Caderno 01 Cascavel, 01 de agosto de 2014.
O ensino médio é reconhecidamente o elo problemático da rede pública de educação básica, o maior problema continua sendo o anacronismo do currículo de suas três séries – fator responsável pelas altas taxas de evasão desse ciclo educacional. As disciplinas oferecidas não preparam os alunos para os exames vestibulares e ENEM e tão pouco para o mercado de trabalho.
A evasão e o baixo rendimento no aprendizado são detectados desde o início da educação básica, mas é no ensino médio que a situação atinge níveis alarmantes. A avalanche de conteúdos dos 3 anos do ensino médio perdeu o sentido e não se sabe o objetivo se é preparar para o vestibular ou para o mercado de trabalho. Sem expectativa de cursar uma universidade e longe de encontrar especialização profissional na escola, muitos adolescentes abandonam os estudos para trabalhar e reforçar a renda familiar.
Segundo dados do Movimento todos pela educação coletados pela Pesquisa Nacional por Amostra de domicílio (PNAD), do IBGE, só metade dos jovens brasileiros conclui essa etapa de ensino na idade esperada (até os 19 anos). Desses apenas 11% aprendem o considerado ideal em matemática. Para mudar esse cenário não é apenas uma mudança de currículo e sim uma mudança na forma de ser da escola com a formação do professor para mantê-lo na mesma escola; articular os diferentes campos do saberes para desenvolver uma visão a respeito do mundo, da política, da tecnologia, das ciências e economia entre outras.
Esses são alguns dos itens relevantes do caderno 01 do Pacto do ensino médio, o que se percebe é que não dá para fazer mudanças sem passar por questões complicadas como: mudar a estrutura física das escolas, fazer o aluno passar mais tempo estudando, pensar na formação e valorização do professor e no currículo só assim teremos a formação integral humanística para a cidadania e para a construção de uma consciência crítica com base nos valores mais humanos para a vida em uma sociedade complexa.
