CADERNO 1 - ETAPA 2 - ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO
1 -Reflexão ação – CADERNO 1 – ETAPA 2.
Partindo do debate realizado com os alunos sobre as formas de participação no Conselho Escolar, no Grêmio Estudantil e no Conselho de Classe Participativo, como lócus do exercício do diálogo enquanto ferramenta de construção da autonomia dos atores da escola, como por exemplo, a reescrita do PPP, percebe-se que há poucos problemas relacionados à pluralidade e a diversidade no Colégio Frentino Sackser. Os alunos afirmam que não se sentem intimidados ou coagidos por motivos relacionados à discriminação e/ou preconceito no âmbito escolar. Citam algumas situações particulares voltados a problemas pessoais como namoros, por exemplo.
As questões pedagógicas foram conceituadas pelos educandos como boas, porém a infra-estrutura escolar como: banheiros, salas de aula, computadores, TVs, biblioteca são considerados muito precárias, dificultando o ensino aprendizado e desestimulando educandos e educadores.
No quesito Conselho Escolar afirmam não conhecer suas ações, já o Grêmio Estudantil e citado como positivo, visto que sentem-se representados neste grupo. Porém, sobre o Conselho de Classe, têm uma visão distorcida das ações deste. Acreditam que este serve apenas para aprovação ou reprovação dos alunos. Assim, fica nítido que os educandos não se percebem como sujeitos participantes ativos do Conselho de Classe.
A questão da infra-estrutura é citada como problema primordial da escola. Tanto os educandos como os educadores se sentem desmotivados, visto que a precariedade desta prejudica o desenvolvimento das ações propostas nos documentos oficiais como o PPP e PTD.
A falta de perspectiva de futuro dos educandos é outro fator que merece uma atenção especial. Sente-se que muitos não percebem o espaço escolar como formadora de opiniões, como meio capaz de auxiliar em suas decisões para o futuro e a conseqüente transformação da realidade na qual estão inseridos. Muitos educandos pensam apenas em trabalhar para conquistar seus objetivos e atender suas necessidades, esquecendo-se que é no espaço escolar que estes podem encontrar os meios necessários para melhorar sua situação e perspectiva de profissionalização em um futuro próximo.
O desconhecimento das funções de cada segmento no colégio, como: Grêmio estudantil, Conselho escolar, Conselho de classe...é outro fator que prejudica as atividades de ensino aprendizagem. Assim, a falta da participação ativa dos educandos nestes setores traz o desconhecimento das ações propostas, criando uma opinião um tanto quanto equivocada da realidade.
O distanciamento da escola com a comunidade no entorno da escola também é visto como situação problema para o processo e a real função da escola.
Para melhorar as situações acima citadas, sugere-se uma reorganização do espaço escolar; participação ativa de todos os atores institucionais para cobrança e fiscalização das verbas recebidas; realizar um planejamento para a aplicação adequada desta verba, atendendo as reais necessidades da demanda escolar, evitando assim, privilegiar alguns setores.
Na questão da desmotivação dos educadores, sugere-se mais oportunidade para formação continuada, como a semana acadêmica e cursos por áreas, um espaço para discutir situações problema e proposição de ações coletivas na busca de melhorias no coletivo escolar. Acreditamos que falta apenas uma melhor organização por parte da SEED para oportunizar esses eventos.
A desmotivação dos educandos, despreparados para enfrentar o mercado de trabalho e/ ou decidir se ou qual curso universitário deseja realizar, sem perspectiva de melhorias perpassa pela necessidade de sobrevivência e pela falta de projeto de vida, de sonhos, na busca de uma qualidade de vida melhor.Falta-lhes uma consciência da capacidade emancipadora que estes podem encontrar no âmbito escolar. Outra ação pode ser o credenciamento do colégio no Processo Seletivo Seriado (PSS) oferecido pelas universidades.
Já o distanciamento da comunidade pode ser resolvido com a proposição de ações que envolvam a comunidade em geral. Fazendo-os se sentir parte da escola.
Relatório de Conselho de Classe.
Durante o Conselho de Classe são apresentados queixas e problemas de diversos gêneros, como: falta de tempo para realizar atividades para casa, trabalhos e tarefas, cansaço em decorrência do trabalho diário, falta de tempo para suas necessidades primordiais como banho e alimentação, principalmente no período noturno, defasagem de conhecimento à priori dos educandos; falta de responsabilidade com suas tarefas, avaliações...; a não participação ativa de muitos nas atividades propostas; muitas faltas não justificadas; ausência de respeito mútuo, indisciplina, entre outros. Entendemos como queixa, o desabafo de educandos e educadores, muitas vezes cansados pela grande quantidade de problemas que enfrentam no cotidiano, e, como problema, situações que merecem atenção especial e que precisam ser amenizados e /ou solucinados. Assim, para amenizar tais problemáticas, são realizados diversos encaminhamentos, tais como: debater a diversidade cultural de cada educando e considerar suas diferenças regionais, sociais, econômicas por exemplo, visto que esta diversidade está muito presente em nosso colégio, pois recebemos alunos de várias origens como tribos indígenas, Paraguaios, ciganos, nômades, da cidade e do campo entre outros. Desta forma, sugere-se realizar a recuperação de conteúdo e notas sempre que se fizer necessário; incentivar os educandos em relação à suas obrigações através de conversas em grupos e/ou particulares, motivando-os e incutindo neles a necessidade de cumprir com suas responsabilidades, desde o comparecimento às aulas, realização de suas atividades e participação ativa em sala de aula, mostrando à estes que são necessários "sonhos", planos para o futuro, garantindo assim uma meta, um foco a ser seguido e o sucesso do ensino aprendizagem, na garantia de uma qualidade de vida mais justa e digna amenizando inclusive os estereótipos que geram exclusões, e combatendo o preconceito e a discriminação. Como muitos precisam trabalhar durante o dia e estudar à noite, procura-se não atribuir trabalhos em grupos para casa ou muitas tarefas, e sim fazer o máximo em sala de aula para que estes não se sintam prejudicados e desmotivados para estudar. Partindo destas observações percebemos várias práticas de gestão democráticas condizentes com o processo ensino aprendizagem coerente para a concretização da função social da escola. Desta forma, acreditando estar no caminho certo, sugiro continuar com o esforço coletivo, instigando a curiosidade dos educandos e auxiliando-os na medida do possível para que, apesar das divergências e conflitos da vida, não abandonem os estudos, que criem objetivos, planos de vida e realizem seus sonhos, garantindo uma vida digna.
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