CADERNO 6: AVALIAÇÃO EXTERNA
NRE: Foz do Iguaçu
Colégio Estadual Almirante Tamandaré
Grupo: Vilma Diniz Costa, Mary C. Bastianello da Silva, Márcia R. Gonçalves Lemos, Lenice Maria Galina Francisco e Gismeire da S. C. Gomes.
A escola não é uma instituição alheia a sociedade, desta forma entende-se que muitos dos fenômenos enfrentados no cotidiano escolar, foram gerados fora dela, percebe-se que estas são situações de cunho social, por exemplo, foi citado no vídeo da temática 6 bloco 1 que o motivo da evasão é a incapacidade da escola em ensinar, porém na realidade os professores observam que a evasão acontece pelo fato de os alunos não suportarem a carga horária de trabalho junto com os estudos.
Outro equívoco apresentado é o fato de julgarem que a escola é ineficiente devido ao aumento do número de matrículas. Os verdadeiros culpados da má qualidade dentro da escola ocorrida nos últimos anos, foram a sequência de políticas educacionais da década de noventa onde a educação passou por vários momentos políticos conflitantes.
A política educacional assumida pelo governo gerou um esvaziamento do currículo e a formação aligeirada para professores, que em muitos casos ocorreram a distância. Com políticas educacionais que desvalorizaram o processo de ensino-aprendizagem a profissão docente também se desvalorizou.
Entende-se que a qualidade crescerá com o investimento nas universidades e com uma boa formação inicial aos professores. Qualidade não se faz com avaliação externa, se faz com boa formação inicial e com formação continuada apoiada pelas universidades onde os cursos possam chegar diretamente aos professores.
Apesar de todo entrave enfrentado pelos professores, chegou-se a algumas conclusões na busca de caminhos para construir um novo Ensino Médio Integral, o primeiro passo seria promover o reconhecimento da identidade do nosso jovem aluno, compreender seu modo de pensar, características, anseios, traçar o perfil do aluno que frequenta nossa escola, para podermos construir, com eles, as diretrizes que os possam levar a um maior conhecimento e à produção de valores – essa é uma etapa determinante para a prática educacional.
Partindo dessas considerações, nossa proposta de ação, quanto à temática “SUJEITOS”, segue a perspectiva da participação, da construção conjunta, que envolve todos os segmentos da escola, principalmente os jovens alunos, devendo haver um diálogo permanente com os mesmos, dando a eles a oportunidade de trazer para a escola as manifestações e identidades culturais juvenis. Não basta aos jovens apenas frequentar a escola, mas que sejam construídas aprendizagens relevantes e significativas ao longo de sua trajetória, criando uma identidade com todo o processo escolar, ofertando-lhes a perspectiva de um futuro promissor.
E, ao entender a participação como elemento essencial na construção de uma escola mais apta a proporcionar formação integral aos nossos jovens, incentivar a GESTÃO DEMOCRÁTICA na escola faz-se essencial para o alcance de nossas metas. Gerir democraticamente a escola pressupõe englobar a equidade e a inclusão social, elementos que contribuirão para melhorias na qualidade da Educação.
No Colégio Almirante Tamandaré, existem ações que indicam o empenho de se construir coletivamente, de concretizar e solidificar a gestão democrática. Entretanto, ainda estamos presos a questões culturais, que impedem um avanço maior nessa forma de gestão, havendo muito a alcançar.
Percebem-se, ainda, algumas atitudes contrárias à democracia, como por exemplo a concepção de alguns professores quanto à impossibilidade de trazer o aluno à participação mais ativa da gestão escolar e das instâncias que a envolvem. Certamente, a construção de uma escola que propicie formação integral ainda demanda muito trabalho, mas o importante é que estamos empenhados para que essas mudanças - necessárias - aconteçam, e tenhamos uma participação maior da comunidade, não ficando restritos a decisões e ações comandadas por um pequeno grupo, sem haver a troca de opiniões e a participação de todos. O desafio é muito grande; além dos empecilhos recorrentes que se apresentam na efetivação de uma escola efetivamente democrática, convivemos com alunos que não veem nossa instituição como uma alavanca para modificar ou acrescentar algo em sua realidade; assim, a maioria dos alunos, principalmente no período noturno, por qualquer motivo, acaba desistindo de estudar. Diante do exposto, precisamos ofertar aos nossos alunos aulas mais atrativas, e olhares focados na reconstrução de um CURRÍCULO escolar que seja, ao mesmo tempo, atrativo aos nossos alunos e atenda às demandas que se apresentam, considerando as realidades de nossa comunidade escolar.
É preciso, a partir daí, repensar os CURRÍCULOS. Tem-se uma ideia muito presente no senso comum de que os conteúdos, a qualidade do desenvolvimento curricular e a educação devem estar pautados em atingir objetivos previamente traçados no sentido de formar o cidadão. Precisa-se com urgência atentar para os recorrentes índices alcançados pelo nosso País, os quais atestam o fracasso do nosso sistema, bem como para as altas taxas de evasão e reprovação, para a estagnação do número de jovens que concluem o Ensino Médio e o número reduzido dos que adentram em uma universidade, além da elevada proporção de indivíduos jovens que simplesmente não veem a escola como forma de melhorar seu futuro.
Nesse aspecto, importa conhecer e avaliar criteriosamente os resultados obtidos pela nossa escola nas AVALIAÇÕES EXTERNAS; por exemplo, é essencial refletir sobre os índices consideráveis de evasão no período noturno, fator que prejudica os resultados obtidos nas avaliações externas. Portanto, a evasão é um dos tópicos que precisa ser pautado e objeto de medidas emergenciais. Há, entretanto, índices positivos, que orientam à continuidade de determinadas ações docentes, como, por exemplo, o incentivo à leitura.
Mas ainda há muito a ser debatido quanto aos resultados das avaliações externas, considerando que nem todos os partícipes da nossa comunidade escolar conhecem as avaliações externas, tampouco os resultados obtidos pela escola nessas avaliações. Pode-se, a partir dessas considerações, perceber claramente que não existem respostas prontas, tampouco soluções para a construção de um currículo; entretanto, tem-se a certeza de que o currículo não deve ser “engessado”, ou seja, deve ser construído coletivamente e objeto de discussões permanentes, com constantes modificações, para que possa atender as diversidades desse grupo de alunos que compõem o Ensino Médio, sempre com a ideia de um ensino médio sustentado na diversidade e com a finalidade de uma formação humana integral, bem como pela integração entre trabalho, cultura, ciência e tecnologia com a perspectiva de um futuro melhor.
Também importa focar na condução dada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, que desautoriza a construção de proposta que desvalorize o conhecimento científico; precisamos, portanto, rever essa linha de conduta que sugere um conhecimento desvinculado da cultura, do trabalho, da ciência e da tecnologia, e buscar coletivamente diretrizes que aliem o currículo ao mundo atual, às demandas que se apresentam.
Assim, é preciso reavaliar as ÁREAS abrangidas no currículo, visualizando a escola a partir da reflexão de que os componentes curriculares devem estar aliados à prática docente e discente, bem como ancorados a uma gestão democrática.O papel fundamental da educação é o de instigar o aluno, não só no sentido do aumentar sua curiosidade com relação ao conhecimento que o mesmo tem, mas também o de valorizar o cotidiano como meio de (trans)formação, implicando na percepção do sujeito integral.
A construção de um currículo que promova a interligação com as diversas áreas do conhecimento parece ser o caminho norteador de ações didáticas para a promoção da interdisciplinaridade. Um currículo deve ter como norte elencar os conhecimentos de forma sistematizada, organizando-os para que sejam assimilados dentro de um conhecimento integral.
Desse modo, esta concepção levará à compreensão do conhecimento científico e empírico, permitindo que o mesmo seja construído e relacionado entre si. Entretanto, há certas inadequações, por alguns profissionais da Educação, na adoção de condutas para esse trabalho interdisciplinar, visto a errônea interpretação do tema, não havendo possibilidade de apenas considerar a realidade do aluno e buscar a contextualização dos componentes curriculares sem promover a interligação necessária no estudo de um tema pelas disciplinas.
Pode-se, a partir das considerações aqui apresentadas, ter a exata noção do trabalho que nos espera, mas será gratificante participar da renovação da Escola, construindo – através de nossas ações – caminhos mais adequados para uma Escola que atenda as necessidades que se apresentam nestes novos tempos.
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