Caderno Ciências da Natureza caderno III etapa 2

Colégio Estadual do Campo Coelho Neto
Orientadora de estudos: Dione Elenice Mohler Martelo
AYALA REJANE GUERREIRO THEISEN
ELIS REGINA CAPELIN DORNELES
JACINTO VAGNER RUPP
LEONI BARBOSA DA SILVA SCHOMMER
LUCIANA GARLINI
MARCELO THEISEN
MARIA DEL CASTANHEL PERON HUBNER
ROSEMERI APARECIDA DA SILVA SANTOS
CADERNO III CIÊNCIAS DA NATUREZA
REFLEXÃO E AÇÃO1
Caro professor, cara professora, a seguir propomos duas atividades para a atividade de reflexão e
ação. 1. Abaixo, está o link para uma questão da prova de Ciências da Natureza do exame PISA. São três
questõessobre O COMPORTAMENTO DO ESGANA-GATA, da página 63 a 68 de http://download.inep.
gov.br/download/internacional/pisa/Itens_liberados_Ciencias.pdfhttp://download.inep.gov.br/download/internacional/pisa/Itens_liberados_Ciencias.pdf

Analise a questão e discuta com o seu grupo:
a) Quais são os conhecimentos que essa questão tem como objetivo avaliar?
b) Discuta com seu grupo a importância de o estudante do Ensino Médio ser avaliado em relação a
esses conhecimentos, de acordo com o que foi discutido na questão a.
c) Como o ensino das Ciências da Natureza, no seu contexto de trabalho, pode contribuir para o
desenvolvimento desses conhecimentos?

a) Quais são os conhecimentos que essa questão tem como objetivo avaliar?
Num primeiro momento podemos fazer relação com os fatos vividos no dia-a-dia do educando,Fazendo uma intertextualidade, os principais conhecimentos, compreende o preconceito racial, social e cultural.
O comportamento humano assim como dos peixes também é variado, alguns são mais agressivos, outros mais moderados, outros se adaptam ao ambiente, já outros querem muda-lo de acordo com suas “vontades, necessidades”.. No caso dos peixes, (esgana-gata) também sofrem adaptações, através das cores que afetam os organismos e preferências de acasalamento. Podemos inferir uma relação de comportamento entre ambos e associar ao cotidiano escolar.
No ambiente escolar mais propriamente na faixa etária do Ensino Médio os alunos gostam de novidades, daquilo que aparentemente é proibido ou seja coisas diferentes é que os agradam bastante. Dessa forma os professores devem estar atentos quanto as predileções dos nossos educandos e tomar o cuidado para não deixar tais fatores pessoais interferir no rendimento escolar e cuidar para que não interferimos nos seus gostos particulares impondo nossas preferências.
Num segundo momento podemos e devemosavaliar a  capacidade investigativa dos estudantes: a observação, elaboração de hipótese, o raciocínio lógico-dedutivo e argumentação; - a leitura e interpretação de gráficos e tabelas; também avaliar a compreensão em torno do dimorfismo sexual, ou seja a diferença existente entre a aparência do macho e fêmea (e que na natureza em quase todas as espécies o macho é o mais bonito, mais atraente, aquele que se exibe para conquistar a parceira),  dos padrões de comportamento reprodutivo a relação de competição intraespecífica entre os indivíduos investigados; também é possível transpor a discussão às questões relativas à sexualidade humana.

b) Discuta com seu grupo a importância de o estudante do Ensino Médio ser avaliado em relação a esses conhecimentos, de acordo com o que foi discutido na questão a.
No meu ponto de vista Essa questão faz parte de processona qual é preciso não apenas ter o domínio específico na matéria,(biologia) especificadamente neste contexto,  mas também ter um embasamento em outras áreas e um espírito crítico que consiga estabelecer pontes de conhecimento com o que existe além do pensamento impírico, que nos leva  a pensar que o ensino pode ser um objeto nas relações pessoais, Pois fazer do nosso alunos um ´pesquisador é uma tarefa árdua, pois não está centrada apenas na vontade do aluno e do professor  mas no  uso da pesquisa relacionado com o exercício de pensar, recriar, produzir o novo e não apenas o reproduzir.
Esta análise possibilitauma avaliação contextualizada,  relacionando e interligando conteúdos e disciplinas. Ao buscarmosa construção de um conhecimento, os caminhos a serem percorridos são tão importantes quanto os resultados buscados. Assim a hipótese e investigação para a resolução de problemas proporciona a participação do estudante na produção de novosconhecimentos. E isso pode se darpor meio da interação do pensar, sentir e fazer, criando assim novas  possibilidades  cognitivas importantes na construção de novos significados para que os jovens possam atuar conscientemente nas tomadas de decisões frente às questões científicas  e tecnológicas do seu tempo.

c) Como o ensino das Ciências da Natureza, no seu contexto de trabalho, pode contribuir para o desenvolvimento desses conhecimentos?
As Ciências da Natureza são melhores entendidas e aprendidas pelos alunos através dos experimentos e estes podem levar a outros criados pelos próprios educandos para reforçar ou refutar determinada tese, teoria. Então além de trabalhar a seleção natural dos animais, a lógica, levantamento e comprovação de hipóteses, esta maneira de aprender leva o indivíduo a aprender de forma mais significativa, aplicando assim o que aprendeu às suas vivências, e entendendo qual a relação da química, da física e da própria biologia de forma maisdinâmica, pois além de aprender aos conteúdos, aprende a utilizar-se da pesquisa e da lógica em  outros eixos como nas ciências humanas, nas linguagens, na matemática... E isso é importantepara esclarecer o mundo em volta do aluno, este compreendendo e desenvolvendo habilidades desta ciência (Ciências da Natureza),  podendo assim  intervir e modificar sua realidade de forma consciente e espontânea.   Formando um cidadão depensamento crítico modificador da realidade que se impõe e o torno construtor de parte da  história.

REFLEXÃO E AÇÃO 2
2. É comum associarmos investigação com experimentação nas salas de aula de Ciências da
Natureza. No entanto, a experimentação no ensino de Ciências da Natureza, de maneira geral, é aplicada
para se demonstrar algum conceito e, muitas vezes, tem somente como objetivo motivar mais o aluno
para o tema. Ao contrário dessa concepção, tentamos mostrar nesta unidade que a investigação no ensino
das Ciências da Natureza constitui-se por princípios orientadores da prática pedagógica. Esses princípios
não necessariamente se concretizam por meio de atividades experimentais. Podem ser realizados também
com a mediação de textos didáticos, textos de divulgação científica, exercícios, vídeos, atividades com
características diversas. Cabe salientar que uma atividade experimental em que é solicitado ao aluno seguir
um protocolo e as questões apenas confirmam o conceito estudado nas aulas teóricas precedentes,
não contribui nem para o aprendizado nem para a construção de uma visão de Ciências da Natureza como
discutido aqui. Nos documentos abaixo, há três atividades experimentais sobre um mesmo tema. Aparentemente,
as atividades se referem a temas de Biologia e os professores de Física e Química podem não se sentirem
confortáveis em analisá-las. No entanto, as atividades pretendem criar possibilidades de o estudante
vivenciar o pensamento e a argumentação científicos. Ao ser possível compará-las, enriquecemos esta
reflexão.
Por essa razão, convidamos a todos os professores a realizá-la, de preferência em grupos interdisciplinares.

TRANSPORTE PASSIVO
OSMOSE ATRAVÉS DA MEMBRANA DE UM OVO

Conteúdo: Citologia

OBJETIVO:
Este experimento tem por objetivo observar o processo de osmose (mecanismo de transporte de solvente)através da membrana de um ovo.

QUESTÃO PRÉVIA (Problematização)
É possível introduzir ou retirar matéria de um ovo sem quebrá-lo ou perfurá-lo?
Justifique sua resposta.

TEMPO PREVISTO
4 a 5 dias.

MATERIAL E REAGENTES
• 2 béqueres de 300 mL (ou copos de vidro incolor)
• 1 colher de sopa
• 2 ovos de tamanhos iguais
• 250 mL de vinagre
• 250 g de açúcar

PROCEDIMENTO
Lave um ovo somente com água e coloque-o num béquer contendo cerca de 250 mL de vinagre. Durante 5 a 10 minutos, observe o que acontece. Ocorre alguma reação química? Anote todas as suas observações. Deixe o sistema em repouso por pelo menos um dia. Ao lado, deixe o outro ovo para comparação.

Após um dia ou mais, observe se houve alterações no sistema. Quais? Compare o tamanho do ovo mergulhado no vinagre com o do outro ovo. Com cuidado, para não romper a membrana do ovo, retire o vinagre do béquer segurando o ovo. Observe se o ovo ainda tem casca. A seguir, lave-o apenas com água, recoloque-o no béquer e adicione cerca de 250 mL da solução fria supersaturada de açúcar. Observe se ocorre alguma reação. O ovo flutua ou fica no fundo do béquer? Deixe o sistema em repouso por pelo menos mais um dia. Após esse período, retire cuidadosamente o ovo da solução de açúcar, lave-o e compare seu tamanho com o do outro ovo.

PREPARO DA SOLUÇÃO
Solução supersaturada de açúcar
- adicione 250 g de açúcar a cerca de 250 mL de água quente e continue aquecendo e mexendo até que a dissolução seja completa. A solução ficará amarelada e viscosa.

 

DISCUSSÃO

Na primeira parte deste experimento, após o consumo da casca do ovo na reação com o ácido, o ovo fica envolvido apenas por uma membrana. Essa membrana é semipermeável, pois permite a passagem da água de uma solução mais diluída (meio hipotônico) para uma mais concentrada (meio hipertônico): esse processo de transferência da água através da membrana semipermeável é conhecido como osmose. No caso do ovo sem casca imerso no vinagre, a água da solução (vinagre) entra no ovo porque a concentração de solutos dentro do ovo é maior do que no vinagre. No caso do ovo inchado com água, em contato com a solução de açúcar, a água sai do interior do ovo porque a concentração de solutos no ovo agora é menor do que na solução.

O processo de osmose está presente em muitos mecanismos de transporte celular, principalmente entre células vegetais e microorganismos unicelulares. No caso dos vegetais ocorre o transporte de água do solo úmido (meio hipotônico) para o interior da raiz (meio hipertônico). No caso de microorganismos unicelulares, geralmente com concentrações de solutos bem maiores que o meio externo (água doce), ocorre transporte contínuo de água para o seu interior; para não estourar, o microorganismo precisa bombear para fora o excesso de água. O contrário ocorre em microorganismos unicelulares de água salgada, havendo gasto de energia para repor a perda de água para o meio exterior mais concentrado, impedindo que o microorganismo murche.

OBSERVAÇÕES
1 - A casca do ovo é formada, em grande parte, de carbonato de cálcio (CaCO3). Quando se coloca o ovo em contato com o vinagre, observa-se a evolução de gás carbônico devido à seguinte reação:

2H+(aq) + CaCO3(s)  CO2(g) + H2O(l) + Ca+2(aq)

2 - Um fenômeno físico que também pode ser observado no início do experimento, é a flutuação do ovo com casca, associada à formação de uma camada de bolhas na superfície. Ocorre que a densidade do conjunto ovo/camada de bolhas é menor que a densidade só do ovo. A este fenômeno dá-se o nome de empuxo.

REFLEXÃO E AÇÃO 3
Caro professor, cara professora, leiam as proposições abaixo, retiradas do livro Ensino de Ciências e Cidadania das autoras MyrianKrasilchik e Marta Marandino (2007, p. 54-55). Este livro pode ser encontrado na biblioteca da sua escola, pois faz parte do acervo do Programa Nacional Biblioteca da Escola – PNBE do Professor, do ano de 2010.
ENSINAR CIÊNCIAS É:
• Estimular atividade intelectual e social dos alunos.
• Motivar e dar prazer pelo aprendizado.
• Demonstrar que o processo da ciência e da tecnologia resultou de um esforço cumulativo de toda a
humanidade.
• Demonstrar que o conhecimento científico vai mudando à medida que novas informações e teorias levam a interpretações diferentes de fatos.
• Estimular a imaginação, a curiosidade e a criatividade na exploração de fenômenos de interesse dos alunos.
• Fazer com que os estudantes conheçam fatos, conceitos e ideias básicas da ciência.
• Dar condições para trabalhos práticos que permitam vivenciar investigações científicas rigorosas e éticas.

ENSINAR CIÊNCIAS NÃO É:
• Realizar exercícios de laboratório seguindo “receitas”, sem promover discussões para análise de procedimentos e resultados.
• Usar “fórmulas” para resolver problemas sem discutir o seu significado e propostas alternativas.
• Fazer os alunos decorarem termos que não mais serão usados durante o curso.
• Priorizar na sequência do curso e das aulas o conteúdo sem levar em conta fatores que promovam a motivação e o interesse pelo mesmo.
• Não relacionar e exemplificar sempre que possível o conteúdo ao cotidiano e às experiências pessoais dos alunos.
• Não apresentar aplicações práticas do que é ensinado.
• Não criar situações para realização de experimento mesmo em situações adversas de trabalho, falta de material, classes numerosas, entre outras.
• Permitir que os alunos pensem que a Ciência está pronta e acabada e que os conhecimentos atuais são definitivos.
• Não apresentar e analisar a evolução histórica da ciência.

1- Discuta essas afirmações com os seus colegas. Todos concordam com essas afirmações? Como podem, de fato, serem planejadas práticas que corroborem com tais proposições?
A ciência tanto quanto as outras disciplinas estão numa constante evolução. Dependendo de cada momentohistórico, político e cultural, podemos perceber a forma pela qual o estudo de ciências se efetiva. No momento do modelo Tradicional,o objetivo era transmitir informações atualizadas aos estudantes e ainda, o tutor seguia e aprendia tudo com o mestre, na maior parte dos estudos conhecimento perpassado, em outros construíam novos conceitos.  Em períodosTecnicistas, procurava-se produzir indivíduos competentes para o mercado de trabalho, a metodologia era baseada na tecnologia educacional, a relação professor/aluno era hierárquica e objetiva.  Na escola nova onde o professor fazia o papel de intermediador o aluno é que escolheria o queria aprender, esse modelo valorizavaas atividades de caráter experimental, pautando-se no método da redescoberta. No Modelo Construtivista o conhecimento escolar deixa de ser entendido como um produto e passa a ser encarado como um processo realizado pelo aluno individual ou coletivamente. Ou seja, uma construção contínua de conhecimentos historicamente acumulados. Na atualidade os docentes têm a intenção de fazer algo mais, não queremos mais pessoas que saibam apenas"apertar botões", queremos gente que questione o que acontece com o apertar deste botão, assim o estímulo de compreensão da ciência se torna um desafio que irá contextualizar os conhecimentos e dar sentido ao  trabalho do professor.  Pois exige uma articulação com elementos filosóficos, históricos e até mesmo sociológicos, geográficos, a questão pré humanizar aciência, tirando do patamar a figura do cientista, mas a do  homem por trás que a fez. Este trabalho trás para o aluno um conhecimento prático, real, o mundo pode se tornar seu laboratório fazendo o conhecimento ir além dos muros da escola.
Para tanto os conteúdos trabalhados devem conduzir os alunos à investigação, experiência e reflexão.  Precisamos aproximar os conteúdos da realidade vivida por nossos alunos, assim conseguiremos despertar o interesse e a motivação pela aprendizagem e construção de novos conhecimentos. E isso ocorre quando oportunizamos e desafiamos nossos alunos arealizar levantamento de hipóteses, desenvolvimento do raciocínio lógico e interpretação e correlação de dados fazendo  com que o estudante aprenda a questionar os conteúdos, compreenda o que está sendo trabalhado e relacione todos os conhecimentos á sua visão de mundo, assim a aprendizagem acontece de forma mais significativa e o conteúdo se torna um instrumento de ação na realidade.
Para isso ao iniciar um trabalho de adaptação do aluno, a utilização de técnicas científicas e equipamentos há necessidade de uma intervenção e mediação mais frequente do professor, à medida que o aluno já compreenda o processo de investigação, a mediação é menor e já conseguirá vivenciar o pensamento científico e argumentação. Lembrando que experimentos podem acontecer nos mais diversos lugares.
Porém precisamos ter o cuidado de que tão relevante quanto à linguagem e os conceitos científicos, os processos pelos quais estes conhecimentos foram construídos, a história e natureza da Ciência, o caráter epistemológico do conhecimento científico e as questões sociocientíficas são fundamentais para que os estudantes não desenvolvam uma imagem ingênua da Ciência. O processo de alfabetização científica e tecnológica (ACT) necessário para que os estudantes possam ler o mundo, dialogar e tomar decisões a cerca dos avanços científicos e tecnológicos do país, não é alcançado através de processos puramente expositivos, bancários (FREIRE, 1987), unilaterais. Uma abordagem problematizadora que dialogue com as visões comuns dos estudantes, questionando e direcionando a construção de processos se torna muito mais coerente para desenvolver a capacidade analítica, reflexiva e criativa do que repetição de teorias, fórmulas e demonstrações práticas que corroboram muitas vezes para a uma imagem da “ciência show” que além de não favorecer a compreensão dos conceitos, tampouco a relaciona com a vida prática dos alunos, ao contrário, reforça as ideias de uma ciência elitista voltada exclusivamente aos cientistas e vazia de historicidade, dos aspectos sociopolíticos e econômicos e culturais que a envolvem. Ciências existem para ajudar e melhorar a vida em sociedade e não podemos perder de vista este elemento tão essencial a vivência humana.
Sabemos que, através do desenvolvimento cognitivo dos alunos, é possível criar situações de ensino que envolvam atividades práticas e desafiadoras, sempre promovendo a interação entre prática, ação, observação, comparação e sistematização. Assim, os alunos poderão aprender os conceitos específicos da área de Ciências, bem como as condições necessárias para a sustentabilidade e a sobrevivência.

REFLEXÃO E AÇÃO4
Caro professor, cara professora, a partir das reflexões dessa unidade sugerimos que pensem no planejamento de uma atividade ou sequência de atividades de ensino desenvolvida de forma interdisciplinar a partir dos temas indicados a seguir, ou outro tema que o grupo achar pertinente. O planejamento deve considerar a sequência proposta pela figura 2 para uma abordagem CTS e também aspectos do ensino por investigação discutidos na unidade 1 deste Caderno.  Sugerimos que após o planejamento, discussão e reflexão sobre a realização da atividade, esta seja concretizada em sala de aula com seus alunos. Temas: alimentos transgênicos; clonagem humana; construção de usinas nucleares; crise no fornecimento de água e energia; efeito estufa; enchentes; exploração espacial; fontes de energia e os possíveis impactos ambientais; meios de transporte; poluição em suas diferentes formas; utilização do aparelho telefônico celular na atualidade.

Investigação Temática
Tema - problema Levantamento do tema – de forma individual ou coletiva - pelos professores
referenciados pela realidade cotidiana dos estudantes
A influência do celular na minha vida ou em nossas vidas
Estudo da realidade
Tenho celular? Por quê?
Para quê? Apresentação de aspectos/dados da realidade que embasem a problematização inicial
- Quantas pessoas tem celular em sua (minha) casa?
- Que tipo de aparelho, moderno, quais as funções, aplicativos....
- Quantas horas uso(usamos) o celular? Por quê?...
Problematização Inicial
Quando surgiu?
Como eram os primeiros celulares? Quanto custavam????? Elaboração, pelos estudantes, de questionamentos baseados no estudo da realidade.
- Como as pessoas se comunicavam antes do uso do celular?
- Como conseguimos ouvir pelo celular? Falar? O que possibilita o uso de n aplicativos que os celulares possuem?....
Organização do
Conhecimento
Fazer uma sequencia, levantamento dos dados adquiridos, classifica-los... Apresentação dos conhecimentos científicos escolares por meio de atividades
pedagógicas elaboradas pelos professores.
Realização de leituras, discussões, debates, vídeos, levantamento de dados, ...
Realização de leituras, levantamento e análise de dados (de forma individual
ou coletiva), construção de diferentes formas de interpretação, elaboração de
argumentações, pelos estudantes.  Ondas eletromagnéticas, radiações, benefícios, malefícios, ondas sonoras, matérias utilizados na confecção do celular....bateria, problemas causados ao meio ambiene.
Aplicação do
Conhecimento
Aplicar a aprendizagem de diferentes formas  Argumentos e conhecimentos elaborados são organizados e publicizados. Releitura
da problematização inicial e ampliação da compreensão da temática. Elaboração de
novos questionamentos.   Jogos didáticos; construção de folders informativos; seminários, produções de texto...

Contextualização dos eixos para trabalhar o tema nas diversas disciplinas da grade curricular:
Atividade elaborada e sugerida para ser trabalhada em sala de aula.
CIÊNCIAS HUMANAS
História: Abordar o contexto histórico em que foi criada a telefonia celular, por quê e pra quê?
Geografia:Momento da reconstrução espacial do nosso Planeta; recursos naturais utilizados.
Filosofia:Modificação nas relações sociais através o tempo com a  inserção e uso do celular na sociedade contemporânea.
Sociologia: Entender as mudanças sociais propiciadas pelo uso do celular e o capital necessário para adquirí-lo.

CIÊNCIAS DA NATUREZA
Química:composição, moléculas, átomos....
Física:condução, ondas magnéticas, energia...
Biologia:poluição, questões ambientais, problemas de saúde (infertilidade, elementos  cancerígenos)...

LINGUAGENS:
Português: tipologia textual – gênero textual (placas, folders, cartazes...)
Inglês:tradução de aplicativos que estão somente em língua inglesa.
Educação Física;estudar problemas corporais devido a posição (postura), na utilização do celular. Complicações lombares, ler, saúde psicológica, vícios...
Arte:Design (forma), diferentes modelos, fotografias, vídeos....

MATEMÁTICA
Matemática:abordar as diferentes funções matemáticas que podemos realizar com o celular e os mais variados aplicativos que podem ser utilizados a partir deste.

A partir da elaboração deste plano de aulas podemos observar como é possível englobar todas as disciplinas dentro de uma contextualização sobre o tema onde um conteúdo complementa o outro e também e a ligação concreta entre Ciência – Tecnologia – Sociedade. Onde a Ciência desenvolve a tecnologia necessária para ser utilizada pela sociedade. E esta utiliza e mostra a necessidade da tecnologia ser reinventada pela ciência e isso se dá num ciclo constante.

 

REFLEXÃO E AÇÃO 5

 

RELATO DE UMA ABORDAGEM INTERDICIPLINAR DAS DISCIPLINAS QUÍMICA, FÍSICA E BIOLOGIA.

Objetivo: O ensino contextualizado assume a condição de tema central, sendo a partir dele que se compreende a interdisciplinaridade e se desenvolvem as competências propostas. Nesta atividade interdisciplinar buscamos, relatar e discutir brevemente numa perspectiva o trabalho conjunto de professores das áreas do conhecimento Ciências da Natureza e suas Tecnologias (Física/Química/Biologia), sobre um tema do nosso cotidiano: o Sol.

Justificativa: A escolha deste tema foi pautada em vários motivos, dentre eles, por ser um tema vivenciado por todos e pouco conhecido pelas pessoas, e ainda por ser um tema que naturalmente permite uma abordagem interdisciplinar.

Objeto de estudo: o Sol.

Áreas do conhecimento: Biologia, Química e Física.

Turma: 3º série do Ensino Médio

Metodologia: No desenvolvimento das atividades adotou-se uma metodologia qualitativa, onde os professores das áreas do conhecimento realizavam entrevistas semi-estruturadas, como discussão com a sala respeitando o tempo didático dos alunos e ao mesmo tempo planejava suas ações futuras (nas suas horas atividades). Em todas as áreas do conhecimento foram privilegiados com trabalhos em grupo e a participação dos alunos por meio de diálogos expositivos com a sala. Em alguns momentos (disciplinas) optou-se também pela realização de seminários, como atividade final, os alunos em grupo elaboraram um texto, único para todas as disciplinas, contemplando e articulando todos os blocos de ensino trabalhados expondo no mural da escola e nas redes sociais no grupo da turma.

A perspectiva de cada disciplina

Biologia
• Sol: benefícios e malefícios à vida: o trabalho interdisciplinar, o professor buscou a comunicação com outras disciplinas, o professor inicialmente abordava o assunto de modo disciplinar, e no desenvolvimento dos trabalhos buscava a articulação com outras disciplinas, por exemplo, com a física/astronomia/química (condições necessárias à vida fora da Terra). Um exemplo desta articulação interdisciplinar fica claro na abordagem do professor quando se refere ao efeito estufa e o aquecimento global. Ao abordar tais temas, o professor buscou iniciar uma discussão enriquecedora sobre o desenvolvimento tecnológico e a preocupação com o meio ambiente. Nesta mesma linha, também discutiu com os alunos ações governamentais e alguns tratados internacionais (Protocolo de Kyoto, cujo prazo expira em 2012, e outros), motivando os alunos a pesquisarem e discutirem o tema em outras áreas do conhecimento.
Química
• A produção de energia no Sol: ensino o professor convidou os alunos à ‘olharem’ para o interior do Sol e buscar compreender o Sol a partir do estudo sobre a produção de energia e as reações que ocorrem em seu interior. Inicialmente foi apresentado aos alunos algumas das características químicas de nossa estrela. Outro tópico abordado pelo professor diz respeito às reações químicas que ocorrem no interior das estrelas, particularmente do Sol. A energia solar é produzida por meio de reações de fusão nuclear, ocorridas em seu núcleo. Na fusão nuclear prótons dos átomos de hidrogênio, sob a ação da enorme pressão e da alta temperatura no centro da estrela, se juntam (ou "se fundem"), formando núcleos de hélio. Essa reação é chamada de ciclo próton-próton. Um esquema sucinto das reações nucleares (que ocorrem no núcleo das estrelas) apresentado aos alunos está explicitado na figura abaixo.
 
                           Figura: Ciclo próton-próton (Kepler & Saraiva, 2004, online).

Na disciplina de Química, obordou a origem de elementos químicos presentes em nosso planeta e não sintetizados pelo Sol. Ao discutir sobre a presença destes elementos em outras estrelas, o professor buscou também explorar alguns conceitos de evolução estelar.

Física
• O ensino de física moderna: as discussões sobre a abordagem da física moderna a partir da física solar. É importante ressaltar que abordar a física solar permitiu contemplar um dos temas estruturadores propostos pelos PCN+ - “Matéria e Radiação” (Brasil, 2002).
• A física solar: o professor trabalhou com os alunos diversos temas relativos ao Sol, como manchas solares, vento solar, aurora boreal e astral, composição do Sol, tempestade geomagnética, temperaturas no Sol e espectro solar. Inicialmente o professor apresentou um panorama geral sobre a física solar e prôpos aos alunos a realização de seminários em grupos sobre alguns temas relativos a física solar. Os seminários apresentados cobriram grande parte dos temas supracitados. Durante e após as apresentações, visando socializar o conhecimento, o professor aprofundava os conceitos apresentado e motivava os alunos a discutir com seus pares. Em geral temas relacionados à astrofísica são belos e tendem a despertar o interesse dos alunos, assim muitas vezes as discussões extrapolaram os conceitos previamente apresentados, gerando um ambiente muito agradável e enriquecedor para a construção do conhecimento. Destacamos que dentre os tópicos trabalhados nos seminários, um dos que mais motivou os alunos à discussão foi o tema “tempestades geomagnéticas”, as quais podem causar grandes impactos a Terra. Talvez este tema tenha chamado mais a atenção dos alunos devido ao recente lançamento do filme 2012 (também passado aos alunos), onde eventos apocalípticos previstos num antigo calendário dos povos Maias começam a destruir a Terra a partir de desastres naturais.

Conclusão: Ao término das atividades os alunos foram questionados sobre a abordagem do conhecimento de forma contextualizada em outras disciplinas, não apenas na disciplina de Química. De forma geral e expositivamente a turma relatou que puderam vivenciar e aprender e discutir com a integração de diferentes disciplinas, possibilitando a compreensão maior e global do tema trabalhado em seus diferentes aspectos, seja vivenciado na prática ou de forma científica (através de seus professores na escola). Os professores das disciplinas Físicas, Química e Biologia que relataram que esta abordagem proporcionou uma transposição do conhecimento além dos saberes teóricos das disciplinas e propiciando ao aluno uma visão não fragmentada da ciência.