CADERNO 3: O CURRÍCULO DO ENSINO MÉDIO, SEUS SUJEITOS E O DESAFIO DA FORMAÇÃO HUMANA INTEGRAL.
GRUPO: LENICE MARIA GALINA, MARCIA REGINA GONCALVES LEMOS, MARY CLAUDINETE BASTIANELLO DA SILVA E GISMEIRE DA SILVA COSTA E VILMA DINIZ COSTA.
REFLEXÕES:
Com base nos estudos realizados a partir do caderno 3: Currículo, observou-se que desde a década de 1990 o governo vem redesenhando o panorama do currículo brasileiro. A nova perspectiva apresentada no documento da DCNEM, traz a organização de conteúdo por áreas de conhecimento, com o viés de desenvolver as habilidades e competências. Em nossos estudos observou-se que nesta perspectiva a função social da escola é de formar indivíduos flexíveis capazes de se recolocar no mercado de trabalho, ou seja, esta é uma perspectiva que vê a escola como órgão de adaptação do jovem a realidade econômica.
É inegável a necessidade de repensar a escola nos dias atuais, visto que ainda temos grande número de repetência, evasão escolar e jovens que não levam o estudo a sério por não verem nela uma oportunidade de ascensão social, etc.
O grupo realizou as atividades propostas pelo caderno 3:
REFLEXÃO E AÇÃO 1
Desde 1996, quando foi definido legalmente como “preparação básica para o trabalho e a cidadania” com novas metodologias e avaliações, sempre com enfoque a estimulação da criatividade do estudante, o Ensino Médio encontra-se estagnado, fragmentado, pautado em conteúdos baseados na repetição ou pelo fato de ser descontextualizado e não fazer o menor sentido, fazendo com que nossos alunos ser sintam desmotivados e desinteressados cada vez mais.
Na sociedade atual tem configurado diferentes reformas curriculares, fala-se em competências, interdisciplinaridade, currículo integrado, currículos flexíveis, entre outros. Assim, ainda que as propostas curriculares sejam de fundamental importância para que as escolas através de currículos diferenciados, adequados às suas realidades, capazes de permitir a cada escola a constituição de sua própria identidade pedagógica, não existe um discurso homogêneo para todas essas possíveis reformas.
A organização curricular disciplinar, vinculada as diretrizes curriculares oficiais, deve ter o Estado como regulador dessas ações, tendo o poder de mediar ações educacionais, através da efetivação de políticas educacionais pertinentes capazes de promover a distribuição de recursos, a mudança das práticas pedagógicas, bem como a universalização do Ensino Médio que tanto se deseja.
Outro fator que é relevante e bastante preocupante são os exames para que os alunos devam ser preparados (ENEM, vestibulares, etc...). Embora o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que serve de acesso ao ensino superior, vem atuando significativamente sobre as escolas oferecendo padrões a serem cumpridos, o currículo é desvinculado desse e de qualquer outro objetivo. Os vestibulares anacrônicos continuam utilizando-se de velhos conteúdos e as redes escolares continuam presas a grades curriculares engessadas e a formação dos professores continua sendo realizada sem qualquer mudança.
A conclusão que se chega é que não existem respostas prontas para o enfrentamento desses problemas. Mas não se pode aceitar a situação atual sem propor mudanças curriculares urgentes. O modelo atual está muito distante das expectativas de todos. Alunos, professores, direção e comunidade escolar devem buscar, através de dialogo e discussões permanentes, os elementos para enriquecer o currículo e atender as diversidades desse grupo de alunos que compõem o Ensino Médio, sempre com a ideia de um ensino médio sustentado na diversidade e com a finalidade de uma formação humana integral, bem como pela integração entre trabalho, cultura, ciência e tecnologia com a perspectiva de um futuro melhor.
REFLEXÃO E AÇÃO 2
De acordo com as DCNEM, deve haver uma ligação entre cultura, ciência e trabalho que estejam inseridas no currículo, e a pesquisa como princípio pedagógico está prevista nas diretrizes do ensino médio. Grande dificuldade é que os alunos não estão conseguindo analisar, refletir, buscar soluções frente as propostas docentes. Não estamos conseguindo motivar os alunos de forma que busquem respostas diante de desafios, eles mantém uma atitude apática no lugar de assumir a dinamicidade proposta pelas diretrizes para o desenvolvimento das competências dos alunos e para o conhecimento. A dificuldade também está em integrar no currículo elementos obrigatórios específicos e opções que interessem aos alunos
REFLEXÃO E AÇÃO 3
A construção do currículo na escola deve ter como base a formação integral do docente, prevendo todos os aspectos que importam para um indivíduo capaz de discernir, opinar, atuar de forma positiva, modificando sua realidade na busca de melhorias sociais.
Talvez seja utópico desejarmos que nossos alunos saiam da escola, capazes de tomar decisões sensatas e inteligentes, com um encaminhamento profissional e direcionamento quanto a valores éticos e morais em suas vidas; mas podemos, sim, traçar nossos planos e delinear o currículo escolar incluindo não só elementos da formação básica da escola, contemplando os conteúdos usualmente trabalhados nas séries escolares, mas que estejam contemplados outros elementos como valores, princípios, capacidade de raciocinar logicamente, desenvolvimento de competências morais e de condutas sociais, por exemplo.
As Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio nos conduzem a uma proposta curricular que interliga trabalho, tecnologias, cultura e ciência, visando à realização de ações educativas em que se pressupõe considerar as características das juventudes para a confecção de um currículo satisfatório, não apenas voltado ao trabalho ou a conhecimentos específicos, mas que englobe elementos para a formação integral do jovem na escola.
Propiciar a autonomia ao jovem, dar-lhe condições de refletir, ter senso crítico, opinar, argumentar, reconhecer, questionar. Assim devemos caminhar em busca de um currículo escolar do ensino médio para alcançar a formação integral dos nossos jovens alunos, dando-lhes a oportunidade da emancipação.
REFLEXÃO E AÇÃO 4
Realizamos um debate com os alunos e professores do Ensino Médio do período noturno, visando buscar sugestões sobre o currículo. Podemos perceber que a maioria dos alunos não pretendem continuar seus estudos, ou por motivos de trabalho ou por não acharem necessário. Pediram aulas diferenciadas com atividades práticas, porém alguns professores lembram que quando é proposto atividades práticas ou diferenciadas não há participação dos mesmos. Outro ponto que foi sugerido é que cada aluno escolhesse as disciplinas que quer cursar, Solicitaram também mudanças na estrutura física da escola, como mudança dos quadros, no geral, percebe-se que não estão contentes com a maneira com que o ensino é promovido, porém não possuem opinião ou sugestões de que maneira gostariam que fosse a organização curricular.
A realização dessa atividade nos demonstrou que há realmente necessidade de mudanças no currículo, e urgentes. Ainda não a integração necessária entre cultura, tecnologia, trabalho e ciência que vislumbrem aos alunos possibilidades de mudanças sociais através da educação.
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