caderno 5

CADERNO V
Questão 1
A construção da gestão democrática na Escola Pública implica luta pela garantia da autonomia da unidade escolar, participação efetiva nos processos de tomada de decisão, incluindo a implementação de processos colegiados nas escolas, e, ainda, financiamento pelo poder público, entre outros.
A Escola deve ser modelo de transparência e democracia. Mas sabemos que isso nem sempre acontece, pois existe uma centralização nas tomadas de decisões, que vem pronta da SEED ou são resolvidas pela direção e apresentadas ao colegiado. A construção de uma democracia só se torna real a partir de uma mudança nas práticas democráticas, construídas coletiva e diariamente, contando com a participação de todos os sujeitos sociais da Escola.
As atitudes, os conhecimentos, o desenvolvimento de habilidades e competências na formação do gestor da educação são tão importantes quanto a prática de ensino em sala de aula. No entanto, de nada valem estes atributos se o gestor não se preocupar com o processo de ensino/aprendizagem na sua escola. Os gestores devem também possuir habilidades para diagnosticar e propor soluções assertivas às causas geradoras de conflitos nas equipes de trabalho, ter habilidades e competências para a escolha de ferramentas e técnicas que possibilitem a melhor administração do tempo, promovendo ganhos de qualidade e melhorando a produtividade profissional. O Gestor deve estar ciente que a qualidade da escola é global, devido à interação dos indivíduos e grupos que influenciam o seu funcionamento. ( MATOS, F.G. Empresa que Pensa: Educação Empresarial-Renovação Contínua a Distância)

As principais dificuldades apresentadas para a não efetivação da Gestão Democrática é a falta de vontade política, pois o Estado transfere para os gestores compromissos e decisões, não se preocupando em qualificar os gestores e atribuindo á eles a má qualidade do ensino no país. Podemos citar ainda a resistência á socialização do poder, a visão patrimonialista frequente em nossas escolas e a cultura democrática pouco consolidada, tornando difícil o entendimento deste controle social que existe perante as leis.
Uma das grandes dificuldades da Gestão Democrática em nossa Escola é a rotatividade de professores e funcionários que não criam vínculos com a escola e muitas vezes não procuram conhecer o PPP da escola em que trabalham, aplicando desta forma a sua maneira de trabalhar e não considerando as características funcionais da Escola.
Questão 2
Fazer acontecer gestão democrática, como já se disse no início deste caderno V, repetindo afirmações já feitas no caderno II embasadas na legislação vigente, implica mais do que colocar em prática o que determina a lei. No processo de formação inicial dos docentes e na formação continuada falta a percepção de que formação docente não pode se limitar a técnicas didáticas, pedagógicas e conhecimento de leis e princípios. Um dos sérios limites na educação é a formação humana, questões relativas ao SER do professor, à pessoa com suas limitações e necessidades humanas.
A capacidade de organizar reuniões e discussões que redundem em discussões produtivas e evitem posturas corporativas e a criação de grupos internos. Isso significa facilitar aos envolvidos a disposição para conversar sobre problemas do cotidiano com maturidade que não envolva interesses pessoais e favoritismos. Gestão democrática não se resume a realização de reuniões que não chegam a lugar nenhum. As discussões coletivas exigem capacidade de argumentação com conhecimento de causa, não basta todo mundo falar tudo, é precisa falar sabendo o que se diz, com fundamentos legais pedagógicos e humanos.
A função de quem dirige uma instituição escolar consiste também na capacidade de criar diálogo sincero entre as partes. Gestão democrática não permite “puxação de tapete”, “culto ao ego do chefe”, “insensação de personalidades”, “desconstrução da imagem alheia”.
Gestão democrática pede muito mais do que respostas rápidas, superficiais, atribuição de culpas e punições. Não faltam motivos para que se estabeleçam processos de gestão democrática coletiva e obviamente o primeiro deles reelaborar coletivamente e com ampla participação o PPP da Escola.
Em nossa escola algumas situações clamam por participação que se sobreponha a realização de reuniões onde todo mundo fala e se toma decisões corporativas. 

Questão 3
Nossa escola possui o Conselho Escolar que é formado pelos diversos segmentos da comunidade escolar: professores, funcionários da escola, pais, enfim, os membros que, direta ou indiretamente, estão ligados ao processo educacional. Esta escolha parte da direção que convide algumas pessoas de sua confiança para formarem este conselho. Sabemos que ele é responsável pelo estudo e planejamento, debate e deliberação, acompanhamento, controle e avaliação das ações do dia-a-dia da escola tanto no campo pedagógico, articulando as ações, acompanhando os alunos que estão nos Programas desenvolvidos no ambiente interno da escola, em relação ao seu rendimento escolar, quanto no administrativo e financeiro, direcionando o gasto das verbas federais, estaduais e municipais de modo a garantir a melhor aplicabilidade desses recursos. Infelizmente grande parte desta responsabilidade não é colocada em prática, pois, segundo alguns membros do Conselho, em nossa Escola, ele funciona mais diretamente para fiscalizar, conduzir a aplicabilidade dos recursos que chegam à escola e também para resolver algumas situações pedagógicas relacionadas a indisciplina de alunos, quando convocados pela direção. As decisões então são tomadas de forma democrática.
Questão 4 – GRÊMIO ESTUDANTIL
Sabemos que o Grêmio Estudantil, é uma entidade política e democratizante, com foco na aprendizagem, cidadania, compartilhamento e na luta por direitos estudantis. Constitui um espaço de discussões, pautado na livre interação entre os participantes e a comunidade. Ele reúne um processo pedagógico que possibilita aos estudantes uma experiência política completa, de modo a exercer a cidadania através da proposição, discussão, discordância, debate e negociação de seus projetos de forma democrática e livre.
O Grêmio Estudantil atual, foi eleito recentemente em nossa escola, portanto não podemos dizer como é o funcionamento deste e se de fato existe participação democrática entre os membros e sua participação nas tomadas de decisões da escola. Mas o que podemos afirmam é que sempre existiu em nossa escola, até porque é uma exigência feita a partir da lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. A partir dela, está garantida a criação de pelo menos duas instituições, a Associação de Pais e Mestres e o Grêmio Estudantil, cabendo à Direção da Escola criar condições para que os alunos se organizem no Grêmio Estudantil. A lei determina ainda a participação de alunos no Conselho de Classe e Série, o que de fato, não ocorre em nossa escola porque a maioria dos professores não concordam com esta participação.
Questão 5
Entendemos que  Patrimonialismo é um termo utilizado para descrever a falta de distinção por parte dos líderes políticos entre o patrimônio público e o privado em um determinado governo de determinada instituição ou sociedade. O surgimento da administração pública moderna cada vez mais obrigou que houvesse uma gestão pública profissionalizada, com procedimentos que assegurem o atendimento aos princípios constitucionais como isonomia, moralidade, publicidade, entre outros. O Patrimonialismo é fruto das lutas sociais e compromissos político sendo fruto de uma pesquisa que remete a gestão escolar como um dos indicadores de qualidade na educação, mas focando prioritariamente nos potenciais efeitos do patrimonialismo  na gestão escolar e na consecução da qualidade na educação.
Percebemos que o que dificulta a participação da comunidade na Gestão Democrática da escola, é muitas vezes a falta de tempo e comprometimento, devido às horas trabalhadas, e outra por não saber do espaço que tem direito na gestão democrática. Contudo, é perceptível que inúmeros são os obstáculos na integração da comunidade com a escola, principalmente no que diz respeito a recursos financeiros e administrativos.
Paro apresenta três grandes aspectos que condicionam a participação dos pais na vida da escola. São eles:
1) condicionantes econômico sociais, ou as reais condições de vida da população e, a medida em que tais condições proporcionam tempo, condições materiais e disposição pessoal para participar;
2) condicionantes culturais, ou na visão das pessoas sobre a viabilidade e a possibilidade de participação, movidas por uma visão de mundo e de educação escolar que lhes favoreça a vontade de participar;
3) condicionantes institucionais, ou os mecanismos coletivos, institucionalizados ou não, presentes em seu ambiente social mais próximo, dos quais a população pode dispor para encaminhar sua ação participativa.
Desta forma, concluímos que a democracia na escola depende do embate de posições. A participação ou não na gestão pode ser influenciada por tal circunstância. Se as posições discordantes não se manifestam e não disputam o poder de forma aberta, é possível que tais insatisfações se convertam em recusa dissimulada a participar. 
Questão 6 - PPP
Conhecemos o nosso PPP, o mesmo foi construído por todos os segmentos da escola, com a participação também de todos os segmentos da comunidade escolar e é atualizado anualmente de acordo com as necessidades da instituição de ensino, o qual está em fase de atualização. 
Suas Principais finalidades são: Contribuir para a formação do educando capaz de agir e interagir em uma sociedade democrática, solidária e cidadã, fornecendo-lhes meios para progredir como profissionais qualificados para atuar no mercado de trabalho e em estudos posteriores. Formar cidadãos conscientes de suas responsabilidades neste mundo global em que vivemos.
Todos concordam que sempre há necessidade de uma revisão ou reconstrução do PPP, adequando- o realidade de nossa sociedade, pois sabemos que a mesma está em constante evolução e transformação, tornando necessária a reestruturação constante do PPP.
Quanto a sala de aula,concluímos que o ambiente é, na maioria do tempo, amigável, existem as diferenças, mas temos que saber lidar com as mesmas e proporcionar aos nossos alunos um ambiente harmonioso, prevalecendo então o diálogo, o respeito mútuo, a ética, embora não conseguimos manter este espaço de estudo o tempo todo nestas condições, pois a indisciplina está a cada ano mais constante, presente em nossas salas de aula, tornando o ambiente conflituoso.
Após refletir, acreditamos que nossas aulas favorecem o desenvolvimento de seres reflexivos, pensantes e preparados para viver em sociedade e exercer suas funções profissionais. Procuramos mediar à construção do conhecimento como também socializar saberes em sala de aula, através de diálogo e reflexões. O problema muitas vezes é que muitos dos nossos alunos não despertam esta consciência embora nós professores acreditamos que o máximo está sendo feito para que isso ocorra.