Colégio Estadual Professor Vidal Vanhoni – Paranaguá
CADERNO 1 – ENSINO MÉDIO E FORMAÇÃO HUMANA INTEGRAL
Denise Rachel Vianna Mansur Nascimento
Evelize Sabino Alves Andrioli
Fernanda Chaves Montiel
Josilene Militão Matozo
Katiane Machado Arndt
Marina Ribeiro Chaves Montiel
Wolffe Henri Skrzypietz
Resumo
Este documento tem como finalidade apresentar os principais pontos tratados no Caderno 1 do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, onde no decorrer dos anos, as transformações sofridas dentro da educação nos remetem, atualmente, a um quadro de desafios dentro das salas de aula.
Palavras-chave: Jovens. Estudos. Trabalho. Currículo.
A partir das grandes transformações ocorridas na sociedade nas últimas décadas, foi possível perceber seus impactos no que diz respeito à escola contemporânea. Tais mudanças contribuíram para ramificação de um grande leque de reflexões no âmbito acadêmico, afim de compreender e adequar os métodos utilizados em sala de aula, em especial, no Ensino Médio.
Fazer o jovem moderno permanecer na escola e entender sua real necessidade, é um dos principais desafios que permeiam os educadores e pesquisadores hoje. Nesta mesma tríade, surge a real necessidade de rever o currículo escolar, percorrendo diversos caminhos, afim de organizar um sistema que permita ao jovem seu ingresso nos cursos de graduação e, ao mesmo tempo, capacitá-lo para o mercado de trabalho de acordo com suas necessidades e características próprias.
No Brasil, a condição social, por exemplo, é um fator determinante no que diz respeito a permanência e evolução do jovem na escola, pois é cada vez mais comum a troca dos estudos pelo trabalho, para que o cidadão possa prover seu sustento familiar.
Os estímulos que estes jovens recebem na escola também é outro fator importante, pois estudar e desempenhar atividades intelectuais que exijam leitura e compreensão, tornaram-se atividades enfadonhas e sem propósitos em sua ótica. A revolução tecnológica trouxe uma geração aparentemente sem controle, movida a estímulos que somente farão sentido ao longo do tempo. Sendo assim, a escola deve promover um olhar diferenciado para este novo cenário, adequando-se ao perfil de seus jovens, levando em considerações suas características peculiares e capacitando solidamente seus profissionais; oferecer a esse “novo jovem” um currículo capaz de habilitá-lo não somente à sua futura profissão, mas sim torná-lo um verdadeiro cidadão participativo e consciente de seus direitos e deveres.
De acordo com pesquisa realizada pela nossa equipe em escolas nas quais lecionamos, constatamos que grande parte dos nossos alunos do EJA são de baixa renda familiar e que abandonaram os estudos quando jovens pela necessidade de trabalhar para ajudar no sustento da família; adultos que hoje moram de aluguel ou mesmo em moradias que são produtos de invasão. Em decorrência disso, grande parte dos alunos inseridos em escolas estaduais são formados por este quadro.
O grande desafio da rede estadual é garantir um ensino como direito igual a todos e de forma pública, gratuita, laica e com qualidade. Portanto, o professor da rede pública precisa incorporar ao currículo os conhecimentos que contribuam para a compreensão do trabalho como princípio educativo.
De acordo com Moraes (2006), é necessário retirar do mercado de trabalho formal e informal, crianças e jovens até a idade legal de conclusão do ensino médio, usando programas de transferência de renda aos jovens em situação de vulnerabilidade e risco social. Nesse mesmo pensamento, fazem-se necessárias políticas que promovam a implantação da escola unitária de currículo integrado com o princípio da dialética entre sociedade, trabalho, cultura, ciência e tecnologia, que tenham como metas o atendimento a jovens com idade entre 15 e 17 anos, de acordo com o PNE; o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades em superdotados na rede regular de ensino. Também faz-se necessário a educação em tempo integral em 50% das escolas públicas e matrículas do EJA na forma integrada à educação profissional.
Portanto, os recursos públicos canalizados à educação, afim de conferir qualidade às instituições escolares, devem obedecer a estudos de planos e ações que atendam as reais necessidades de cada realidade escolar.