caderno 3 - Quem ensinar e como ensinar

COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELYSIO VIANNA CURITIBA- PR COMO ENSINAR E PARA QUEM ENSINAR? Caderno 3 A saber, que o que ensinamos vem de encontro com a prática em nossos dias referentes a temas pertinentes como trabalho, tecnologia, ciência e cultura. Afinal são temas cotidianos que na atualidade estão inseridos no dia-a-dia dos educandos. Sabemos que a principal relação entre a teoria e a prática se impõe, não somente como princípio metodológico inerente ao ato de planejar as ações, mas, fundamentalmente, como princípio epistemológico, isto é, princípio orientador do modo como se compreende a ação humana de conhecer uma determinada realidade e intervir sobre ela no sentido de transformá-la. Por essa razão trabalho, ciência, tecnologia e cultura são instituídos como base da proposta curricular no Ensino Médio e poderão produzir uma condição de valores históricos e culturais nas gerações futuras. Nós, professores do Colégio Estadual Professor Elysio Vianna, visualizamos que as decisões e mudanças do currículo produzem práticas visando à ação de novas maneiras de se passar o conteúdo. Assim para ter um novo currículo é necessário discutir o que ensinar, como ensinar e para quem ensinar? A mudança tem que ser em prol de quem irá receber (alunos) e com responsabilidades de quem irá fazer a mudança: educadores, governantes e até mesmo a sociedade. Além desse currículo, o professor tem como apoio os livros didáticos que são atualizados com frequência, melhorando sua apresentação e com inserção da tecnologia. Contudo, não é suficiente todas essas melhorias se o aluno não enxerga a importância cultural e pessoal que lhe pode ser agregado. A diferença está na perspectiva, planejamento e hábitos em que o aluno está inserido, pois muitas vezes não consegue ver aplicabilidade do que é ensinado. Citamos algumas das práticas exercidas nas disciplinas e coordenações de nosso Colégio: ED. FÍSICA- PROF ENORY COFFERI - Orientação e pesquisa, - Corporalidade do aluno, - desenvolvimento fisiológico e anatômico do aluno, correção de hábitos corporais, - trabalho em equipe, desenvolvimento de liderança, socialidade, - alimentação saudável, prevenção e informação sobre LER entre outras...- LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - PROF ADIMAR GARCIA MACHADO - conhecimento técnico e legislativo, - administração e jurídico, - web - a tecnologia a favor da educação, - desenvolvimento plena da cidadania do aluno, que abrange: lei do consumidor, constituição federal e estadual, leis ambientais (extravagantes). MATEMÁTICA - PROF MARCIO ROBERTO LOPES E PROF MAY ELLEN PIROLO - desenvolveu-se a matéria, conceitual dentro da ciência exata, alavancando a técnica do trabalho em Meio Ambiente, - interdisciplinaridade com matérias de exatas e humanas, - desenvolvimento social com dinâmica de grupo, - pesquisa em laboratório de informática - desenvolvimento de módulos operante. SOCIOLOGIA - PROF ROSANA DO ROCIO DOS REIS HACK - desenvolvimento da oralidade, questionamentos através de debates e apresentações, -pesquisa de campo - em loco, levantamento pessoal e social, - a realidade do dia a dia em sala para enfoque da disciplina. QUÍMICA – PROF DANIELLE JACOMEL - aplicação do conteúdo no cotidiano, - discussão de questões ENEM e vestibular, - valorização ambiental - foco no futuro, - interdisciplinaridade com física e biologia. COORD. DE CURSO - TECN. AMBIENTAL E TEC. LABORATÓRIO - PROF ELMA GRANDO - promove palestras técnicas, visitas técnicas orientadas, - engajamento de prof/aluno em projetos externos ambientais, junto ou/em parceria com órgãos ambientais estaduais, federais e privados, - orientação do corpo docente para realização e aplicação de aula diferenciada. GESTÃO SISTEMA AMBIENTAL - PROF SHEILA CRISTINA DA ROCHA FERRREIRA - desenvolvimento de planejamento para projetos, aplicáveis pela vida, - troca de experiências junto à empresas privadas e públicas onde se pode-se ter vínculo empregatício futuro. ARTE - PROF CARMEN PATRICIA BASILIO ARAUJO - apreensão e desenvolvimento da criatividade intelectual e cultural, - visitas externas a instituições de culturais, - desenvolvimento de autoconfiança em suas produções, - debates de fatos atuais e o impacto em sua aprendizagem e vida social, - interdisciplinaridade em todas as instâncias (tecnológicas, exatas e humanas), - engajamento com estudo do meio ambiente - reciclagem é o foco. - estudos étnicos (indígenas e afro-brasileiros) como questões sociais, culturais e de entendimento da realidade. PEDAGOGA - PROF SANNY MARIA LAPCOUSKI E PROF APARECIDA NUNES MARQUES - promover estágios obrigatórios e orientações, - viabilizar visitas técnicas e passeios, - intercede entre escola/comunidade, - promove e apoia relação escola/aluno/comunidade, - apoia e orientação junto aos professores/alunos, - divulgação da equipe multidisciplinar. HISTÓRIA/ENSINO RELIGIOSO - PROF VÂNIA RIBEIRO CRUZ - desenvolver pesquisas de campo e estudos referentes a grupos étnicos como: quilombolas, indígenas, ciganos; - visitas técnicas para promover o conhecimento do passado e que perpassa pelo presente; - estimular aos educandos a ideia de criar roteiros para documentários, filmes de curta-metragem, peças teatrais que evidenciem a história da humanidade, a história das culturas, a história social, a história econômica dos povos entre outras histórias que retratam a formação da sociedade. PORTUGUÊS – PROF LUCIANE DE OLIVEIRA COSTA -desenvolver práticas educativa integrada, contínua e permanente, baseada na compreensão do necessário equilíbrio e respeito nas relações do ser humano com seu ambiente. - atividades de pesquisa e de observação, orientada, contínua como parte da estratégia de ensino contextualizado. - adotar metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa dos estudantes. -consistência na preparação de curriculos interdisciplinares integrados. As DCNEM, ao mesmo tempo em que reavaliam e revisam as Diretrizes de 1998, trazem determinações coerentes com as mudanças na legislação e com as alterações da própria organização da sociedade brasileira. O Parecer nº 05/2011 aponta detalhadamente vários elementos para a reflexão acerca do contexto, finalidades e dificuldades do Ensino Médio no Brasil, etapa de ensino que, a partir das DCNEM, se define como etapa final do processo de escolarização básica obrigatória, conforme determina a Emenda Constitucional nº 19. O eixo Integrador do currículo do Ensino Médio é formado pelas dimensões do Trabalho, da Ciência, da Tecnologia e da Cultura, que se constituem como essenciais à formação humana e para a oferta de um Ensino Médio de qualidade social. Essas dimensões não podem ser ‘trabalhadas’ ou mesmo ‘entendidas’ de forma fragmentada, mas sim inter-relacionada. Assim, podemos conceituar as dimensões da seguinte maneira: a) O pleno desenvolvimento do educando deve ser voltado para uma concepção teórico-educacional que leve em conta as dimensões: intelectual, afetiva, física, ética, estética, política, social e profissional. O trabalho enquanto ação de um processo de transformação “produz conhecimentos que, sistematizados sob o crivo social e por um processo histórico, constitui a ciência” b) A ciência é um conjunto de conhecimentos que prepara o aluno para o exercício da cidadania centrado na condição básica com direito e deveres; c) A tecnologia que relaciona o trabalho à cultura; d) A cultura é sintetizada por um conjunto de ideias, conhecimentos, atitudes que caracterizam uma determinada sociedade. Portanto, as dimensões do Trabalho, da Ciência, da Tecnologia e da Cultura se constituem como eixo integrador do currículo do Ensino Médio, justamente por possibilitar à escola o “diálogo permanente com a necessidade de compreensão de que estes campos não se produzem independentemente da sociedade, e possuem a marca da sua condição histórico-cultural”. A partir deste enfoque nós professores poderemos identificar e não utilizar as discriminações que nascem do conhecimento; reconhecer e evidenciar as particularidades dos argumentos; estimar o valor das origens dos dados; e enfim examinar as argumentações. O professor em sala de aula tem que estabelecer um vínculo de mediador e assim pouco a pouco despertar a autonomia em seus educandos. Sabemos que manter uma atitude crítica não é tão simples assim, porém, se tivermos alguma clareza em relação a que tipo de sociedade queremos construir e que tipos de opções políticas, sociológicas e filosóficas nos são necessárias para ajudar a construir essa sociedade almejada, agir com uma postura crítica fica menos difícil. Exercitamos o pensamento crítico e a formação de ideia e opiniões dos educandos. De acordo com o artigo 3° da lei n° 9394/96, o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; Liberdade de aprender, ensinar , pesquisar; Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; Respeito a liberdade e apreço à tolerância; Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; Valorização da experiência extra – escolar; Gestão democrática do ensino público; Garantia de padrão de qualidade; Valorização da experiência extra – escolar; Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. Cada disciplina tem sua finalidade e todas elas são praticadas em sala de forma que desenvolva o educando; que assegure a formação comum e indispensável para o exercício da cidadania; que forneça os meios para progredir no trabalho; e meios para progredir em estudos posteriores. Ou seja, todas as relações voltam para a formação básica do cidadão promovida mediante ao desenvolvimento da capacidade de aprender; compreensão do ambiente natural e social; desenvolvimento da aprendizagem e fortalecimento e vínculo com a família. Nossa proposta curricular está de acordo com as diretrizes do Estado do PR, mas devido à grande rotatividade com professores, e a quantidade pequena de aulas (de algumas disciplinas) na escola, dificultam o comprometimento junto ao PC da escola, esta realidade traz algumas questões pertinentes em várias outras instancias. Há uma tentativa constante de planejamento multidisciplinar, mas, as mudanças de professores não possibilitam a conclusão. Em um processo onde o foco é o aluno a burocracia de alguns segmentos trazem prejuízo ao sistema educacional do mesmo. Mas é sabido por todos, a importância da constância e a formulação de planejamentos junto a escola desta situação. A escola procura através de metodologias experimentais, realizada por alguns professores. Que por esta procura, novas formas de abordagens no processo de aprendizagem, como por exemplo o TBL (task-based learning – aprendizagem baseada em tarefas) PIBID, entre outros. Em relação ao levantamento junto aos alunos o que foi constatado através de conversas em sala é que não há compreensão, da grande maioria, da importância dos conhecimentos ministrados no EM (Ensino Médio). Diferente dos alunos que objetivam a entrada na Universidade, consideram as aulas chatas e sem importância. É necessário modificar essa linha de pensamento demostrando a importância dos conteúdos e seus objetivos, aplicabilidade no cotidiano e na vida profissional. Sugestões para melhoria do currículo: mais aulas experimentais na área de Ciências; troca de ideias com a família (objetivos do currículo), mudança na formação docente e no sistema educacional, o comprometimento dos órgãos e instituições pública e privadas em realizar um processo mais coerente burocraticamente. Segundo o sociólogo Simon Schwartzman, que defende uma diversificação das finalidades do Ensino Médio: “As pessoas têm interesses e condições diferentes para aprender e isso precisa ser respeitado. Mesmo entre os que terminam o Ensino Médio, nem todos conseguem fazer curso universitário de qualidade e muitos terminam sem nenhuma qualificação”. Estes desafios são grandes nesta reavaliação estamos tendo a oportunidade de buscar respostas para nossa realidade.