Caderno 6 - reflexão e ação

Caderno 6 - Capítulo 1 - página 17

—Um dos desafios é a falta de diálogo entre as avaliações externas e internas no que diz respeito a objetivos, a critérios, a parâmetros para análise dos resultados, entre outras dissonâncias.

Na EJA a avaliação é processual, constante e cotidiana, na qual até se utiliza os mesmos instrumentos do ensino regular embora com critérios e especificidades considerando a heterogeneidade dos estudantes. 

—Considero a avaliação inerente ao ser humano. No cotidiano, nos avaliamos constantemente em pensamentos e atitudes. A avaliação pode ser de um momento, bem objetiva, breve e superficial; de uma fase da vida, de um ou muitos aspectos e mais profunda. No final, ao se concluir, necessariamente ocorre um relatório com balanço apontando aspectos positivos ou negativos. Depois de uma séria análise, deve decorrer mudança ou permanência de atitudes.

Da mesma forma concebo a avaliação educacional.

Vejo-a como extremamente necessária para definir ações e metodologias a serem empregadas na intenção de atingir objetivos traçados, superar fragilidades e dificuldades. É uma constante em todos os participantes do processo ensino aprendizagem.

Caderno 6 - Capítulo 2 - página 28

Avaliação é uma etapa que auxilia na verificação da aprendizagem do educando.

A  avaliação é diagnóstica e contínua. Não é para punir e sim para que o discente possa ter uma noção do que fora assimilado e do que falta ser apropriado do conhecimento científico.

Os instrumentos avaliativos geralmente são: resenhas, pesquisas, prova escrita, seminário, relatórios de aulas práticas ou visitas, debate, trabalhos e recuperações. Estes instrumentos são utilizados tanto para os educandos da modalidade coletiva como do individual. A avaliação acontece durante o período em que o aluno encontra-se matriculado de acordo com a porcentagem que está inserido.

As notas são lançadas atribuindo-se o valor de 0 a 10,0, após ao aluno ser avaliado é ofertada uma recuperação paralela que tem valor de 0 a 10,0, com caráter substitutivo, prevalecendo a maior nota. O aluno não reprova e, sim, avança para o próximo ciclo, caracterizando a aprovação pela participação ativa com envolvimento nos conteúdos programáticos das Diretrizes Nacionais. As avaliações não são somativas. Ou seja, é feita uma média de todas as avaliações realizadas que resulta na nota do ciclo.

Quando lança-se a nota para o aluno, talvez esta possa ser lançada indevida, pois naquele conteúdo avaliado o educando possa saber mais ou menos, mas a forma do educando expressar-se pode deixar a desejar naquele momento. Todavia noutras circunstâncias ele pode ter melhor aproveitamento.

 

Caderno 6 – Capítulo 3 – página 38

Segundo estimativa parcial e extraoficial dos três períodos, das matrículas e conclusões, considerando a APROVAÇÃO por disciplina, constatou-se uma média de 63,83%.

O que esses dados revelam?

Quanto ao índice estimado, podemos considerar a aprovação e conclusão da maioria dos estudantes que se matricularam naquele período. Por outro lado, percebe-se um alto índice de evasão ao longo do processo. No entanto, devem ser consideradas as particularidades e pluralidades da modalidade de Ensino da EJA, como exemplo, faixa etária e a priorização do trabalho em detrimento ao estudo, em função do sustento, seu e de sua família. Outro aspecto a ser considerado, que influencia diretamente nos índices apresentados, é o fato de alguns dos estudantes efetuarem sua matrícula em determinada disciplina e não a frequentarem desde o primeiro encontro. Fato que contribui negativamente, pois o mesmo é dado como desistente. Ora, se o educando não frequentou nenhuma aula, como a escola poderá ser responsabilizada pela sua desistência?

Como esses dados são discutidos entre os professores? Existe, na escola, algum debate sobre eventuais relações entre as taxas de rendimento e a avaliação da aprendizagem nas disciplinas ou em algumas das disciplinas?

Esses dados são discutidos, geralmente, nas reuniões pedagógicas no início e ao longo do ano entre os professores, equipe administrativa e todos os setores da escola, na intenção de traçar metas e ações, bem como encaminhamentos metodológicos, para melhorá-los. O mesmo acontece com relação às avaliações de aprendizagem e taxas de rendimento. Entretanto, é de conhecimento e consenso de todos, inclusive dos próprios estudantes, que a maioria dos motivos para a desistência, é alheia à escola. São raros os estudantes que alegam desistir da escola devido a própria escola.

Caderno 6 – Capítulo 4 – página 50

Na escola CEEBJA de EJA, da qual faço parte, inicialmente os objetivos dos estudantes, em sua grande maioria é apenas conseguir o certificado de conclusão, seja do fundamental ou médio. Mas, ao longo do tempo, uma grande parte se sente estimulada a continuar os estudos, conseguir uma titulação maior e mesmo aprender mais. Vislumbram a possibilidade de enfrentar um vestibular e, nesse sentido, a importância do ENEM. Aos estudantes ainda é possibilitada a oportunidade de a cada 3 meses realizar os provões  on-line como medida de acelerar o processo. Portanto, nos instrumentos avaliativos são contempladas questões no mesmo formato do ENEM e dos provões. Entretanto, isso não faz parte dos objetivos da escola e constitui prática e ação individualizada dos professores e alguns ambientes da escola como biblioteca e laboratório de informática utilizados para estudo ou para inscrição e realização dos provões.