Caderno 5 - Atividade 5 - reflexão e ação - pagina 38

Caderno 5 – Atividade 5 - Atividade em grupo - Pag. 38 Professores Participantes: Adilson Cardoso Pires, Andréia Rodrigues Ribeiro, Aurea Maria Pereira Rocha, Cristiane Pinto Dias, Daguiomar do Rosário faria, Emilye R. Silva, Gisele Patrício Ignácio, Inalda Sali Santos da Luz, Rosangela Vieira, Oriel da Costa Schneider, Sarita dos Santos Silva. Orientadora: Luciana Barcelos.

• Tente realizar com um grupo de colegas a identificação de ações de caráter patrimonialista presentes no interior da escola ou na relação desta com os pais. • Faça o mesmo com exemplos concretos de “autonomia concedida” e autonomia efetiva nas escolas onde atuam. • Junto com um grupo de colegas, troquem e registrem suas experiências relativas à forma como os pais com que têm contato se manifestam a respeito dos três aspectos que, segundo Paro, condicionam a participação deles na vida escolar.

• Com base no que discutiram, proponham formas pelas quais possam ser rompidas e superadas as práticas patrimonialistas existentes na escola, assim como formas de articulação com os familiares dos alunos que ajudem a superar os condicionantes que dificultam sua participação. Ao analisarmos os estudos acerca da Democracia no âmbito escolar, verificamos um enorme abismo entre o que se prega e o que se pratica, pois as falhas vem de ambos os lados, pelos órgãos competentes que formulam as leis, como as gestões diretas das escolas pois é sabido que muito se tem a aprender e a colocar efetivamente em ação.

Entende-se que as escolas, bem como seus gestores deveriam ter autonomia para autodirigir-se nas tomadas de decisões, desde assuntos mais complexos como corriqueiros, por exemplo: compra de materiais diversos, limpeza da escola, etc. Entretanto, muitas dessas ações são restritas aos órgãos que destinam os recursos financeiros à escola. Diante dessa realidade, verificamos que o patrimonialismo sempre esteve presente na história das relações de poder em diversas esferas, bem como, nas escolas públicas. Mesmo sofrendo diversas alterações governamentais e diferentes propostas democráticas, pouco se muda na essência básica no desenvolvimento educacional no que se trata por gestão democrática. O Estado em sua ação ainda extremamente patrimonialista, restringe a autonomia das escolas em diversas tomadas de decisões, pois muitos projetos educacionais são barrados e não efetivados em razão da burocracia do Estado. Outra questão ocorre pela própria essência da democracia que prevê coletividade como bem comum, dificultando interesses particulares. Entretanto, mesmo diante desses obstáculos do governo, cabe a escola como um todo, fazer o possível para promover ações que incluam a participação mais democrática de todos os envolvidos na comunidade escolar, pais, alunos, professores, pedagogos, funcionários, gestores, etc. E por outro lado também de suma importância, deverá ser reciproco a atuação de toda a comunidade para integrar nesse processo. Pois a vontade de lutar por melhorias, efetivar transformações na educação deve partir de todos os lados envolvidos para com a gestão democrática. Nesse sentido é imprescindível destinar tempo e disposição de ambos lados. E cabe a escola promover conhecimento destinado aos pais para que estes saibam dos seus direitos em atuar na escola e sobretudo na vida dos seus filhos. Pois sabemos que muitos deles não reconhecem a importância que deveriam ter nas tomadas de decisões em diversos assuntos referentes a vida escolar do seu filho. Em alguns momentos tenta-se atingir esses objetivos, tais como: reuniões para entrega das notas e procedimentos básicos como uso dos uniformes, horário de aula, enfim, as obrigações e deveres dos alunos na escola, Semana de Integração Comunidade e Escola, chamadas particulares, entre outros. Entretanto, eles são “chamados ou convidados” a comparecer e não se manifestam por livre e espontânea vontade, o que deixa claro o desconhecimento ou falta de interesse dos pais em participar da vida escolar dos seus filhos. Além do mais, nota-se a grande ausência doa mesmos nesses momentos. Nesse também nesse sentido, ressaltamos como por exemplo a fundamental participação dos professores. Estes, em diversos momentos do seu cotidiano trabalhista, enfrentam dificuldades que os desmotivam em sua empreitada como sujeito transformador da sociedade, sejam pelas condições financeiras, de descolamento, desvalorização da classe, cansaço pelas jornadas múltiplas, além da falta de efetivação profissional, entre outros, que condicionam estes professores a se acomodar ou até mesmo se desmotivar perante o patrimonialismo dos órgãos gestores, responsáveis pela educação da sua escola, a nível estadual, e sobretudo, nacional. Outra questão que podemos citar se refere ao órgão máximo de decisão dentro de uma escola pública, o conselho escolar. Seguindo uma hierarquia tradicional, esta é considerada o maior poder de autonomia, porém, é sabido que a última palavra se da realmente pela direção. Talvez essa cultura autoritária venha de um longo processo de relações de poder que ainda é muito forte e está enraizada nas escolas públicas desde sempre. Portanto, esse dilema desfavorece a gestão e a inclusão de fato de uma gestão democrática presente e efetiva dentro da escola, bem como a participação de toda a comunidade escolar nas tomadas de decisões e promoções de desenvolvimento em projetos que contribuam para melhoria da qualidade de ensino. Outrora, a disputa de poder em diversos setores governamentais dificultam a inserção da democracia no ambiente escolar.