismo, podemos facilmente abordar questões das Ciências da Natureza ou mesmo da Matemática, já que foi nesse momento histórico social que muitos conceitos e teorias de suma importância para a Física, a Química e para a Matemática foram criados e desenvolvidos. O mesmo vale ao tratarmos da fase histórica da transição da Era Medieval para o Período Moderno, no qual grandes mudanças sociais e econômicas foram implementadas e que ganharam repercussão pela difusão das Artes através do Renascimento. Inserimos então as Linguagens em nossa interdisciplinaridade. Outros muitos exemplos podem ser aplicados para ilustrar não somente a importância como a maior maleabilidade que as Humanidades apresentam diante da aplicação de práticas interdisciplinares.
Antes de fazer o estudante mergulhar nas análises dos caminhos trilhados pelos seres humanos, desenvolvendo sua capacidade de pensar e aprender, de se organizar, de adaptar o meio e se adaptar a ele e assim construir sua História, é preciso que este estudante compreenda que ele também trilhou um trajeto semelhante, porém em muito menor escala.
Para que o estudante possa ter a percepção de seu futuro, ou de seus possíveis futuros, é preciso que ele conheça seu passado, sua origem. Assim antes de aplicar um exercício como o sugerido no qual se propõe uma reflexão sobre o futuro, é preciso aplicar outro exercício semelhante, mas com vistas ao passado. Uma sugestão é pedir que os estudantes relembrem um dado momento em suas vidas, um marco, um momento bom, ruim, feliz, triste, uma decepção, uma alegria, uma chegada ou uma partida. Qual, quando e em que fase da vida não importa. Variarão de acordo com a subjetividade de cada um. Ao iniciar o exercício, mesmo havendo variações, a experiência será quase padronizada, cada um, ligará um filme em sua memória, um feixe de imagens correrá por sua visão e, de repente, uma imagem lhe chamará a atenção. Nesse momento as imagens cessam e este é o ponto da vida pregressa daquela pessoa, que o marcou. De uma forma ou de outra, aquele momento o fez sentir diferente dali para frente. O fez tomar decisões e escolher caminhos, levando-o até aquela data. Evidentemente não é um momento apenas que nos molda, mas o exercício serve para dar aos estudantes uma breve percepção de sua história de vida, que ela é uma construção e que quando e enquanto ele constrói a sua história, também participa da construção das histórias de outros, que juntos constroem a História, as sociedades e as formas de pensar das civilizações.
Talvez ao final de um processo em que esta forma de perceber a correlação entre as pessoas e as construções das Humanidades, aí sim poderemos questioná-los quanto as perspectivas de futuro, pois nesse ponto, o estudante estará consciente de suas origens e de sua importância, tendo maiores condições de planejar seu futuro.
REFERÊNCIA
Formação de Professores do Ensino Médio - CADERNO CIÊNCIAS HUMANAS - Setor de Educação da UFPR 2014